quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Lagoa Maravilha, baía bigorrilha

Deu no G1 RJ 25-07-2010 Por Bernardo Tabak
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2010/07/projeto-quer-implantar-transporte-publico-na-lagoa-rodrigo-de-freitas.html

Projeto quer implantar transporte público na Lagoa Rodrigo de Freitas
Barcos poderiam ligar Praia de Ipanema à entrada do Túnel Rebouças. Intenção também é elevar Jardim de Alah para construção de garagem.

Já na Baía de Guanabara...
Montagem: àbeiradourbanismo
2014-08-28

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Rio: maior alta de preços residenciais nos últimos 6 anos foi... no Centro da cidade!


Clique para ampliar
Movido por um misto de interesse urbanístico e cacoete numerológico, este blogueiro vem há algum tempo observando os dados do mercado imobiliário carioca disponíveis na Internet. 

Repetindo, esta semana, uma breve investigação realizada no ano passado com dados do Zapimóveis para o período 2008-2012, desta vez para o período fev2008-jan2014, acabo de obter a confirmação de um fenômeno que, embora já seja do conhecimento de muitos cariocas diretamente afetados, pode ser novidade, e uma novidade até surpreendente, para a maioria dos nossos leitores como foi num primeiro momento para mim: no Rio de Janeiro, os maiores aumentos relativos de preços imobiliários residenciais nos últimos seis anos aconteceram… nos bairros mais centrais da cidade! 


Clique para ampliar
Pela ordem: Muda, Lapa, Estácio, Catumbi, Del Castilho, Rio Comprido, São Cristóvão, Cidade Nova, Usina, Maracanã, Andaraí, São Francisco Xavier, Cocotá, Santa Tereza, Praça da Bandeira e 13 outros bairros, quase todos “pericêntricos”, são aqueles cujos aumentos de preços médios reais (descontada a inflação) para apartamentos de 2 quartos ficaram, no período considerado, de 202 a 2 pontos percentuais acima da média da cidade (exatos 200%). 




Clique para ampliar
Este fato suscita um sem-número de questões interessantes sobre a dinâmica das transformações urbanas por que passa o Rio de Janeiro e, consequentemente, sobre as alternativas de política urbana que se apresentam aos governos municipal e estadual. Dentre elas, são de especial interesse para este blogueiro as opções que envolvem - ou deveriam envolver - a renovação da região Portuária e o desenho da rede de transporte de passageiros de alta capacidade, a saber, o Metrô e o BRT.

Deixarei para um segundo momento a publicação de um artigo mais interpretativo e abrangente sobre o tema – um desafio que demanda bastante reflexão e pode ser feito em mais de uma etapa! 
Apenas adianto a minha hipótese principal: os recordes de valorização nos bairros centrais resultariam, em última instância, do surgimento de uma demanda imobiliária extraordinária, real ou esperada, derivada dos grandes eventos turístico-desportivos internacionais sediados na cidade; mais exatamente, eles poderiam ser descritos como um efeito de tipo "dominó", sobre uma região de preços deprimidos desde a crise econômica de fins do século passado, da alta de preços desencadeada pela escassez de imóveis à disposição da demanda "normal" (interna) nos bairros mais caros da cidade (Zona Sul) - arrematados por ofertas extraordinárias (externas) mais elevadas ou retidos com propósitos especulativos. (Ver esquema ao lado.)

Dito isto, esta postagem se atém ao procedimento utilizado em minha análise e ao que me parece ser o seu resultado mais notável. Quem sabe isto possa estimular os colegas urbanistas que leem este blog a, confrontando-os com suas próprias observações e experiências, formular outras hipóteses. Comentários e sugestões serão bem-vindos. 

O procedimento adotado foi muito simples: 

(1) calculei a variação de preços médios de apartamentos de 2 quartos, entre fevereiro de 2008 e janeiro de 2014, para todos os bairros do Rio de Janeiro constantes da pesquisa Zapimóveis que apresentam dados para essas datas e curvas de aspecto contínuo - um total de 99 entradas;

(2) ordenei os bairros segundo a valorização nominal média desse tipo de imóvel;

(3) estipulei a valorização real de cada bairro descontando a inflação no período, medida pelo IPCA;

(4) calculei a distância, em pontos percentuais, entre a valorização média de cada bairro e a valorização média da cidade, de modo a obter medidas de sobrevalorização e subvalorização relativas para cada bairro no período considerado; 

(5) plotei esquematicamente, num mapa da cidade, os bairros que se sobrevalorizaram em relação à média municipal, por classes de pontos percentuais acima da valorização média.


 Cabem três observações: 

(a) os imóveis a que se refere a base de dados são apartamentos disponíveis para uso no mercado, não incluindo lançamentos nem unidades em construção;

(b) os valores médios apresentados correspondem a preços de oferta, não de transação, o que não invalida a priori a hipótese acima sugerida salvo se se considera que o mercado residencial na região central tem, também, um forte componente especulativo, com preços determinados, por exemplo, por transações sucessivas entre investidores ou empurrados por facilidades creditícias de altíssimo risco à maneira da bolha imobiliária estadunidense da década de 2000 – o que não me parece ser o caso; 

(c) a matriz espacial do Zapimóveis não é unívoca, no sentido de que a base de dados contém entradas tanto para regiões urbanas como para bairros dessas mesmas regiões. Por exemplo: Jacarepaguá, Pechincha, Tanque, Freguesia, Taquara, Anil; Ilha do Governador, Zumbi, Bancários, Jardim Guanabara, Cacuia, Cocotá; Centro, Lapa, Fátima, Cidade Nova, Estácio – uma circunstância que também não afeta, creio, o resultado da análise. 


2014-08-18

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

O mel e o fel da cidade contemporânea


Praia de Charitas, Niterói.
Uma pérola urbana maculada pela poluição
da Baía de Guanabara.
Foto Nuni Vieira Jorgensen, 10-08-2014

2014-08-13

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Parcelamento do solo na cidade do Rio de Janeiro: um estudo sobre a produção informal da década de 1940 aos anos 1990



Parcelamentos informais no Municipio do Rio de Janeiro, 2004

Fonte: IPP-SMH
Antônio Augusto Veríssimo (2005)

Dissertação de mestrado apresentada ao IPPUR/UFRJ no ano de 2005, realizada sob a orientação do Profº. Doutor Pedro Abramo e sob a coorientação da Profª. Doutora Rosângela Lunardelli Cavallazzi.

O objetivo desta dissertação, sob o ponto de vista acadêmico, é “identificar e analisar criticamente os fatores condicionantes da produção de parcelamentos não-regulares do solo (loteamentos e vilas irregulares ou clandestinos) disseminados no território do município do Rio de Janeiro, especialmente entre os anos 1940 e 2000” [Abstract].

No entanto, esta dissertação também teve um objetivo de caráter mais pessoal, que foi o de empreender a sistematização de conhecimentos e experiências, bem como tentar dar respostas a indagações acumuladas em mais de 20 anos de trabalho, voluntário e profissional, dedicados ao tema da urbanização e regularização fundiária de loteamentos e vilas da cidade. Esta atividade teve início bem antes do começo da minha atividade profissional como arquiteto na Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, quando, ainda estudante universitário, militava no Conselho de União de Bairro (CUB), organização do movimento popular que reunia no início dos anos 1980 lideranças dos bairros populares da Zona Oeste do município na luta por infraestrutura e saneamento.

A mudança de lado do “balcão”, do movimento popular para a Prefeitura na segunda metade dos anos 80, acabou por aprofundar meu envolvimento com o tema, conduzindo-me por mais de dez anos à coordenação do Núcleo de Regularização de Loteamentos (NRL). Este percurso me levou também para outras funções na administração pública vinculadas à questão habitacional (urbanização e regularização fundiária de favelas e a produção de habitação de interesse social). O presente trabalho trata apenas dos loteamentos, os demais temas deverão ser o objeto da tese de doutorado atualmente em curso.

Antônio Augusto Veríssimo.


Parcelamento do solo na cidade do Rio de Janeiro: um estudo sobre a produção informal da década de 1940 aos anos 1990

INTRODUÇÃO
I. O PROBLEMA
I.1. A questão do parcelamento não-regular do solo no Brasil
A Pesquisa de Informações Básicas Municipais, realizada pelo IBGE em 2001, informa que, dos 5.560 municípios existentes no Brasil naquele ano, 24,3% afirmaram conter no seu território áreas urbanas informais do tipo “loteamentos clandestinos”, 22,4% favelas e 8,9% cortiços.
O município de São Paulo é o local onde parcelamentos não-regulares1 ocorrem com maior intensidade, habitando neste tipo de assentamento mais de dois milhões de paulistanos, o que equivale a aproximadamente 20% da população. (BOLDARINE, 2003).
Em Porto Alegre, segundo levantamento recente realizado pela Secretaria de Planejamento Municipal, foram identificadas 736 ‘áreas irregulares’, sendo 35,2% parcelamentos não-regulares e 64,8% ‘ocupações espontâneas’. Na falta de informações quanto ao número de habitantes que vivem nessas ‘áreas irregulares’ pode-se avaliar a relevância do problema pelo empenho demonstrado pela Corregedoria Geral de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, que, desde 1995, já editou três provimentos2, denominados More Legal 1, 2 e 3, destinados a regulamentar e orientar os processos de regularização de parcelamentos não-regulares existentes nos municípios riograndenses. Tal fato demonstra a importância que o tema tem para as cidades daquele estado do sul do Brasil.
Providência semelhante foi tomada por iniciativa da Corregedoria Geral de Justiça do Estado de Santa Catarina que, em 1999, instituiu, através do Provimento 37/99, o Projeto Lar Legal, com o objetivo de regularizar parcelamentos do solo urbano executados ilegalmente nos municípios daquele estado.
No município do Rio de Janeiro, onde já há mais de vinte anos se desenvolve um programa de regularização de parcelamentos3, estima-se que vivam nessas comunidades mais de 600 mil habitantes, o que corresponde a aproximadamente 10% da população, praticamente a metade da população residente em suas favelas.
Os dados anteriormente apresentados dão uma idéia da importância do tema para as cidades brasileiras, não só para os grandes municípios com mais de 500.000 hab, onde os parcelamentos não-regulares ocorrem em mais de 87%, bem como para as cidades médias e pequenas.
Um grande percentual de moradores vivendo em parcelamentos não-regulares não é, no entanto, um fenômeno característico apenas das cidades brasileiras, esta é a realidade de muitas cidades da América Latina, do Leste Europeu, da África e da Ásia (PAYNE, 2001).
O parcelamento e venda ilegal de terras nas periferias tem sido a forma mais freqüente de expansão das grandes e médias cidades dos países do terceiro mundo. Neste processo, a ‘urbanização’ avança sobre áreas do entorno das cidades anteriormente destinadas ao uso agrícola ou pastoril ou ainda sobre áreas virgens não exploradas. Este processo se diferencia, de certo modo, do de favelização, que tem como característica mais freqüente a ocupação de áreas, geralmente intra-urbanas, consideradas impróprias para a ocupação ou que não são de interesse do mercado imobiliário e fundiário (aí incluídas as suas vertentes formal e informal).
 (Continua)
Para a íntegra da dissertação, clique em 
http://teses2.ufrj.br/42/teses/638938.pdf



2014-08-05