Ni guetos ni utopías: las ciudades de 15 minutos ya existen y son las capitales de provincia (lavanguardia.com)
Montagem: Àbeiradourbanismo |
No Rio de Janeiro, por exemplo, trabalhadores residentes no Catete, Flamengo, Botafogo, Copacabana, Ipanema, São Conrado, Tijuca, Vila Isabel, Méier e um bom número de lugares suburbanos só precisam descer o morro para chegar ao local de trabalho - e ao comércio também.
Mas a desigualdade é tanta que nesse tipo de favela não há lugar, nem trabalho próximo, para todos: enormes contingentes de trabalhadores têm de morar na periferia e se deslocar ao Centro, ou centros, de comércio e negócios em viagens de 1,5 horas!
O mundo - Brasil incluído - está cheio de cidades de 15 minutos. Mas em nossa sociedade, os grandes fluxos de riqueza não são gerados em cidades de 200 mil habitantes: 2 milhões é um patamar muito mais realista. E quanto mais populosa e desigual a cidade, mais periferia e menos 'proximidade' ela terá.
Sou adepto da revolução da proximidade. Mas, em minha opinião, ela supõe uma sociedade muito mais igualitária, movida por autômatos comandados por trabalhadores altamente qualificados, em que ninguém precise morar em aglomerações maiores do que, digamos, 500 mil habitantes.
2024-01-17
O mundo - Brasil incluído - está cheio de cidades de 15 minutos. Mas em nossa sociedade, os grandes fluxos de riqueza não são gerados em cidades de 200 mil habitantes: 2 milhões é um patamar muito mais realista. E quanto mais populosa e desigual a cidade, mais periferia e menos 'proximidade' ela terá.
Vale lembrar que, mesmo nos países ricos, o funcionamento normal da economia e o aumento da riqueza total têm gerado um acréscimo persistente da desigualdade desde os anos 1980, ao qual, aliás, eu atribuo a espiral de preços que faz do mercado imobiliário de 'alta renda' um negócio - literalmente, até há pouco - da China. O crescimento econômico que, em Lisboa por exemplo, manda os nacionais para a periferia para ocupar os centros com turistas estrangeiros e especialistas home-office, está, com toda certeza, na contramão da “revolução da proximidade”. Poderíamos abrir um concurso de exemplos desse fenômeno.
Sou adepto da revolução da proximidade. Mas, em minha opinião, ela supõe uma sociedade muito mais igualitária, movida por autômatos comandados por trabalhadores altamente qualificados, em que ninguém precise morar em aglomerações maiores do que, digamos, 500 mil habitantes.