09-04-2021, por Gustavo Solbas
https://www.bcnoticias.com.br/alargamento-balneario-camboriu-tera-o-metro-quadrado-mais-caro-do-pais-afirma-especialista/
Qual o papel dos mercados na política urbana?
Montagem: àbeiradourbanismo
“As preferências dos habitantes por localidades em uma cidade são transmitidas através dos preços no mercado imobiliário, cujo funcionamento ocorre como em qualquer outro mercado. Se muitos consumidores preferem um terreno, a competição por adquiri-lo pode elevar o preço a tal ponto que nenhuma pessoa sozinha consegue adquiri-lo.”
2021-04-12
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Construcción de desagües cloacales en Londres © Wellcome Images./ Café de las Ciudades |
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Fonte: https://www.facebook.com/photo?fbid=3918838308208229&set=a.272326446192785 Autor não identificado |
2021-03-30
‘Porto Maravalley’, o projeto que quer transformar o Porto do Rio em polo de start-ups
Foto: D J Slater 06-2011
A Invest Rio, agência de atração de negócios da prefeitura, tentará uma saída para a crise do Porto Maravilha. Junto com a aceleradora Fábrica de Startups, criou um grupo de trabalho que deve elaborar um plano executivo para transformar a região em um polo de empresas inovadoras.Participam do comitê nomes como Hudson Mendonça (MIT Reap), Ricardo Geromel (ex-Forbes e analista da 3G Radar) e José Aranha (Anprotec).Além de atrair empresas, o projeto deve prever a conversão de imóveis vagos na região em moradias de co-living e apartamentos para quem trabalha em start-ups. (..)
Carme Pinós: "El mercado diseñó nuestras ciudades y los arquitectos fueron cómplices"
“Brasília é talvez o exemplo máximo da falência do planejamento urbano no Brasil. Quando vejo que esse mesmo processo aconteceu em Belo Horizonte setenta anos antes, fico muito desapontado. Em Brasília, como em Belo Horizonte nas primeiras décadas do século XX, a parte planejada da cidade ficou sub ocupada, por décadas, enquanto a cidade crescia fora da parte planejada. Em ambas as cidades dentro de poucas décadas a população que vivia fora do plano já era bem maior que aquela dentro do plano. Então para que plano?”[3]
Empreendimento no interior paulista atrai empresas de grandes centros
"(..) Após a revolução inglesa, que introduziu a máquina à vapor; a produção em série e a revolução do silício e da eletrônica, que transformaram a indústria; chegou a vez da 4ª Revolução Industrial, que foca na melhoria da eficiência e produtividade dos processos, por meio de tecnologias de automação, troca de dados e conceitos de Internet das Coisas e computação em nuvem. (..)O ineditismo do projeto se dá em razão de reunir diversos tipos de empresas em um condomínio fechado; com guarita, segurança e monitoramento 24h por dia; e ser dotado de alta tecnologia e completa infraestrutura logística. (..)“Outro ponto importante é a redução de custos, pois o rateio da segurança pelo condomínio reduzirá muito as despesas para cada empresa, que contará com segurança armada 24h por dia, muro blindado, entre outros itens (..)."
HALL P (1992), Urban and Regional Planning. Londres e Nova York: Routledge 1996, p. 26 – Cap 2, “The Origins – urban growth from 1800 to 1940”
(excerto)(..) The precise impact of this sort of development upon the urban structure can be well seen by comparing the maps of London, in 1914 and 1939 (..). London in 1914, as we already noted, had he characteristically tentacular shape associated with the early public transport city – the city of the steam train and the horse bus. By 1939 London had assumed a completely different shape: growth was much more even in any direction, producing a roughly circular city with a radius about 12-15 miles (19-24 km) from the centre. The basic reason for this was a change in the technology of transportation. First, electric trains were more efficient carriers than the steam trains had been: accelerating and decelerating rapidly, they could serve more frequently spaced stations. Secondly, and even more importantly, the motor bus allowed a fairly rapid urban-transport service to penetrate in any direction from these stations, along existing roads, without the need for elaborate capital investment on the part of the operator; it therefore served as a highly efficient feeder service. These changes altered the pattern of accessibility within the urban area. The isochrones (lines of equal accessibility to the centre, in terms of time) were in 1914 very irregular; they fingered out a long way along the rail lines. By 1939 they had become more even and circular (or concentric) in form; and the development of the urban area followed accordingly. This form we can call typical of the later public transport city; it was not at all a creation of the private car, since in London by 1939 only about one family in ten owned owned one. (..)
La periferia le gana terreno al centro de las ciudadesLa pandemia hace caer a mínimos el peso de las compras de vivienda en las capitales provinciales, en favor de las áreas metropolitanas
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"(..) José Miguel Tabarés, vicedecano del Colegio de Registradores, no tiene duda de que esa tendencia se relaciona con el aumento de la compra de viviendas unifamiliares. “Hemos visto desde 2012 que las ventas de unifamiliares iban en ligero aumento”, señala Tabarés, quien advierte que según sus estadísticas este tipo de viviendas pasaron de representar un 15% del mercado en 2012 a un 18% en 2019. Luego llegó el gran salto: “En 2020 ha subido del 18% al 22%, más de lo que había variado en todo el tramo anterior”. “No es una tendencia nueva, lo que ocurre a nuestro entender es que la pandemia la ha acelerado”, concluye el experto.
El movimiento es más visible en grandes ciudades, las que mejor representan la imagen de núcleos urbanos dominados por pisos en bloques y rodeados de un cinturón de localidades donde es más fácil encontrar adosados, chalés u otro tipo de casas unifamiliares. Los cinco municipios más poblados de España muestran una tendencia inequívoca: las compras en la ciudad respecto al total de compras en sus respectivas provincias acabó 2020 en porcentajes mínimos en todas ellas. (..)"
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Cabe observar que “a periferia ganhar terreno ao centro das [grandes] cidades” não esvazia a metropolização: ao contrário, a reforça, ampliando o seu âmbito espacial.
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Montagem: àbeiradourbanismo Imagens originais: internet |
Crise econômica e pandemia empurram classes média e alta para o interior
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Itu, município paulista de 174 mil hab situado a 102 km da capital, oficialmente qualificado Estância Turística, é um dos destinos das famílias paulistanas emigradas na onda do home office. |
Conceito 'smart' propõe imóvel compacto por preço mais acessível
Montagem: Àbeiradourbanismo
“(..) Segundo os especialistas, o nome "smart", originalmente, referia-se a um conceito de moradia mais "inteligente" e "conectada", com comandos por redes wi-fi e bluetooth, mas que, por aqui, serviu para designar também os chamados imóveis compactos. Microapartamentos com 20, 30, 40 metros quadrados, mas com infraestrutura completa.No Jardim Brasil, o Barra Conceito, por exemplo, com três opções de planta (..) foi praticamente 100% comercializado em dois dias. Com o valor médio do metro quadrado (m²) em R$ 10 mil (..)”.
Você pode ganhar aluguel de supermercados e bancos com fundo imobiliário(..) De maneira geral, o investidor que busca fundos imobiliários pode escolher carteiras de três categorias: as que compram participações em imóveis, os chamados fundos imobiliários de tijolos; as que investem em títulos de renda fixa que financiam projetos imobiliários, os fundos imobiliários de papel; e os fundos imobiliários que investem em outros fundos, os chamados fundos de fundos.
Mas dentro de cada um desses tipos de fundos imobiliários existem as diferentes carteiras que buscam aplicar em segmentos de negócios. E um desses segmentos é o do varejo. (..)
CRUZ-MUÑOZ F, “Patrones de expansión urbana de las megaurbes latinoamericanas en el nuevo milênio”. EURE Vol 47, no. 140 (2021)
https://www.eure.cl/index.php/eure/article/view/EURE.47.140.02/1365
Este predominio del mercado como mecanismo de coordinación de las decisiones de uso del suelo constituye un rasgo característico de la ciudad neoliberal, en contraste con el periodo del fordismo urbano, cuando el papel del mercado en la producción de las materialidades urbanas estaba fuertemente mediado por el Estado a través de la definición tanto de las reglas de uso del suelo como de las características de tales materialidades. La crisis del fordismo urbano implica, por tanto, el “retorno del mercado” como elemento determinante en la producción de la ciudad neoliberal. [1]
A "metrópole neoliberal" não é uma forma pura, sequer inteiramente nova, da urbanização de mercado. Todas essas tendências foram gestadas, nasceram ou já estavam presentes, em maior ou menor grau, na “cidade desenvolvimentista”, para usar um termo chancelado pelo autor. Por outro lado, essa mesma “urbanização neoliberal” não é capaz de livrar-se do passado “fordista” que carrega dentro de si. Dois exemplos desse entrelaçamento de ciclos e suas contradições ocorrem-me de imediato.
No Brasil, a influência do neoliberalismo nas políticas urbanas pode ser tida como fator importante para a baixa eficácia, muito aquém das expectativas, das legislações urbanísticas distributivistas (recuperação da renda da terra urbana) criadas na esteira da Constituinte de 1988 e sacramentadas no Estatuto da Cidade de 2001. Contudo, os institutos legais criados sobrevivem, com raízes institucionais razoavelmente sólidas em algumas capitais e importantes redes de quadros técnicos municipais, estaduais e federais plenamente atuantes em sua defesa, difusão e aplicação.
Já o programa habitacional Minha Casa Minha Vida, um inegável sucesso quantitativo criado por um governo progressista em plena época neoliberal (2009), não por acaso saudado pela construção civil como "a salvação do setor", [2] é amplamente criticado nos meios acadêmicos e profissionais, e com razão, por ter reproduzido em larga escala a dinâmica da urbanização "desenvolvimentista", isto é, o desterro das famílias de menor rendimento para as periferias mais distantes e sub-urbanizadas. [3]
Casa de Walter Mercado está à venda por R$ 2 milhões; veja fotos
An Extremely Detailed Map of the 2020 Election
Este precioso mapa mostra em detalhes um aspecto bastante comentado a respeito da eleição de Biden nos EUA: num ambiente de acirrada polarização, ela fez valer o peso das multidões urbanas, inclusive em estados tradicionalmente arquiconservadores.
Faz-me pensar num aspecto crítico da grande metrópole no mundo contemporâneo. O marxismo cultural não existe, mas o socialismo cultural, num sentido muito preciso, sim: não como ideologia, mas como força material. É nas grandes metrópoles que o caráter social da (re)produção capitalista - fundamento de todos os “socialismos” modernos, que, nascidos em distintas classes e segmentos da sociedade, são de conteúdo variado e até conflitantes entre si - torna-se visceralmente perceptível e faz emergir os direitos coletivos como saúde pública, educação gratuita, moradia e transporte subsidiados e toda sorte de prerrogativas democráticas e reivindicações igualitaristas como aspectos “naturais”, imprescindíveis, da vida dos cidadãos-trabalhadores.
Eis aí a contradição essencial da grande metrópole contemporânea, essa armadilha civilizacional concentradora, diria quase monopolizadora, de crescimento econômico, inovação e acumulação de riqueza, portanto também de empregos, meios de vida, precariedade e pobreza.
Como livrar aquela força material das muralhas que a contêm é, já faz quase dois séculos, a “questão de um milhão de dólares”. Mas essa é outra história, que transcende em muito o escopo deste blog.
2021-02-08
Cidades policêntricas: um velho novo conceito como futuro urbano pós-pandemia
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Imagem ©Joana
França /ArchDaily Unidade de vizinhança, Brasília |
“Não se pode esperar que os economistas forneçam todas as respostas a um problema que, na realidade, exige uma análise interdisciplinar.”
Capítulo 6A estrutura espacial urbanaNeste capítulo estamos interessados na teoria econômica das estruturas espaciais urbanas. Assim, temos que examinar como a organização espacial das cidades e vilas é determinada pelas forças econômicas. Sua influência é mostrada mais claramente no conflito entre a minimização dos custos e o desejo de acessibilidade. É preciso considerar, entretanto, que para uma compreensão completa da estrutura das cidades modernas devemos relaxar as hipóteses de mercado livre e tomar explicitamente em conta o planejamento urbano e as decisões do poder público. Não se pode esperar que os economistas forneçam todas as respostas a um problema que, na realidade, exige uma análise interdisciplinar.1 A hipótese de minimização dos custos de atritoDos diversos princípios sugeridos no sentido de dar ordem e regularidade à estrutura espacial urbana, a minimização dos custos de atrito é um dos que vem sendo sustentado há mais tempo e, provavelmente, o que recebeu a maior atenção. Sua primeira formulação definitiva foi feita por R. M. Haig na década de 1920, mas entre seus seguidores encontramos também Dorau e Hinman, Ely e Werhwein, Ratcliff e, mais recentemente e sob forma bastante modificada, Guttemberg. [1] O elemento básico da teoria é que a organização da cidade reflete as tentativas de moradores e firmas para evitar o "atrito espacial". Os custos de transportes são o componente óbvio dos custos de atrito. O transporte é um meio de superar o atrito espacial, e, quanto mais eficiente a rede de transporte, tanto menores serão os custos de transporte e tanto menor será o atrito. Entretanto, o aluguel também se inclui nos custos de atrito. Isso ocorre porque, ao proporcionar acessibilidade, está proporcionando redução dos custos de transportes. Haig, aqui, retoma uma concepção bem mais antiga formulada por R. M. Hurd no início do século e implícita na análise de Von Thünen quando este antecipou a extensão de seu modelo agrário a um contexto urbano. [2] Hurd sugeriu que o valor da terra depende da proximidade, ao passo que Von Thünen afirmava que o aluguel aumentava nas proximidades do centro da cidade porque a maior conveniência dessa localização economizava mão-de-obra e tempo. Assim, o “custo de atrito” se compõe de custos de transporte e aluguéis pagos (considerados como custos negativos de transporte). A contribuição de Haig consistiu em relacionar esses dois elementos. Entretanto, a soma dos dois itens não é considerada como uma constante. [3] Pelo contrário, ele varia de acordo com o local em questão. Teoricamente, o local ótimo para uma atividade qualquer é o que oferece o grau desejado de acessibilidade ao menor custo possível de atrito. Ao que se afirma, o traçado da cidade é determinado por esse princípio. Assim, em condições de concorrência e com perfeito conhecimento, o mercado da terra urbana, ao que se supõe, opera de modo que o valor agregado dos aluguéis dos terrenos existentes e dos custos de transporte para a cidade com um todo, são mínimos. Formulações posteriores sugerem que entre os custos a serem minimizados também se inclui a desutilidade de viajar. Essa sofisticação torna a hipótese mais realista, mas a debilita do ponto de vista de sua capacidade operacional, em grande parte devido aos problemas decorrentes da dificuldade de atribuição de um valor monetário à desutilidade.(Continua)