domingo, 21 de dezembro de 2025

Wikipedia 2025: a era dos bondes em São Paulo

WIKIPEDIA, “Bondes de São Paulo”
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bondes_de_S%C3%A3o_Paulo

(..) Os primeiros registros do transporte por bondes em São Paulo datam de 1872, quando a cidade contava com um serviço de bondes puxados por tração animal, chamados de bonde a burro, operados por diferentes empresas. A primeira viagem desse modal foi feita entre a Rua do Carmo e a
Estação da Luz, facilitando o transporte de pessoas e mercadorias entre o interior do estado e o Porto de Santos. Os primeiros veículos, importados dos Estados Unidos, eram pequenos, abertos e rapidamente se popularizaram. (..) 

Em 7 de agosto de 1890, foi inaugurada a linha de bonde de tração animal da Empresa de Bondes de Sant'Ana que ligava o alto do bairro homônimo, fazendo a ligação entre a região e a Ponte Grande.[1] A linha durou até o mês de maio do ano de 1907 após revolta popular devido ao mau serviço prestado, sendo a última linha de bonde de tração animal a circular na cidade.[2][3]


O Tramway de Santo Amaro foi inaugurado como linha de bonde a vapor em 1886, ligava o então município de Santo Amaro (1832-1935) ao centro de São Paulo. Em 1913, foi eletrificado, tornando-se um dos principais eixos de integração metropolitana. A linha foi fundamental para a urbanização e o crescimento econômico de Santo Amaro, que posteriormente foi incorporado à cidade de São Paulo.[4] Ligava o centro da metrópole à Zona Sul, passando por diversos bairros que hoje são bastante conhecidos e valorizados. O trajeto incluía regiões como Vila Mariana, Ibirapuera, Indianópolis, Alto da Boa Vista, até chegar ao centro do município extinto.[5] (..)


Em 1892, a cidade já possuía linhas para o Ipiranga, e em 1897, as estações dos bondes de tração animal e suas ramificações já cobriam grande parte da cidade, com horários das 6h às 23h. Ao longo de 30 [?]  décadas, o sistema expandiu-se, com linhas para bairros como Brás, Santa Cecília, Consolação e Mooca.[8]


Com a fundação da São Paulo Tramway, Light and Power Company, em 1899, iniciou-se a transição para o sistema elétrico. A Light encampou algumas dessas empresas de bondes de tração animal, consolidando o controle sobre o transporte coletivo e promovendo a modernização da infraestrutura urbana. [9]


A virada do século XX marcou uma revolução tecnológica no transporte público paulistano. Em 7 de maio de 1900, a Light inaugurou a primeira linha de bondes elétricos, ligando o Largo de São Bento ao bairro da Barra Funda. Ainda em 1900, a rede já contava com 9 linhas, 25 bondes e 24 km de trilhos, transportando 3,4 milhões de passageiros em seu primeiro ano. Em 17 de junho de 1900, o serviço já alcançava as avenidas Paulista, São João e Rua Augusta consolidando essas vias como eixos de mobilidade e crescimento urbano. A cidade foi a quarta do país a ter bonde elétrico, após Rio de Janeiro (1892), Salvador (1897) e Manaus (1899). (..)


2025-12-21


quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Borin 2017: mercado de terras em São Paulo c.1900

BORIN M, “Arruamentos e loteamentos em São Paulo na passagem do Império para a República: legislação e agentes”. XXVII Enampur, São Paulo 2017
https://xviienanpur.anpur.org.br/.../ST.../ST%207.9-03.pdf

Montagem: À beira do urbanismo
Clique na imagem para ampliar


Mercado de terras e seus investidores

O mercado de terras em São Paulo nesse período teve uma miríade de agentes, e identificá-los é fundamental para entender o processo de expansão geográfica em São Paulo, empreendida principalmente dentro da lógica dos loteamentos. Alguns estudos apontam de forma difusa os loteadores como os próprios proprietários de terras. [4] Uma parte desses estudos também carrega uma tônica de que esses investimentos foram oportunistas, no sentido de não serem planejados, de não estarem inseridos em uma racionalidade empresarial; apenas estariam se aproveitando da crescente valorização da terra em São Paulo naquele período. No entanto, estudos mais recentes vêm apontando a necessidade de se determinar de forma mais precisa a participação de grupos empresariais coordenados investindo racionalmente nesse setor. [5] Brito, por exemplo, vê nas atividades urbanizadoras uma “uma presença empresarial bem estruturada, pautada numa ação conjunta, planejada e restrita a um relativamente pequeno número de empresários, que articulava diferentes atividades econômicas, participava direta ou indiretamente da administração pública e concentrava a propriedade de uma razoável extensão territorial no entorno do núcleo urbano” (BRITO, 2000, p. 7), em um levantamento feito para o período de 1890 a 1911.

Uma das características dessa racionalidade empresarial presente na expansão geográfica de São Paulo era a diversificação das atividades das empresas presentes no processo dos loteamentos: as empresas não só atuavam na compra de terrenos e no seu loteamento, mas também, em geral, acumulavam uma série de atividades correlatas ao setor, como a produção, importação e comercialização de materiais para construção (BRITO, 2000, p. 13), construção das habitações, instalação e exploração de serviços urbanos como abastecimento de água e transporte coletivo, além da cessão de crédito para aquisição de imóveis (BRITO, 2000, p. 22). Esses dados apontam para uma concentração dos agentes privados envolvidos no processo de elaboração do espaço urbano na cidade nesse período, o que é reafirmado pelo levantamento dos acionistas das Sociedades Anônimas envolvidas na abertura e comercialização de lotes, entre 1890 e 1911, em São Paulo, realizado por Brito: Victor Nothmann era acionista de treze empresas; FP Ramos de Azevedo, de oito; Antonio Proost Rodoavalho, de sete; Pedro Vicente de Azevedo, de seis; e as famílias Domingos Sertório, Paes de Barros e Mello Oliveira, de quatro empresas cada. Isso num universo de 45 sociedades anônimas que atuavam nesse mesmo setor no período.

Em que pese esse cenário, a pesquisa de Brito aponta a necessidade de se questionar o aparente dinamismo do mercado imobiliário no período, já que foram mostradas sensíveis oscilações, especialmente após a proclamação da República (BRITO, 2000, p. 104). Relatos de empresários e comparações das plantas apontaram que houve uma estagnação do mercado entre 1893 e 1907 (BRITO, 2000, p. 107). (..)

2025-12-14

domingo, 14 de dezembro de 2025

Santos 2012: a era dos bondes em Salvador

OBSERVATÓRIO DO COTIDIANO (blog) 13-08-2012, “Uma Breve História dos Bondes em Salvador", por Almir Santos
https://salvador2012.blogspot.com/2012/08/uma-breve-historia-dos-bondes-em_13.html


“O transporte público outorgado em Salvador data dos meados do século XIX.
A cidade não mais se restringia ao plano piloto de Luiz Dias implantado pelo Governador Thomé de Souza. Crescia em três vetores: Graça, Barra, Rio Vermelho; Santo Antônio, Soledade, Liberdade; e Bonfim, Itapagipe.

Rafael Ariani e Monteiro & Carreira foram empresas pioneiras na exploração dos serviços de bondes com tração animal. (..) 

Em 1897 veio a eletrificação dos bondes. Em Salvador circularia a segunda linha de bondes elétricos do Brasil, só existente no Rio de Janeiro, então capital. A primeira linha eletrificada foi Calçada/ Bonfim.

E ainda, foi em Salvador que se instalou o primeiro e revolucionário elevador público do mundo, em 1873: o Elevador Hidráulico da Conceição, hoje conhecido como Elevador Lacerda.

No início do século XX operavam os bondes as empresas Companhia Linha Circular, Companhia Trilhos Centrais e Guinle & Co. (..)

A disputa para a concessão de linhas era acirrada, onde o negociante mais sério concorrente era Antônio Francisco de Lacerda, o construtor do transporte para ligar as duas partes Alta e baixa da cidade, o Elevador Lacerda. (..)

O Monopólio

Houve a fusão definitiva entre as Companhias Linha Circular e Trilhos Centrais. As empresas, que já funcionavam com os mesmos diretores desde o controle acionário da Guinle & Co, em 22 de setembro de 1926 tiveram a unificação de seus bens na Companhia Linha Circular, Assim a Companhia Linha Circular chegava ao final da década de 1920 assumindo o monopólio dos serviços de distribuição de energia elétrica e transporte urbano da Cidade do Salvador. Enquanto a Companhia Energia Elétrica da Bahia ficava com as concessões de energia elétrica, a Companhia Linha Circular, por contrato de 28 de maio de 1929, obteve o direito de explorar o serviço de bondes em todo o município do Salvador.

A população reclamava bons serviços, até que em 1929 o grupo norte-americano que além do transporte, bonde e elevadores, também passou a explorar os serviços de energia e telefone. A empresa de transporte era chamada de Companhia Linha Circular de Carris da Bahia, ou simplesmente Circular. Era uma empresa estrangeira [que havia] monopolizado três segmentos da economia.

A insatisfação com os gringos americanos, assim chamados, era grande que tinham dificuldades na manutenção dos equipamentos, veículos e linha férrea, até que em 4 de outubro de 1930, insuflados pelo clima revolucionário que assolava o país a população promoveu o conhecido quebra-bonde onde 84 veículos foram destruídos, além de saqueada a sede da empresa situada na Rua D. Jerônimo Thomé no Bairro da Sé. (..)

Acesse o artigo completo pelo link
2025-12-12

quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

Imposto de Rendimentos da Pessoa Física

Valor / Globo 06-12-2025, por Ana Luiza Tieghi
https://valor.globo.com/empresas/noticia/2025/12/06/mcmv-aumenta-acesso-a-imvel-em-sp-mas-renda-ainda-insuficiente-mostra-pesquisa.ghtml

Preço na cidade de São Paulo caiu, mas ainda é 2,2 vezes maior do que a renda domiciliar média da população

Na chamada desta matéria, onde está escrito 'renda', deve-se ler 'rendimentos'. Faz tempo que eu me pergunto se não cairia bem um esforço para melhorar essa terminologia. Em Portugal, 'rendas' significa 'aluguéis'. No Brasil, o termo 'imposto de renda' designa o imposto sobre os rendimentos, do qual estarão isentos, a partir de 2026, os que recebem até R$ 5 mil mensais. Os rendimentos de uma família podem provir, por exemplo, de salários e rendas de aluguel. Impostos sobre a renda são aqueles que incidem sobre os ganhos de monopólio, muito especialmente os que provêm da propriedade da terra urbana, contidos no IPTU, no ITBI e no imposto sobre o lucro imobiliário, comumente chamado IRPF GC (Imposto de Renda Pessoa Física sobre Ganho de Capital). Se nosso Imposto de Renda passasse a se chamar Imposto de [sobre os] Rendimentos da Pessoa Física, a sigla continuaria sendo IRPF - ainda que precisássemos de três gerações para deixar de dizer 'imposto de renda'. Admito, por outro lado, que talvez não convenha ao mundo dos negócios, hoje mais do que nunca, distinguir a ‘renda’ como um tipo específico de rendimento. 


2025-12-10


domingo, 7 de dezembro de 2025

Smolka 1983: a cidade mercantil brasileira

SMOLKA M, “Estruturas Intra-Urbanas e Segregação Social no Espaço: elementos para uma discussão da cidade na teoria econômica”. [Excerto] PNPE, Série Fac-Símile no. 13, Rio de Janeiro, Nov 1983, pp. 24-26 e 53-54. [Transcrição PJ] 
https://pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/7655/1/N.%2031%20v.%201-min.pdf

Obs. Este texto, disponível na Internet e aqui parcialmente transcrito dada a sua relevância para o estudo da formação das metrópoles brasileiras, é aberto por uma Nota do Autor que adverte: 


“Com a maturação dos termos aqui discutidos, e sobretudo após as críticas construtivas recebidas a esta primeira versão do estudo (concluído em agosto de 1982) tornou-se oportuno, e talvez necessário mesmo,  efetuar algumas modificações antes de sua liberação para circulação na forma impressa. Lamentavelmente (..) ainda não foi possível incorporar tais alterações, [que] referem-se a (..)”



Salvador, Bahia.

Ilustração de Carlos Julião, 1779 (detalhe).

Gabinete de Estudos Arqueológicos

da Engenharia Militar, Lisboa. 


2. A cidade mercantil

Em princípio, (nesta fase) a dinâmica da acumulação comercial apresenta pouca influência sobre a estruturação interna urbana. Isto se deve em primeiro lugar ao fato de que nesta fase (*) ainda não são suficientemente afetadas as relações sociais de produção.


De fato neste estágio observa-se apenas o surgimento de uma classe de comerciantes e de uma divisão de trabalho com respeito à atividade artesanal manufatureira, e uma dinamização da produção de mercadorias, i,e. de bens produzidos para a troca. No entanto, a produção em si está entregue a múltiplos e pequenos estabelecimentos, em geral conduzidos pela conjugação dos meios de produção nas mãos do próprio trabalhador.

Nesse sentido o locus da produção e o locus da moradia tendem a confundir-se, superpor-se em espaços simultânea e alternadamente da produção e da moradia, dispersos de forma mais ou menos aleatória sobre o espaço geográfico. Em outras palavras, a separação entre o local de trabalho e de residência é ainda restrita dada a pouca concentração dos meios de produção nas mãos de capitalistas. As condições de produção e mesmo de circulação estão ainda bem descentralizadas.


A aceleração da acumulação comercial associada à extensão da atividade de trocas e mercados regionais cada vez mais amplos é paulatinamente reforçada por uma crescente divisão do trabalho. Esta divisão se manifesta tanto na esfera da produção na forma de uma especialização funcional em atividades operando em escala crescente quanto na própria esfera da circulação através de atividades de grande porte como portos, armazéns de estocagem e, concomitantemente a separação entre atacadistas e varejistas.


Com isto assiste-se aos primórdios de uma separação funcional de uso do solo urbano - bem verdade ainda pouco desenvolvida - com a distinção entre áreas nitidamente atacadistas das áreas varejistas. Os poucos assalariados emergentes tendo que residir próximo aos locais de trabalho em virtude do tipo de regime de trabalho prevalecente.


Eram ainda poucos os empregadores que operavam em escala suficiente para criar zonas distintas marcadas por suficiente força gravitacional sobre áreas circunvizinhas.


Assim, muito embora alguma divisão funcional urbana já tenha surgido, esta ainda não atinge, propriamente, a atividade de produção limitando-se apenas à concentração de certas facilidades voltadas à eficiência ou expediência comercial, e também a centralização de certas atividades culturais e administrativas, associadas ao domínio emergente a burguesia sobre a vida urbana.


A segregação social era ainda bem reduzida apesar de que com a crescente desigualdade de renda e riqueza oriunda de vantagens de intermediação entre compradores e vendedores acentuam-se diferenças entre as moradias dos bem sucedidos comerciantes e aqueles da população em geral. A riqueza obtida de ganhos mercantis era ainda vista com certa suspeita, sendo frequentemente alvo de maledicência e indignação.


Daí surgirem os primeiros conflitos entre a necessidade de ostentação, expressa visualmente nas moradias de luxo, e a reação da vizinhança, estabelecendo-se a partir daí a necessidade de certa separação social no espaço.


Isto é facilitado pelo surgimento, já nesta época, de rudimentares planos urbanos destinados a melhor adequar a cidade às necessidades concretas da atividade mercantil bem como ao pensamento racionalista burguês que ora se impunha.


Em suma, a cidade comercial correspondente aos primórdios da formação do sistema capitalista e concomitantemente à própria formação do Estado nacional ainda não apresentava traços marcantes de segregação social. O local de trabalho e de residência se confundiam num contexto de elevada densidade urbana.


Entretanto, com a dinamização da acumulação mercantil, estabelecem-se certos padrões de diferenciação funcional de áreas urbanas, destacando-se as áreas destinadas à facilidades vinculadas ao comércio atacadista. Ao mesmo tempo que a consolidação de uma burguesia comercial, enquanto classe, é acompanhada de ostentação material como símbolo de sucesso empresarial provocando algumas reações que se expressavam também ao nível de vizinhança. Aos bem-sucedidos comerciantes juntavam-se ainda outras parcelas da burguesia vinculadas a atividades como de administração pública, na busca de locais de residência diferenciados da população em geral.

____

(*) Não se trata aqui de uma fase propriamente capitalista, já que o capital não teria ainda adentrado a produção no entanto. 


(..)


3. Da Cidade Comercial à Primeira Fase da Industrialização


3.1 A Consolidação da Cidade Comercial


Com a assinatura do Tratado de Methuen (1703) e o consequente privilégio inglês sobre o comércio brasileiro, dinamiza-se a atividade importadora especialmente de manufaturados ingleses, além  de estimular certa diversificação na exploração primária exportadora que aqui se praticava. Com isto diversifica-se também a estrutura social das cidades, com o surgimento de comerciantes, financistas, transportadores etc., associados às novas funções adquiridas pelos núcleos urbanos pré-existentes. Estes agora “(em) lugar de constituírem apenas pontos obrigatórios  de passagem das mercadorias exportadas e importadas (..) passam a ser centros importantes de redistribuição de mercadorias entre diferentes regiões da mesma colônia” (Singer, 1973, p. 103). Vale dizer, elas adquirem um caráter mais comercial, que “entrava em contradição com o seu caráter de cidade de conquista, i.e. de prolongamento instrumental de um poder metropolitano que se tornava cada vez mais externo até ficar estrangeiro”.


Para Singer “(esta) contradição era inevitável e estava fadada a eclodir mais cedo ou mais tarde; à cidade de conquista cabia exportar sem contrapartida o máximo possível do excedente colonial, ao passo que á cidade comercial convinha vendê-lo pelo melhor preço maximizando o retorno. Desta maneira a cidade comercial se fez porta-voz de todos os interesses que almejavam transformar o excedente comercializável em excedente comercial e em aliança com eles enfrentou e venceu a cidade de conquista”. (Ibid, p. 105)


Do ponto de vista da estrutura interna da cidade estas transformações pouco afetaram o padrão de uso do solo pré-existente; apenas intensificaram as tendências já exibidas pela cidade colonial. Entretanto, o relativo enriquecimento proporcionado pela dinamização das funções comerciais destas cidades, vai permitir a realização de uns poucos melhoramentos físico-urbanísticos (calçamento, etc..), o que vai se acentuar na medida em que os grandes proprietários fundiários passam a despender maior parte do tempo nelas. Esta última talvez seja a característica mais marcante desta nova fase comercial. A cidade passa a adquirir melhores condições para a sustentação de vida permanente na medida que atraía maior parcela da renda gerada no campo na forma de gastos em serviços urbanos.


2025-12-07

quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

Imobi Report 04-11-2025
https://imobireport.com.br/news-do-imobi/receita-federal-aperta-o-cerco-contra-a-informalidade-nos-imoveis/

Receita Federal aperta o cerco contra a informalidade nos imóveis

A partir de 2026, a Receita Federal implementará o Cadastro Imobiliário Brasileiro (CIB), o “CPF dos Imóveis”, que integrará dados de cartórios, prefeituras e órgãos federais para cruzar informações e combater sonegação e informalidade no mercado imobiliário. O sistema permitirá multas de até 150% por omissão de rendimentos e trará impacto na base de cálculo de tributos como IPTU, ITBI e ITCMD. Além disso, vendas recorrentes de imóveis poderão ser tributadas pelo IBS e CBS, exigindo replanejamento financeiro das imobiliárias.

*

Provavelmente a mais importante medida governamental jamais tomada no Brasil, e talvez na América Latina, em favor da recuperação de mais-valias do solo urbano, não por acaso atacada por grande parte da imprensa de negócios imobiliários como 'política de aumento de impostos'. Tema obrigatório para futuras investigações de mestrado e doutorado em políticas urbanas. Mais informações nas passagens abaixo, constantes da matéria do Imobi Report.

*

A Receita Federal vai redesenhar as regras fiscais para proprietários e investidores do mercado imobiliário a partir de 2026. A peça central dessa nova estrutura é o Cadastro Imobiliário Brasileiro (CIB), apelidado de “CPF dos Imóveis”, uma ferramenta que, combinada às novas diretrizes da Reforma Tributária, vai auxiliar no combate à informalidade e à sonegação. Seu principal objetivo é acabar com a fragmentação de dados que historicamente permitiu brechas na fiscalização de aluguéis, heranças e transações de compra e venda. Em outras palavras, é um revés para a sonegação e enfraquece a locação direta pelos proprietários. (Gazeta do Povo)

O “CPF dos Imóveis”, regulamentado pela Instrução Normativa RFB nº 2.275/2025, funcionará como um identificador nacional único para cada imóvel, seja ele urbano ou rural. Na prática, o sistema integrará informações que hoje estão dispersas entre cartórios (matrículas de RGI), prefeituras (inscrições de IPTU) e órgãos federais como o Incra. Essa centralização de dados permitirá à Receita Federal um cruzamento automático e em tempo real do patrimônio imobiliário dos contribuintes, identificando com precisão quem omite rendimentos de aluguel ou declara valores de transação abaixo do mercado. (Terra)

A partir de 2026, a omissão de rendimentos de aluguel poderá resultar em multas de até 150% sobre o valor do imposto devido, além da cobrança retroativa dos últimos cinco anos. A fiscalização será potencializada pela definição de um “valor de referência” oficial para cada imóvel, calculado anualmente com base em dados de mercado. Em artigo para o Estadão, a advogada especialista em Direito Imobiliário Samira de Mendonça Tanus Madeira comenta que, embora a Receita afirme que o CIB não vai criar novos tributos, esse valor de referência servirá como parâmetro para a fiscalização e poderá, indiretamente, aumentar a base de cálculo de impostos como IPTU, ITBI e ITCMD, especialmente para proprietários com imóveis subavaliados ou com registros desatualizados. (Estadão)

Este movimento de rigor fiscal também trará mudanças na venda de imóveis. A venda de imóveis por empresas, como construtoras e incorporadoras, passará a ser tributada pelo novo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). Para pessoas físicas, a atenção deve ser redobrada: quem vender mais de três imóveis em um mesmo ano, ou mais de um imóvel construído por conta própria nos últimos cinco anos, será equiparado a uma pessoa jurídica e também passará a ser tributado pelo IBS e pela CBS, além do já existente Imposto de Renda sobre ganho de capital. (E-Investidor)

Todas essas mudanças vão exigir um replanejamento financeiro das imobiliárias, sendo este o tema central da live “Reforma Tributária: como preparar financeiramente a sua imobiliária”, transmitida gratuitamente no dia 6 de novembro, às 11h. O conteúdo vai reunir o conhecimento de Dioner Segala (CUPOLA) e Franciele Rocha (Contimob) para esclarecer como os novos tributos vão impactar o caixa, o repasse de aluguéis, a estrutura contábil e a precificação das imobiliárias. Eles vão compartilhar ações necessárias para manter a rentabilidade e orientar clientes, com foco nas decisões financeiras que precisam ser tomadas ainda em 2025. (Live Financeiro Essencial)

2025-12-03

domingo, 30 de novembro de 2025

Financeirização ou capitalismo de rendas?

Público 18-09-2025, por Bruna Santos
https://www.publico.pt/2025/09/18/p3/cronica/bolha-imobiliario-nao-vai-rebentar-2145996

A bolha do imobiliário não vai rebentar

O anúncio de Luís Montenegro sobre 1300 milhões de euros para habitação acessível parece responder à lógica elementar da crise habitacional: mais procura que oferta exige mais construção. Esta abordagem aparentemente óbvia ignora uma transformação fundamental: a habitação deixou de ser um bem de primeira necessidade para se tornar um activo financeiro no sentido estrito. (..)

Os dados portugueses são absolutamente devastadores: nos últimos dez anos, o preço médio das casas mais do que duplicou, enquanto os salários cresceram marginalmente, frequentemente abaixo da inflação real. Esta disparidade não é acidental nem temporária — é o resultado directo da financeirização do mercado de habitação. (..)

A habitação tornou-se uma reserva de valor global, equiparável a acções, obrigações ou ouro. As nossas cidades competem agora directamente com outras capitais europeias pelos fluxos de investimento internacionais. Um apartamento vale o que vale não porque os portugueses conseguem pagar esse preço, mas porque investidores internacionais consideram esse preço competitivo face às alternativas de investimento globais. (..)

*

"Financeirização" vem se tornando um mantra, uma palavra-ônibus que explicaria por si só o drama das famílias que não encontram moradia minimamente próxima às fontes de emprego ao alcance do seu nível de rendimentos. 

Para a autora do artigo acima, o aumento de mais de 100% do preço da moradia em Portugal nos últimos dez anos, em face de "um crescimento apenas marginal dos salários", se explicaria por ter a moradia deixado de ser um "bem de primeira necessidade" para se tornar "um ativo financeiro em sentido estrito". Segundo ela,

"um apartamento vale o que vale não porque os portugueses conseguem pagar esse preço, mas porque investidores internacionais consideram esse preço competitivo face às alternativas de investimento globais".

Mas quem são, eu me pergunto, os "investidores internacionais" que consideram competitivos preços da moradia que a maioria dos portugueses não consegue pagar? Obviamente, os grandes proprietários, ou controladores, estrangeiros de imóveis residenciais em Portugal.

E por quê esses preços seriam "competitivos"? Porque outros demandantes de moradias portuguesas que não os trabalhadores portugueses estão econômica e juridicamente aptos e dispostos a pagá-los; são eles, com suas ofertas, não os "investidores ", que determinam esse preços.

E quem são esses demandantes? Segundo uma enxurrada de artigos da própria imprensa portuguesa e até mesmo um relatório da União Europeia, um considerável contingente de estrangeiros endinheirados - do Brasil e norte da Europa, principalmente - interessados em comprá-las para seu uso, ou para alugar e vender a outros estrangeiros endinheirados para os quais Portugal é uma magnífica opção de aposentadoria longe dos rigores do inverno norte-europeu, férias de verão, turismo em geral, estadia de curta duração e nomadismo digital.

Artigo publicado na Veja em junho de 2024 [1] nos diz que as políticas de atração de imigrantes dos anos precedentes geraram um contingente de 800 mil estrangeiros residentes no país, “desencadeando uma espiral de alta de preços como nunca se viu”: aluguel médio de 2.500 euros em Lisboa, o mais alto da Europa naquele momento segundo a multinacional Housing Anywhere. E mesmo com as limitações impostas pelo governo (extinção dos incentivos fiscais para estrangeiros e do Golden Visa, que concedia cidadania a quem investisse no país, regulação e taxação do aluguel rotativo), os preços continuaram nas alturas, com seus típicos efeitos: deslocamento das famílias de baixos rendimentos para as periferias, multiplicação da população de rua e aumento expressivo da ‘geração canguru’ - adultos que moram com os pais. 

E onde, afinal, entra a "financeirização"? 

Em postagem anterior deste blog, escrevi:

A moradia – assim entendo - é financeirizada desde que passou a ser produzida para o mercado, pela simples razão que são poucos os que podem comprá-la sem financiamento ao menos parcial de seu preço. Tradicionalmente, os contratos de hipoteca preveem que o próprio imóvel é a garantia do empréstimo para a sua aquisição. (..)

A financeirização da moradia deu um salto de qualidade quando, com a desregulamentação de fins do século passado, generalizou-se nos EUA e Inglaterra a prática dos empréstimos bancários garantidos pelo imóvel residencial para a compra de bens de consumo, viagens, universidade etc. Famílias com rendimentos estagnados, e até decrescentes, passaram a consumir… o valor futuro de suas casas!

E uma vez re-hipotecados os imóveis em troca de liquidez a curto prazo, os título de dívida passaram a ser vendidos pelos bancos a credores de que os devedores nunca tinham ouvido falar, nos mais diversos países – a pirâmide financeira que desmoronou em 2007, levando milhões de pequenos investidores, boa parte deles trabalhadores cooptados para a mítica 'república dos pequenos proprietários’, à perda de seu capital, isto é, de suas próprias moradias que, afinal, eram o lastro de tudo! [2]

O que se está chamando, porém, de "financeirização" na história recente de Portugal é o fato de que, depois da crise de 2008 e da consequente queda abrupta dos juros, a oferta de moradia para estrangeiros endinheirados e portugueses enriquecidos tornou-se um negócio lucrativo o suficiente para atrair o interesse tanto de grandes imobiliárias sediadas no EUA, Europa e Ásia quanto de capitais de investimento - o capital 'em estado puro' - que circulam pelo mundo à espera de oportunidades de valorização. [3] 

Até a explosão da crise habitacional, Portugal vinha desfrutando, mesmo sob governos social-democratas, de uma lufada tão bem recebida quanto temerária de enriquecimento à base de rendas estrangeiras - aliás registrada com alguma constância neste blog. 

Ainda que favoreça a especulação de preços pela via da retenção da oferta, e que deva por isso ser combatida pelos sindicatos e movimentos de moradia no âmbito da União Europeia, não é a concentração da propriedade imobiliária em mãos de um pequeno número de capitalistas a causa dos fabulosos aumentos de preços de que estamos falando. Foi o incentivo português à captura de rendas pagas por estrangeiros, sob a forma, por exemplo, dos Vistos Gold, e de uma legislação correspondentemente permissiva, que tornou as moradias dos país um alvo preferencial das grandes imobiliárias e dos capitais de risco.    

Não se trata de que a moradia em geral é tratada, em Portugal como em todos os países do mundo, como "ativo financeiro", deixando de ser - como já li em algum lugar - "valor de uso"; pois se a moradia deixa de ser "valor de uso", não pode se tornar "ativo financeiro": qual imobiliária ou especulador compraria um apartamento que seus potenciais clientes não queiram usar? 

Apartamentos bem conservados e bem localizados - relativamente às expectativas da demanda - se tornaram ativos privilegiados na economia contemporânea porque, ao passo que a rentabilidade do investimento em produtos industriais não portadores de qualidades ‘exclusivas’, reais ou imaginárias, tende mais ou menos rapidamente, por força da concorrência, à taxa média de lucro do segmento, o solo que ancora os bens imobiliários os 'condena' a aumentos automáticos de preços, de compra-venda e de aluguel, resultantes de externalidades socialmente criadas como o crescimento do PIB e dos rendimentos familiares, a expansão continuada que torna urbanas as terras suburbanas e periféricas, o aumento da escassez relativa das melhores localizações e, vale lembrar, a própria concentração da riqueza nacional e planetária.

Não foi por out
ra razão que, depois da II Guerra Mundial, o uso dos imóveis residenciais também como 'ativos financeiros' tornou-se uma prática social generalizada nos países ricos, e mais tarde até nos intermediários, como o Brasil, respondendo pela ascensão dos trabalhadores qualificados ao status de 'classe média'. A valorização da casa própria a longo prazo e seu legado aos descendentes como bem de capital está na base do Sonho Americano, do Estado do Bem-Estar europeu - ainda que em menor medida [4] - e, já no século XXI, de uma parte cada vez mais significativa do programa brasileiro Minha Casa Minha Vida.

De todo modo, imóveis não encarecem na escala hoje registrada em Portugal por se tornar propriedade de capitalistas do ramo imobiliário; capitalistas do mundo inteiro passaram a adquiri-los em grande quantidade por duas razões. A primeira, de ordem geral: imóveis são bens duráveis que, a depender da localização, mesmo  depois de totalmente amortizados  continuam a gerar lucro excedente (renda) ao investimento em conservação - e tanto mais renda quanto mais valorizada e escassa a terra-localização. O que nos leva à segunda razão: a notável discrepância, no âmbito da União Europeia, de características climáticas e níveis de rendimento familiar entre países setentrionais e mediterrâneos, notadamente Portugal.    

Quanto à crítica, com a qual compartilho, de que a moradia não vem sendo tratada como "bem de primeira necessidade", considero que os últimos governos portugueses não cuidaram, como deveriam, de - no mínimo - dirigir a proporção que fosse necessária do arrecadado com as rendas estrangeiras para a construção, em terrenos centrais e pericentrais das grandes cidades legalmente reservados para tal fim, de moradias ao alcance dos rendimentos do trabalhadorado português. 

Afinal, que outra coisa poderia significar, em se tratando do direito à habitação, o termo "social-democracia"? 

*
PS: A edição deste domingo do jornal La Vanguardia publica matéria intitulada “Catalunya inicia los trabajos sobre la prohibición de la compra de vivienda para invertir”. [5]

'Aquisição de residências para fins de investimento' me soa como um bem-sucedido esforço de interpretação do jargão urbanístico 'financeirização da moradia'. No entanto, ainda que a extinção da compra-venda de residências para fins de investimento capitalista faça sentido como horizonte de política urbana - medidas socializantes são urgentes, creio, em todos os âmbitos da vida econômica global -, há que considerar: 

(1) que além de fonte de rendimentos regulares para muitos pequenos proprietários, a moradia, na condição de 'casa própria', se torn0u a forma mais difundida de capitalização, vale dizer de 'investimento', da classe média como um todo, aí incluído um enorme contingente de trabalhadores qualificados, no futuro de suas famílias

(2) que a proposta implica uma intervenção na economia de mercado muito mais profunda que o mero controle dos alugueis, com repercussões sobre toda a cadeia produtiva da construção civil e seus derivados, além do financiamento bancário. 

Medidas dessa natureza teriam de ser implantadas num âmbito geopolítico muito maior, com amplo apoio político e conhecimento de causa da sociedade organizada, de maneira progressiva para fins de controle de impactos e, o mais importante, de cima para baixo economicamente falando. Seria um erro crasso empurrar para o mesmo balaio os grandes capitalistas imobiliários nacionais e estrangeiros e a pequena-burguesia em geral e, no caso, os pequenos proprietários catalães. 

Não há que ter ilusões: nenhuma medida econômica que afete significativamente o funcionamento de qualquer segmento do mercado mundial, vale dizer dos oligopólios que o controlam, poderá estabilizar-se a curto e médio prazos. 

Por que, então,  não começar enfrentando os efeitos das políticas de controle dos alugueis já aplicadas em muitas cidades? Limitando a concentração da propriedade imobiliária residencial? Taxando as rendas fundiárias excedentes aos ganhos de capital 'normais', ou 'médios', da propriedade imobiliária? E criando, em caráter de urgência, a Associação Internacional da Moradia Social?

*
Para ilustrar os pontos de vista desta postagem, reproduzo abaixo trechos de matérias recentemente publicadas sobre o tema na imprensa portuguesa de negócios.

Portugal é o país da União Europeia (UE) onde os preços das casas estão mais sobrevalorizados e onde o turismo mais contribuiu para essa sobrevalorização. A conclusão é de um relatório da Comissão Europeia que estima que os preços da habitação em Portugal estão sobrevalorizados em 35%. (..) O relatório aponta vários motivos para o aumento dos preços das casas na UE, desde logo o êxodo urbano e o abrandamento da construção de novas habitações. (..) Em contrapartida, há um indicador que tem contribuído para a subida dos preços das casas em Portugal - o turismo. Segundo o relatório, “a nível nacional há indícios de que Portugal é o país onde o turismo teve o maior impacto nos preços das habitações”, designadamente com o crescimento de plataformas de partilha de casas, que tem pressionado os preços de arrendamento e de compra de imóveis “em algumas localizações privilegiadas, como os centros históricos”. [“Portugal é o país com as casas mais sobrevalorizadas da UE - e dar benefícios fiscais 'alimenta o aumento dos preços'". CNN Portugal 16-10-2025, por BCE] https://cnnportugal.iol.pt/habitacao/habitacao-em-portugal/portugal-e-o-pais-com-as-casas-mais-sobrevalorizadas-da-ue-e-dar-beneficios-fiscais-alimenta-o-aumento-dos-precos/20251016/68f0e59ed34ee0c2fed15173
 

 “Notícias recentes têm referido estudos em que o preço das casas sobe mais em zonas de maior aumento de construção. (..) A explicação, longe de ser um mistério, reside numa força económica muito simples e poderosa: a procura. E, neste momento, a procura é uma maré que levanta todos os barcos, até os que ainda estão no estaleiro. (..) Ainda que menos vigorosa do que há uns anos, também assistimos à pressão do turismo e Alojamento Local (AL). O sucesso do turismo transformou milhares de habitações em unidades de curta-duração, retirando-as do mercado de arrendamento (..) especialmente nos centros urbanos. (..) Os programas de Regime de Residentes Não-Habituais e Vistos Gold, embora revistos, atraíram um fluxo significativo de investidores e reformados com alto poder de compra, segmentando uma parte do mercado para um nível de preços superior. (..) o mercado não pode servir apenas o segmento de luxo. (..) Uma abordagem interessante poderia ser o modelo 1/3+1/3+1/3 em novos empreendimentos de média/grande  dimensão, com incentivos para que 1/3 da área seja destinada a habitação acessível (com preços controlados), 1/3 a preços de mercado intermédios, e 1/3 ao segmento superior. Isto evitaria a segregação social e garantiria que o crescimento beneficia todos. ["Mais cimento, mais confusão? A procura é que manda no Mercado Imobiliário". Observador 14-11-2025, por Rute Xavier] https://observador.pt/opiniao/mais-cimento-mais-confusao-a-procura-e-que-manda-no-mercado-imobiliario/

Foi fundada há quase 120 anos nos EUA e tem mais de 3.000 agências espalhadas por mais de 45 países. Falamos da rede imobiliária Coldwell Banker (CB), que aterrou em Portugal em 2017 e tem atualmente uma operação de 12 agências e cerca de 250 colaboradores. Em entrevista ao idealista/news, Frederico Abecassis, CEO da CB Portugal, revela que o seu “portefólio diversificado no segmento residencial de luxo” tem valorizado. (..) “Entre os principais mercados emissores no segmento prime e ultra-luxo destacam-se os EUA (…), o Brasil, países do Norte da Europa como Países Baixos, Suécia e Dinamarca, bem como o Reino Unido (…). [“Segmento de luxo em Portugal continua a demonstrar grande dinamismo”. Idealista 19-11-2025, por Frederico Gonçalves] https://www.idealista.pt/news/imobiliario/habitacao/2025/11/19/72227-segmento-de-luxo-em-portugal-continua-a-demonstrar-grande-dinamismo


______
NOTAS

[1] “Por que explodiu a procura por imóveis em Portugal, elevando as cifras”, Veja 04-06-2024, por Paula Freitas

[2] "Financeirização da moradia ou concentração da propriedade?" À beira do urbanismo 16-08-2023, por Pedro Jorgensen
https://abeiradourbanismo.blogspot.com/2023/08/financeirizacao-da-moradia-ou.html

[3] “Residential demand shifts mainly with demography and is less buffeted by the business cycle. People will still need somewhere to sleep: you can’t digitalise a bed. And in an era of low interest rates, steady rental income becomes more attractive.” [“Big British companies are entering the rental market”. The Economist 28-08-2021]
https://www.economist.com/britain/2021/08/28/big-british-companies-are-entering-the-rental-market

[4] “Habitação na Europa: é maior o número de proprietários ou de arrendatários?”. Euronews 13-05-2024
https://pt.euronews.com/business/2024/05/13/habitacao-na-europa-e-maior-o-numero-de-proprietarios-ou-de-arrendatarios

[5] “Catalunya inicia los trabajos sobre la prohibición de la compra de vivienda para invertir”. La
 Vanguadia 30-11-2025, por Maite Gutierrez
https://www.lavanguardia.com/economia/20251125/11300809/catalunya-inicia-trabajos-sobre-prohibicion-compra-vivienda-invertir.html