01-05-2016, por Folhapress
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Ricos e pobres disputam cubículos em Nova York
A uma plateia que pagou mil dólares por cabeça para um baile republicano, Donald Trump falava sobre o prédio que abriga o evento, o primeiro que reformou em Manhattan, na cidade de Nova York (EUA), no ano de 1980: o hotel Grand Hyatt. Do lado de fora, a aposentada Elizabeth Cooper, 68 anos, aplaudiu um protesto contra o pré-candidato à Casa Branca, no qual o rosto de Trump aparece em cartazes em formato de fezes com a frase: “Está tudo uma merda mesmo”. Ela conta que sua filha de 34 anos não sai de casa porque “os aluguéis estão ridiculamente caros”.
As duas racham 3,8 mil dólares (mais de 13 mil reais) por um estúdio a seis quadras da Trump Tower, onde o empresário mora em uma cobertura tríplex decorada em ouro e mármore. Uma canga divide o espaço entre mãe e filha, garantindo “alguma privacidade”. O drama não é só de Elizabeth. No último trimestre de 2015, o setor imobiliário em Manhattan estourou a champanhe. O preço médio de um apartamento na ilha beirou 2 milhões de dólares (7 milhões reais). E o drama não é só de Manhattan. “Boa parte do Brooklyn ficou ainda mais cara na última década. Bairros como Brooklyn Heights sofrem ‘hipergentrificação’, com bilionários expulsando os milionários”, diz Kennedy Gould, diretor do Programa de Sustentabilidade Urbana. (Continua)
2016-05-03