sexta-feira, 31 de agosto de 2018

O Metrô nosso de cada dia

Deu no Boletim ADEMI
30-08-2018, por ADEMI
http://www.ademi.org.br/article.php3?id_article=76149&recalcul=oui

Lei autoriza o Governo do Estado a estudar extensão da Linha 4 do Metrô até o Terminal Alvorada
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Publicado originalmente em 31-08
Última edição 08-09

A cidade dos últimos governantes do Rio de Janeiro, município ou Estado, só tem um quadrante: o sudoeste, que lhes é insistentemente sinalizado pelos produtores de bens imobiliários de médio e alto padrão. O Porto Maraviha é a exceção que confirma a regra: foi reservado no nascedouro para os negócios, o turismo e a população flutuante que lhes corresponde.

Foi assim que, a pretexto dos Jogos Olímpicos, executou-se no último decênio um gigantesco programa de investimentos em transportes urbanos com foco na Barra da Tijuca. Seu efeito mais conspícuo foi celebrado por Carlos Carvalho, uma dos maiores e mais antigos proprietários de terras da região, com uma frase lapidar: "Um pulo de bilhões!" [1] 

Para não me deixar mentir, três anos depois da chegada do Metrô ao Jardim Oceânico [2] e quatro depois dos Jogos o governador Pezão anuncia, com apoio do Legislativo estadual ainda insepulto, sua intenção de estendê-lo até o Terminal Alvorada, a vasta rotunda modernista onde hoje assoma a Catedral da Música do ex-prefeito César Maia. 

Nenhuma surpresa. Este mesmo blog registrou, 18 meses atrás [3], que o prefeito Crivella e o governador Pezão urdiam um plano para estendê-lo até o Recreio dos Bandeirantes com recursos da venda de CEPACs. Na ocasião, sugeri que com a ajuda dos paulistas o Metrô do Rio poderia chegar a Paraty.


Montagem: à beira do urbanismo
Imagens originais: Internet


Como, porém, não gosto de estar somente criticando, resolvi dedicar algumas horas a um estimulante passatempo: imaginar cenários de expansão do Metrô da minha cidade. 

O resultado não é necessariamente melhor do que as sugestões que aparecem nos saites de outros urbano-transportistas, profissionais e amadores, mas seguramente não é pior do que as propostas com que os governantes costumam se insinuar aos que estão sempre em busca de oportunidades para valorizar seus capitais. 

No fim das contas, a ideia agradou-me a ponto de achar que valeria a pena compartilhá-la. Aí vai ela - devedora, com certeza, de uma memória ainda em rascunho. Tendo em conta o enorme o risco de não conseguir lhe dar tão cedo uma forma satisfatória, decidi publicar por ora só o desenho e confiar na boa vontade do leitor.

Adianto, aqui, cinco aspectos da proposta: 

(1) Cobertura de todo o Centro Metropolitano Expandido (CME) a Oeste da Baía de Guanabara;

(2) Estrutura em rede radio-circunferencial abrangendo a totalidade do setor efetivamente ocupado; aproveita-se a especial disposição geográfica dos segmentos radiais urbanos Ipanema-Gávea e Tijuca-Méier para formar um arco externo de alta densidade, aqui chamado de Linha X; o fechamento do circuito da Linha 1 por meio da ligação Gávea-São Miguel sugere a hipótese de esquemas operacionais flexíveis.  

(3) Construção prioritária da Linha Y para atendimento ao corredor central de negócios, residências, comércio e serviços Estácio-Castelo e a integração física com os transportes hidroviários da Baía de Guanaraba.

(4) Segmento noroeste da Linha X (S. Miguel-C Universitária) traçado de modo a propiciar o adensamento residencial e a habitação subsidiada próxima ao Centro, bem como a melhoria substancial da acessibilidade a grandes assentamentos de baixa renda como Borel/Formiga, Andaraí, Alemão e Maré/Nova Holanda.

(5) Traçado da Linha X ampliando deliberadamente a oferta de serviço na área do Méier/Cachambi para consolidá-lo como subcentro multifuncional no extremo oeste do CME, o que, junto com a ligação entre a Cidade Universitária / Aeroporto Internacional  e a Zona Sul, nos dois extremos, contribui para o equilíbrio operacional do sistema.

(6) Extensão da Linha 4 até a Gamboa para tornar credível, e viável, a criação de um setor residencial de média/alta densidade na região da Portuária (Porto Maravilha) 


Ideia original e montagem: à beira do urbanismo
Mapa base: Internet
Clique na imagem para ampliar


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[1] “Benesse olímpica” (13-08-2015)

[2] “Papai Noel vai ao Jardim Oceânico” (30-01-2015)

[3] “Governança à bangu” (15-04-2017)


2018-08- 31


quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Reestruturar o projeto ou criar um afinal?

Deu no Boletim ADEMI
30-08-2018, por Murilo Rodrigues Alves e Vinícius Neder / Estadão 22-08
Caixa anuncia plano para salvar Porto Maravilha
A Caixa, a prefeitura do Rio e a concessionária Porto Novo anunciam hoje uma solução financeira para o Porto Maravilha, maior parceria público-privada (PPP) do País, com investimentos de R$ 10 bilhões. Segundo fontes que acompanham as negociações, a Caixa venderá ativos do fundo imobiliário criado para bancar o projeto, gerando recursos para fazer o sétimo pagamento anual da PPP, atrasado desde junho.
Grupo residencial Porto Vida, paralisado desde 2014 
Foto: Antonio Scorza / Agência O Globo 
Fonte: Extra online
(..) Para não haver novos problemas, a Caixa defende a reestruturação do projeto, a ser negociada no próximo governo. Isso pode levar ao atraso das obras, pois a parcela de 2018 ficará abaixo do previsto. Pelo contrato, todas as obras deveriam estar prontas até 2020. Em nota, a Caixa diz que vem "proativamente" tentando construir uma solução conjunta para a continuidade da prestação dos serviços e reestruturação da operação.
As principais obras de infraestrutura do Porto Maravilha saíram do papel, mas a construção de um novo bairro carioca, com pontos turísticos, transporte por Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), edifícios comerciais de alto padrão, condomínios residenciais e shoppings, ainda está longe de se tornar realidade.
Como a recessão que afundou o mercado imobiliário, o desenvolvimento do novo bairro vai demorar mais que o previsto inicialmente, disseram agentes do setor. Lançamentos foram adiados e há investimentos malsucedidos, especialmente de empreendimentos anunciados nos anos de euforia com a economia do Rio de Janeiro - hoje afetado pela mais grave das crises fiscais estaduais.
Com o desenvolvimento mais lento, o Porto Maravilha tem hoje duas áreas distintas. Na metade mais distante do centro do Rio, limitada pela Avenida Francisco Bicalho, por onde passa o Canal do Mangue, ainda faltam obras de revitalização e há construções inacabadas, como o esqueleto do Porto Vida, projeto residencial cujas obras estão paradas. Ao lado, fica o edifício onde funcionaria um hotel Holliday Inn, que também não foi adiante.
Os dois empreendimentos são da Odebrecht Realizações, assim como o Porto Atlântico, considerado um "pepino", segundo uma fonte do mercado. O Estado apurou que a Odebrecht não conseguiu vender todos os andares do complexo de escritórios, lojas e hotel, instalado perto do Morro da Providência. O hotel, com as marcas Novotel e Ibis, está funcionando, parte dos escritórios está alugada, mas, na sexta-feira passada, o local parecia um edifício fantasma. A Odebrecht não quis comentar os investimentos. (Continua)

Leia, neste blog

“Do PL da vereadora Rabello ao monopólio da CEF: notas sobre a OUC do Porto do Rio” (23-10-2011)
“Fica-se a perguntar como foi que se colocou à venda todo o lote de CEPACs com base num plano tão precário. Será que basta o "mapa de potencial construtivo"? Dado que a CEF não botaria, eu imagino, essa montanha de dinheiro num plano esquemático, eu creio que um plano urbanístico completo deva existir em algum lugar. Mas onde está?”
2018-08-30

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Minibum gourmet

Deu no Boletim ADEMI
18-08-2018, por Renan Marra / Folha de São Paulo
http://www.ademi.org.br/article.php3?id_article=76012&recalcul=oui

Especialistas apostam em 'miniboom' dos imóveis de alto padrão

Montagem: à beira do urbanismo
Foto original M Piu / O Globo
2018-08-23


segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Bens públicos, negócios privados


Deu no Boletim ADEMI
20-08-2018, por Berenice Seara / Extra

Prefeitura vai privatizar iluminação
Reviravolta na RioLuz: em vez de Parceria Público Privada, a companhia fará uma licitação para escolher que empresa, na forma de concessão, cuidará da iluminação pública do Rio.
Montagem: à beira do urbanismo
Imagens originais: Internet
Quem vencer a disputa terá que substituir os 450 mil pontos de luz atuais da cidade por luminárias e projetores de LED.
Também terá que oferecer soluções para modernização, expansão e manutenção da infraestrutura, eficiência energética e sustentabilidade ambiental.
Em troca, receberá os recursos da Contribuição para a Iluminação Pública (Cosip), paga por todos os cariocas. E ainda terá direito ao uso da luminária para a exploração de serviços complementares (como, por exemplo, a passagem de cabos para wifi).
Ganha quem devolver mais recursos da Cosip à prefeitura.



2018-08-20