domingo, 20 de dezembro de 2015

Belgrado Waterfront

Deu no The Guardian 10-12-2015, por Herbert Wright

Belgrade Waterfront: an unlikely place for Gulf petrodollars to settle
Belgrade Waterfront is a €3.5bn (£2.5bn) project of condominiums, hotels, offices, retail, parks and paths dominated by a glass skyscraper that will be the tallest between Vienna and Istanbul. Its developer is Abu Dhabi-based Eagle Hills, chaired by Mohamed Alabbar, who previously founded Emaar, builders of the world’s largest shopping mall and tallest building, both in Dubai. Their project manager in Belgrade, Nikola Nedeljkovic, says that “we envisage Belgrade Waterfront to be a game-changing hub for Serbia”, and that it “takes into consideration the balanced sensitivity to nature, culture and modernity”.
(..)The model shows the entire 1.77 sq km district – a core of dense high-rise buildings, dominated by a glass tower that is twisted in the middle. Called the Kula Beograd, the tower has been designed by the Chicago office of skyscraper architecture titans SOM, and would overlook the River Sava and the new 1.8km Sava Promenade.
Also part of the masterplan is the Balkans’ largest shopping mall, a soap-bubble dome on disused railway land further away from the river. Its 140,000 sq m would make it almost as big as London’s Westfield Stratford. Surrounding the mall would be upwards of 6,000 flats. “We’re trying to focus on the affordable as well as the high-end segments,” Nedeljkovic says. “We’re trying to have a diverse mix of product.” The mix is not obvious in the model. There are offices, of course, and hotels, including a including a swanky W Hotel to open in 2019. Parkland and tree-lined boulevards are spread liberally. Belgrade’s 1884 railway station will become a museum.
(..)The movement Neda(vi)mo Beograd (a pun that loosely translates as “We won’t let Belgrade d(r)own”) organises street protests against Belgrade Waterfront. They carry yellow ducks and rally behind a gigantic oversized duck the size of a car.
Dobrica Veselinović, one of the movement’s activists, alleges that the agreement to build Belgrade Waterfront is contrary to Serbian law and procedures because he claims that the promenade construction works started without a building permit. He adds: “It does not take into account the needs of society or economic and urban reality in Belgrade.” The group argues that local people were not consulted, that the deal does not provide adequate affordable housing and that it was done in secret.
They also say that families in the area were summarily evicted with mere days’ warning, and their houses demolished. Radio Television of Vojvodina (RTV), a public broadcaster in neighbouring Vojvodina province, ran a report in April interviewing some of the families who said their houses were destroyed without permission. The apartments in which they were resettled were only for limited periods or to buy, according to Veselinović, and “no social service or legal assistance was offered to them”. (Continua)

2015-12-15 



terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Devagar quase parando

Deu no Extra online
Por: Berenice Seara 10-12-2015

O mico dos certificados de construção do Porto Maravilha

www.abeiradourbanismo.blogspot.com.br
Fonte: DO do Município do Rio de Janeiro

Clique na imagem para ampliar

Um relatório publicado no Diário Oficial aponta que, até agora, só foram usados 8,79% dos Certificados de Potencial Adicional de Construção, os Cepacs — títulos comprados pela Caixa Econômica Federal em 2011 para financiar o Porto Maravilha.
Traduzindo
As obras, que estão sendo executadas pelo consórcio formado por Odebrecht, OAS e Carioca Engenharia, foram financiadas por uma parceria público-privada que envolveu a emissão de títulos, os Cepacs.
A prefeitura autoriza, a quem tiver os tais certificados, a construir além dos limites da legislação vigente. É como se eles fossem um cupom para a mais-valia.
Aí vem a crise...
A Caixa, convencida pelo trio Eduardo Paes, Sérgio Cabral e Dilma Rousseff, pagou R$ 3,5 bilhões pelas Cepacs, e ainda completou R$ 8 bilhões, para o consórcio tocar as obras.
Os R$ 4,5 bilhões que faltavam, a CEF esperava conseguir com a valorização dos certificados.
Passados mais de quatro anos, o que aconteceu? O mercado imobiliário está em declínio e ninguém quer as Cepacs. (..)

Leia a matéria completa clicando em

Acesse o relatório mencionado clicando em

Leia também, neste blog:

"Globalização e Grandes Projetos Urbanos - Rio de Janeiro"

"Do PL da vereadora Rabello ao (quase) monopólio da CEF: notas sobre a OUC do Porto do Rio"

2015-12-13


quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

O Museu do Ontem de Depois de Amanhã

Museu do Amanhã, Praça Mauá, Rio de Janeiro
Projeto Santiago Calatrava
O museu é do Amanhã, mas a estética flerta com o Retrô. Entrevejo o fantasma de Julio Verne no mais recôndito de sua inspiração e penso, sinceramente, que sua atração principal deveria ser a cabine de comando do Nautilus em escala 1:1, com o capitão Nemo personificado por James Mason, versão Madame Tussaud.

Menos mal, porque ciência sem romantismo pode ser um tédio sem fim. À falta dele, a auto-ironia já ajuda. Ao ser perguntado por um jornalista espanhol o que diria a um jovem candidato a cientista do país das touradas, assim respondeu genial ciborgue Stephen Hawking : 

— Que se vaya a Estados Unidos. Allí valoran la ciencia porque se amortiza con tecnología.*



http://elpais.com/elpais/2015/09/24/ciencia/1443106788_324837.html 

2015-12-10

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Grandes Projetos Urbanos: Malecón 2000, Guayaquil

A decisão de retomar esta série com o projeto Malecón 2000, em Guayaquil, Equador, surgiu da exposição preparada pelo arquiteto e planejador urbano Luis Alfonso Saltos Espinoza para o webinário promovido pelo Lincoln Institute of Land Policy em 04-11-2015.[1]



Malecón 2000, essencialmente um parque urbano à beira-rio, dificilmente poderia ser classificado como Grande Projeto Urbano (GPU) numa acepção, digamos, funcionalista do termo - uma intervenção estatal, ou mista, que vise a renovação de um setor urbano com todos os componentes característicos da cidade moderna: habitações, comércio e serviços privados; vias públicas, circulação veicular e meios de transporte; espaços, equipamentos e serviços públicos em geral. 

À guisa de exercício, deixo ao leitor interessado a tarefa de cogitar, como eu, se ele cabe no conceito de GPU sugerido por Garay, o de intervención sobre [una] pieza urbana (IPU) que abrange uma “parte significativa do tecido urbano” e “se baseia na aplicação de novas modalidades de gestão que combinam a aplicação de diferentes instrumentos de urbanismo e buscam incluir em seu desenvolvimento uma gama de instituições e atores sociais mais numeroso e complexo”.[2]

De todo modo, Malecón 2000 está apto a figurar nesta série por compartilhar com um significativo número de grandes intervenções urbanas contemporâneas a pretensão de dar à cidade-objeto um novo polo de lazer, entretenimento, turismo e - vá lá - civismo, arquitetonicamente adequado ao “gosto” internacional, de modo a satisfazer o objetivo fundamental do planejamento urbano “estratégico” de fins do século XX, que é integrar as grandes cidades, com seus atributos tangíveis e intangíveis, ao mercado mundial de bens, serviços, equipamentos, consultoria e capitais - uma via de mão dupla que serve de um lado à atração de divisas e, de outro, à projeção dos “poderes” da elite local. 

Malecón 2000 parece ter conseguido, como a maioria de seus congêneres, transformar os intangíveis da centralidade de Guayaquil - memória histórica, nacionalidade, cultura local, modo de vida - em um “pacote” de exportação cuja natureza consiste, contraditoriamente, no virtual apagamento dessas referências, “congeladas” para fins de legitimação em um pequeno acervo de museus e construções remanescentes. 

A propósito, vale citar um recente artigo de de Saskia Sassen sobre a onda de aquisições de bens urbanos por grandes corporações, intitulado “Who owns our cities - and why this urban takeover should concern us”:


(..) hoje, ao invés de espaços de inclusão de pessoas de origens e culturas diversas, nossas cidades globalizadas estão expulsando as pessoas e a diversidade. Seus novos proprietários, muitas vezes habitantes de tempo parcial, são bastante internacionais - o que não significa que representam culturas e tradições diversas, mas sim a nova cultura global do sucesso. Eles são incrivelmente homogêneos, não importa quão diversos em termos de nacionalidade e idioma. Não são os cidadãos que nossas cidades grandes e diversificadas produziram historicamente. São, acima de tudo, cidadãos do “mundo corporativo” global.[3]


Não surpreende, pois, que a crítica do equatoriano Espinoza a essa intervenção se concentre no caráter essencialmente privatista - segregacionista mesmo, poderíamos dizer - de seu programa e sua gestão, perfeitamente expresso nos reiterados avisos visíveis por todo o parque onde se lê: “Se reserva el derecho de admisión”.


Esta compilação inclui materiais de diversas fontes, tipos e pontos de vista disponíveis na Internet. Julgue o leitor por si mesmo, de preferência após a leitura integral de todos os materiais citados. Os links aparecem no final da postagem.
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[1]  Para acessar a apresentação, clique no link

[2] Garay, Alfredo, “El Montaje de una gran intervención urbana”, em Lungo, Mario (comp), Grandes Proyectos Urbanos, San Salvador: UCA Editores, 2004, p. 76

[3] Sassen Saskia, “Who owns our cities - and why this urban takeover should concern us”, em The Guardian online, 24-11-2015,
http://www.theguardian.com/cities/2015/nov/24/who-owns-our-cities-and-why-this-urban-takeover-should-concern-us-all?CMP=share_btn_fb


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      Malecón 2000 - Guayaquil, Equador
          (Veja a listagem das fontes ao final da resenha)



OBJETO
[Malecón2000]Este importante parque urbano le devuelve a la ciudad su relación perdida con el Río Guayas y se constituye en el percutor del proceso de regeneración urbana del centro.
Procurando aumentar el valor de los predios aledaños al mismo, a efectos de inducir una considerable atracción de la inversión inmobiliaria, el proyecto busca atraer nuevos residentes al centro de la ciudad y así prolongar el uso de sus espacios públicos, anteriormente abandonados y en desuso a partir de las seis de la tarde. 
[wikipedia/es 2015] A partir de 1999, la remodelación del Malecón Simon Bolivar, (..) tuvo como finalidad desde el principio de su concepción, la revalorización del casco comercial de la ciudad de Guayaquil, creando espacios que propiciaran la regeneración urbana (..)
[Perrone 2012]Malecón 2000 es un proyecto urbano-arquitectónico construido en Guayaquil - Ecuador a finales del siglo pasado, augurando cambios para la ciudad en el nuevo milenio. En la orilla oeste del río Guayas, se despliegan las formas arquitectónicas que reemplazaron al antiguo paseo recreativo y comercial llamado Malecón Simón Bolívar, constituido como el centro fundacional de la ciudad portuaria. La reconstrucción de esta centralidad, inaugura una nueva etapa en la historia de la ciudad, en el imaginario de la ciudadanía y en la gestión pública, en respuesta a un proyecto municipal de regeneración urbana que opera hasta la actualidad y que persigue la transformación de aquellas zonas consideradas degradadas.

(..) localizado en el centro de la ciudad de Guayaquil, se desarrolla sobre una extensión de 2.5 km de largo con una superficie aproximada de 20 ha, desde la calle Cuenca por el sur hasta el barrio Las Peñas por el norte. El diseño se proyecta sobre las antiguas instalaciones del Malecón Simón Bolívar y la plataforma ganada al río como parte del malecón regenerado.

[Urvía 2010] Es el proyecto percutor del proceso de regeneración urbana. Fué planteado y promovido por iniciativa privada en 1996 (**) y en octubre de 1999 fue inaugurada la primera etapa. Se invirtió US$ 75 millones. Ha sido visitado por cerca de 45 millones de personas desde la inauguración. Ha elevado el orgullo ciudadano a niveles insospechados–el 95% de la población piensa que es muy bueno- generando una corriente de opinión altamente positiva a nivel de todo el país sobre este tipo de procesos -en la actualidad muchas otras municipalidades han emprendido planes similares-, y ha permitido continuar con el mismo en la ciudad de Guayaquil.

En el año 1995, la Universidad Oxford Brookes del Reino Unido a través de un grupo de arquitectos y urbanistas peruanos, concibió la imagen objetivo del nuevo malecón - a pedido de Alvaro Guerrero, presidente ejecutivo del Banco La Previsora de Guayaquil.


ANTECEDENTES


Acesse o material completo desta pesquisa clicando em
https://docs.google.com/document/d/1C4URS9wJBJU1GvLm0jRC_QtUaIN5I5Q-Ail0sy-aT1s/edit?usp=sharing