Poder 360 19-05-2024
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Especialistas listam medidas para evitar enchentes em Porto Alegre Manifesto diz que atual sistema é eficiente e robusto, mas falhou porque não teve “a necessária manutenção permanente, especialmente em relação às comportas”
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Com certo constrangimento, devo confessar minha total ignorância da relação da cidade de Porto Alegre, e de toda a região do Guaíba-Lagoa dos Patos, com o nível de seus corpos d'água. E acho que não estou só. De repente o Brasil inteiro se dá conta de que um pedaço do país, habitado por milhões, é uma espécie de Holanda: se os diques e comportas não funcionarem, ele submerge.
A responsabilidade dos atuais governantes, muito especialmente o prefeito, mas também o governador, pela catástrofe atual é evidente. O que não necessariamente exime anteriores ocupantes do cargo, dado que o sistema de proteção data dos anos 1970 e o Brasil nunca ouviu falar da necessidade de sua rigorosa manutenção e atualização tecnológica permanente para que a cidade de Porto Alegre, palco de eventos de importância planetária como o Fórum Social Mundial possa, simplesmente, continuar existindo.
Não quero insistir, neste momento, no tema Crise Climática.
Esta postagem é para convidar o leitor à leitura do manifesto dos especialistas locais em Recursos Hídricos e ciências afins, oportunamente publicado no jornal Poder 360 (link no início da página), com sua visão sobre as causas do problema e o que fazer para remediá-lo.
Faço questão, porém, de lembrar que é por essas e outras que advogo, há algum tempo, a drástica ampliação do escopo da formação em Urbanismo, se necessário - e me parece que é - constituindo uma carreira universitária e acadêmica distinta da Arquitetura. A crescente complexidade dos problemas relativos à construção - e futura desconstrução, quem sabe - da cidade, e sua gestão, envolvendo problemas de desenho urbano, com certeza, mas também de moradia, meio ambiente, recursos hídricos, saneamento, gestão de resíduos, economia urbana, mercado imobiliário, circulação, transportes de carga e passageiros, direito urbanístico, ambiental e administrativo, administração pública e outros mais assim o exige.
Talvez tenha sido esta a principal lição que extraí de quase dez anos de trabalho na Secretaria de Urbanismo da Cidade do Rio de Janeiro.2024-05-29