(..) O estudo aqui apresentado considera os períodos da urbanização brasileira, a chamada Pré-industrialização, as primeiras e segundas industrializações e a Reestruturação Produtiva, como estrutura basilar de análise. A essa estrutura foram identificadas as principais características da territorialização do processo de urbanização, da morfologia urbana, do urbanismo e da arquitetura, da mobilidade, dos equipamentos públicos, da política habitacional e ambiental, da legislação, dos planos, entre outros aspectos, com base em diversas fontes e autores.
Campinas Colonial-Imperial – Açúcar, café e a pré-industrialização
Neste momento, o declínio do ciclo do açúcar e o aumento da produção de café fez o número de engenhos reduzir a 44 em 1854. A partir de 1872, a implantação das ferrovias das companhias Paulista – Fepasa e Mogiana induzem a implantação de indústrias manufatureiras em suas margens e a expansão urbana direciona-se para dois lados opostos. Um em direção ao Centro constituindo o bairro do Cambuí, onde se instalariam, até os anos 1930, as elites agrárias e industriais em seus casarios ecléticos ou neocoloniais assobradados e ajardinados. O outro para lá da ferrovia, onde vilas e casas para operários constituíram a Vila Industrial. Este movimento traduz o primeiro fenômeno de segregação socioespacial na urbanização campineira.
Em 1880, a Resolução 20 instituiu o primeiro Código de Posturas com propósitos sanitaristas, jogando para os arrabaldes, “do lado de lá da ferrovia”, os curtumes, matadouros, fábricas de fumo, sabão, óleo, fundições, fogos de artifício, pólvora, asilos, sanatórios e os cemitérios. A lei obriga também o dessecamento de áreas alagadiças, cuidados com os resíduos sólidos e estabelece o mínimo de 15 metros para o tamanho das vias e implantação das edificações no alinhamento frontal do lote.
A riqueza do café fez com que Campinas se projetasse como importante polo da modernidade, com indústrias, comércio, serviços e cultura. Segundo Semeghini, em 1887, a cidade contava com uma população de 41.253 habitantes (quase a população da capital), 41 fábricas de manufaturas, 17 hotéis e restaurantes, 29 escolas, 1 orquestra, 2 teatros, 2 hospitais, 2 bancos, 3 jornais, luz elétrica, bondes com tração animal e companhia de água e esgoto.
Campinas padeceu, entre 1889 e 1897, com o surto de febre amarela, fazendo sua população chegar a cerca de 5.000 habitantes nos piores momentos da epidemia (6). Em 1896 seria elaborado, por Saturnino de Brito, um plano de saneamento, priorizando a canalização de córregos e dessecamentos de áreas úmidas, levando a urbanização de praças em áreas com nascentes, como a praça Carlos Gomes e o Largo do Pará (7). Logo em seguida a população voltaria a crescer chegando a 67.694 habitantes em 1900, com cerca de 20 mil imigrantes, momento em que Campinas registra 78 indústrias, sendo o segmento metal/mecânico o mais expressivo em função da ferrovia e da agricultura.
A Primeira Industrialização – a ferrovia, manufaturas e a cidade compacta
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2021-06-07