quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Reestruturar o projeto ou criar um afinal?

Deu no Boletim ADEMI
30-08-2018, por Murilo Rodrigues Alves e Vinícius Neder / Estadão 22-08
Caixa anuncia plano para salvar Porto Maravilha
A Caixa, a prefeitura do Rio e a concessionária Porto Novo anunciam hoje uma solução financeira para o Porto Maravilha, maior parceria público-privada (PPP) do País, com investimentos de R$ 10 bilhões. Segundo fontes que acompanham as negociações, a Caixa venderá ativos do fundo imobiliário criado para bancar o projeto, gerando recursos para fazer o sétimo pagamento anual da PPP, atrasado desde junho.
Grupo residencial Porto Vida, paralisado desde 2014 
Foto: Antonio Scorza / Agência O Globo 
Fonte: Extra online
(..) Para não haver novos problemas, a Caixa defende a reestruturação do projeto, a ser negociada no próximo governo. Isso pode levar ao atraso das obras, pois a parcela de 2018 ficará abaixo do previsto. Pelo contrato, todas as obras deveriam estar prontas até 2020. Em nota, a Caixa diz que vem "proativamente" tentando construir uma solução conjunta para a continuidade da prestação dos serviços e reestruturação da operação.
As principais obras de infraestrutura do Porto Maravilha saíram do papel, mas a construção de um novo bairro carioca, com pontos turísticos, transporte por Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), edifícios comerciais de alto padrão, condomínios residenciais e shoppings, ainda está longe de se tornar realidade.
Como a recessão que afundou o mercado imobiliário, o desenvolvimento do novo bairro vai demorar mais que o previsto inicialmente, disseram agentes do setor. Lançamentos foram adiados e há investimentos malsucedidos, especialmente de empreendimentos anunciados nos anos de euforia com a economia do Rio de Janeiro - hoje afetado pela mais grave das crises fiscais estaduais.
Com o desenvolvimento mais lento, o Porto Maravilha tem hoje duas áreas distintas. Na metade mais distante do centro do Rio, limitada pela Avenida Francisco Bicalho, por onde passa o Canal do Mangue, ainda faltam obras de revitalização e há construções inacabadas, como o esqueleto do Porto Vida, projeto residencial cujas obras estão paradas. Ao lado, fica o edifício onde funcionaria um hotel Holliday Inn, que também não foi adiante.
Os dois empreendimentos são da Odebrecht Realizações, assim como o Porto Atlântico, considerado um "pepino", segundo uma fonte do mercado. O Estado apurou que a Odebrecht não conseguiu vender todos os andares do complexo de escritórios, lojas e hotel, instalado perto do Morro da Providência. O hotel, com as marcas Novotel e Ibis, está funcionando, parte dos escritórios está alugada, mas, na sexta-feira passada, o local parecia um edifício fantasma. A Odebrecht não quis comentar os investimentos. (Continua)

Leia, neste blog

“Do PL da vereadora Rabello ao monopólio da CEF: notas sobre a OUC do Porto do Rio” (23-10-2011)
“Fica-se a perguntar como foi que se colocou à venda todo o lote de CEPACs com base num plano tão precário. Será que basta o "mapa de potencial construtivo"? Dado que a CEF não botaria, eu imagino, essa montanha de dinheiro num plano esquemático, eu creio que um plano urbanístico completo deva existir em algum lugar. Mas onde está?”
2018-08-30