26-08-2019, por Metrojornal/BandNews
Caixa já oferece novo crédito imobiliário com linha de financiamento corrigida pela inflação
Marcos Silvestre, economista e colunista da BandNews FM, fez uma simulação com um imóvel no valor de R$ 360 mil, pelo prazo máximo, de 30 anos.
Pelo sistema corrigido pela TR, com juro mínimo na Caixa de 8,5% ao ano, ou 0,68% ao mês, cada parcela sairia pelo valor de R$ 3.450, somando amortização e os juros. Já no sistema novo, a taxa cai para pelo menos 2,95%, e 0,24% ao mês, e a primeira parcela fica em R$ 1.860. Mas, cuidado! É preciso levar em conta a correção monetária.
Silvestre explica que a TR tem em seu cálculo um redutor muito forte. Isso faz com que taxa zere quando a inflação está de 4,5% ao ano para baixo. “É a nossa situação atual, a TR em 2019 vai ficar totalmente zerada. TR zerada, na modalidade anterior, no financiamento do sistema financeiro de habitação, significa que as parcelas não têm correção, elas ficam sempre com o mesmo valor”, afirma.
Já no sistema novo, as correções monetárias podem subir e muito! Na nova modalidade, afirma o economista, a Caixa oferece uma taxa mais baixa, mas as prestações serão corrigidas por um índice de inflação, o IPCA, que deve fechar este ano em 3,80%. “Daí você fala: essa é uma correção pequena. Mas estou falando de um financiamento de muitos anos, de 3,80% sobre 3,80% sobre 3,80%….”, diz Silvestre.
Pelos cálculos do economista, em 14 anos, a prestação do novo sistema iguala a da atual. Por isso, o novo modelo é vantajoso se a pessoa pretende quitar a compra do imóvel antes da metade do prazo e para quem acha que a inflação não vai disparar, ficando abaixo dos 4,5% ao ano ao longo do financiamento.
“Vai quitar antes? O novo sistema pode te beneficiar. Agora, tem um risco no novo sistema. É o risco da inflação disparar”, afirma.
Se a inflação superar 4,5% ao ano, explica, o novo sistema passa a ser desvantajoso porque as parcelas serão corrigidas pelo que der a inflação. Silvestre lembra que em 2015, por exemplo, a inflação superou os 10%. “E no sistema anterior, a TR continuaria zerada? Não, mas ela daria uns 3%, não daria nem 4%”, conclui o economista.