quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Fictitious capital, real estate


G1, 18-01-2023

Montagem: Àbeiradourbanismo
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Faz quase dez anos que as Americanas sacam a descoberto em seus bancos credores, BB incluído, montanhas de dinheiro que entraram na economia como riqueza real, utilizada para gastos operacionais de todo tipo, mas também como remuneração de acionistas e executivos. D
o lado dos bancos credores, essa montanha de títulos de dívida também passou a circular na economia como patrimônio de seus detentores. 

Nos dois lados da operação, muito dinheiro foi gasto em toda sorte de bens e serviços suntuários como automóveis de luxo, pacotes para a Copa do Mundo no Catar e, nunca é demais lembrar, imóveis em grandes cidades e resorts do Brasil e do mundo. 

Eu aposto que uma parte não desprezível desses 40 bilhões de capital confessadamente fictício foi “realizado” no mercado imobiliário de médio e alto padrão, repartindo-se polpudas rendas fundiárias entre vendedores e compradores. Os prejuízos da "inconsistência contábil" das Americanas ficam para quem investiu nas ações da empresa, para quem micou com os papagaios na mão e, obviamente, para quem perderá, cedo ou tarde, o emprego e o sustento da família.

2023-01-18

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Só falta combinar com os russos


China2Brazil 05-01-2023
https://china2brazil.com.br/china-quer-estabilizar-mercado-imobiliario/

A reunião do Politburo do Partido Comunista Chinês apontou que é necessário estabilizar o mercado imobiliário e (..) aderir ao posicionamento de que as casas são para morar e não para ‘house flipping’. (..)

2023-01-11

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Transição econômica: deseconomias urbanas


NY Times 27-12-2022
https://www.nytimes.com/2022/12/27/business/what-would-it-take-to-turn-more-offices-into-housing.html

Montagem: Àbeiradourbanismo
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Mr Bernstein não acredita na revitalização dos CBDs sem "incentivos públicos", vale dizer sem o subsídio da coletividade à margem de lucro das imobiliárias que poderiam investir na conversão dos imóveis comerciais para residenciais.

A pergunta é: por que não financiá-lo com um fundo formado pelos próprios capitais que lucraram com a construção dos CBDs e os que promoveram o seu esvaziamento indo lucrar em outros lugares? Por que não obrigar as montanhas de capital privado investido nas espirais de valorização do solo das grandes metrópoles a arcar com as deseconomias geradas pela competição espacial entre as grandes empresas? Vale para as cidades como para o meio ambiente.

A propósito, cito o instigante artigo “Mudança climática: mercado acredita na Arca de Noé”, por Felipe Sampaio, publicado no Blog do Noblat em 08-12-2022*:

“ (..) sempre que se pergunta quem banca as consequências [do aquecimento global], magoa-se a vaca sagrada do capitalismo (o lucro) e desperta-se um bicho-papão do mercado financeiro (a incerteza). (..) Enquanto algoritmos financeiros calculam como lucrar com finanças verdes, clean business, social bonds, greenwashing e ESG, um investidor distraído pode acordar com Wall Street afogada pela Baía de Manhattan ou cozinhada a 60°C. (..)”