2025-08-17
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domingo, 17 de agosto de 2025
sábado, 1 de agosto de 2020
Noite carioca
Deu no Informe diário Sinduscon-Rio / Seconci-Rio / ADEMI-RJ
07-07-2020 por Admin
https://informediario.com.br/2020/07/07/edificio-a-noite-sera-leiloado-neste-semestre/
Comentário
O edifício A Noite me inspira juízos contraditórios: entendo o seu tombamento como bem do patrimônio histórico, arquitetônico e cultural, mas o considero um estrupício urbanístico.
Nos dias de hoje, mais exatamente de ontem, sua construção seria muito provavelmente repudiada pela cidadania por bloquear catastroficamente a linha de visão entre o Morro da Conceição e a Praça Mauá e fazer da Travessa do Liceu, de onde parte a escada de acesso à Ladeira do João Homem, a sua área de serviço - para não dizer de despejos. Sem falar que, com o alargamento da ligação entre as avenidas Rio Branco e Venezuela para a passagem do intenso tráfego de ônibus, a calçada da Praça Mauá tornou-se mera formalidade.
Cheguei a suspeitar da origem do lote que ocupa, mas um pouco de pesquisa esclareceu a questão: seu antecessor foi o Liceu Literário Português, escola de ensino noturno fundada em 1868 e transferida em 1883 para um palacete na Rua da Saúde, no Largo da Prainha (hoje Travessa do Liceu e Praça Mauá), onde havia funcionado a Academia de Marinha.
Como a demolição do A Noite está, por vários motivos, fora de questão, eu contorno o dilema e concluo dizendo que a melhor solução é um enxerto arquitetônico: transformá-lo, na medida do estruturalmente possível, num edifício decô com galerias agacheanas, ou até mesmo um pilotis pseudo-modernista, de grande altura, que permita a ampla circulação de pessoas e perspectivas urbanas entre o venerando Morro da Conceição e o futurológico Pier Mauá. Com uma pequena exposição permanente sobre o projeto original e o histórico do lugar.
Quanto ao uso, creio que um grande albergue de turismo econômico ficaria bem a caráter. Mas isso caberá ao Doutor Mercado decidir.
Com a palavra os especialistas.
07-07-2020 por Admin
https://informediario.com.br/2020/07/07/edificio-a-noite-sera-leiloado-neste-semestre/
Ed. A Noite será leiloado neste semestre
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Edifício A Noite na concepção o blogueiro
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Inaugurado em 1929, o edifício, de 22 andares e 102 metros de altura, tem projeto do arquiteto francês Joseph Gire, também criador do Hotel Copacabana Palace, e do brasileiro Elisário Bahiana. Foi o primeiro arranha-céu da América Latina e primeiro mirante do Rio de Janeiro.
A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) ocupava quatro dos 22 andares e foi o último órgão público a deixar as instalações, em 2012. O prédio abrigou a pioneira Rádio Nacional desde a sua criação, em 1936. O nome A Noite é uma referência ao jornal homônimo que teve sede no local.
Durante a Era do Rádio, nos anos 1940 e 1950, a Rádio Nacional transmitia para todo o país notícias, músicas e novelas. Celebridades da época, como Dolores Duran, Cauby Peixoto, Emilinha Borba e Marlene Alves, atraíam multidões para os shows de auditório.
Os demais andares do prédio eram ocupados pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e também já abrigou consulados. Para o Ministério da Economia, o prédio, que tem vista panorâmica da Baía de Guanabara, tem potencial para diversas utilizações, como um grande hotel ou até a adaptação para uso residencial. A fachada e a escadaria em caracol deverão ser preservadas em razão de seu tombamento.
O edifício A Noite me inspira juízos contraditórios: entendo o seu tombamento como bem do patrimônio histórico, arquitetônico e cultural, mas o considero um estrupício urbanístico.
Nos dias de hoje, mais exatamente de ontem, sua construção seria muito provavelmente repudiada pela cidadania por bloquear catastroficamente a linha de visão entre o Morro da Conceição e a Praça Mauá e fazer da Travessa do Liceu, de onde parte a escada de acesso à Ladeira do João Homem, a sua área de serviço - para não dizer de despejos. Sem falar que, com o alargamento da ligação entre as avenidas Rio Branco e Venezuela para a passagem do intenso tráfego de ônibus, a calçada da Praça Mauá tornou-se mera formalidade.
Cheguei a suspeitar da origem do lote que ocupa, mas um pouco de pesquisa esclareceu a questão: seu antecessor foi o Liceu Literário Português, escola de ensino noturno fundada em 1868 e transferida em 1883 para um palacete na Rua da Saúde, no Largo da Prainha (hoje Travessa do Liceu e Praça Mauá), onde havia funcionado a Academia de Marinha.
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Largo da Prainha 1885
Fonte: ImagineRio.Org
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Como a demolição do A Noite está, por vários motivos, fora de questão, eu contorno o dilema e concluo dizendo que a melhor solução é um enxerto arquitetônico: transformá-lo, na medida do estruturalmente possível, num edifício decô com galerias agacheanas, ou até mesmo um pilotis pseudo-modernista, de grande altura, que permita a ampla circulação de pessoas e perspectivas urbanas entre o venerando Morro da Conceição e o futurológico Pier Mauá. Com uma pequena exposição permanente sobre o projeto original e o histórico do lugar.
Quanto ao uso, creio que um grande albergue de turismo econômico ficaria bem a caráter. Mas isso caberá ao Doutor Mercado decidir.
Com a palavra os especialistas.
terça-feira, 27 de dezembro de 2016
Amanhã canicular
Deu n’O Globo online
Não posso julgar o Museu do Amanhã como museu nem como arquitetura, no primeiro caso porque ignoro por completo o que ele contém, no segundo porque da edificação só conheço a estrutura aparente, o invólucro.
26-12-2016, por Ludmilla de Lima e Isabella Cardoso
“Sensação térmica chega a 44,9 graus nesta segunda no Rio”
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Foto: Ana Branco / Agência O Globo |
Superadas essas lacunas, a maior dificuldade será livrar-me da rejeição apriorística: o museu porque não há chance de vir a simpatizar com o método da Fundação Roberto Marinho para a sondagem do Amanhã, a arquitetura por acreditar que o foco no Espetáculo tende a produzir edificações destinadas ao culto midiático, carentes de flexibilidade e condenadas à obsolescência precoce.
Estou convencido, no entanto, desde já, de que a opção de urbanismo adscrita ao seu partido arquitetônico é um equívoco consumado, com claros prejuízos para o esforço (involuntariamente) aplicado pela coletividade ao resgate, para desfrute público, do trecho da orla marítima da Baía de Guanabara compreendido entre a Praça XV e o futuro Aquário - muito apropriadamente batizado Orla Conde.
Tal conclusão não foi sacada do olho clínico do urbanista, que já vai turvado pela catarata da inatividade. Ela nasceu de uma prosaica experiência cidadã compartilhada com milhares de transguanabarinos que decidiram aproveitar os feriados olímpicos para conhecer as novidades urbanísticas do nosso Centro Histórico Metropolitano: a Praça XV livre do Elevado, a nova esplanada da Candelária, o passeio do Arsenal de Marinha, as novas vistas do Morro de São Bento e da Ilha das Cobras, o VLT, os armazéns portuários convertidos em equipamentos culturais, o eletrizante Mural das Etnias e, por fim, a nova Praça Mauá com suas várias atrações: o Terminal Marítimo, o Píer, o MAR, A Noite e o Amanhã.
Vejamos.
A caminhada da Praça XV à Praça Mauá se faz, mesmo num dia de sol de inverno, sob um calor escaldante. Não me deixam mentir as futebolistas brasileiras e suecas que, naquele meio-dia em especial, disputavam a poucos metros dali a semifinal do torneio olímpico feminino. Ao passo que elas se arrastavam no gramado do Maracanã à espera do intervalo para se abrigar na penumbra dos vestiários, eu, extasiado com as vistas nunca vistas, me arrastava na Orla Conde ansiando chegar à Praça Mauá para uma parada estratégica que servisse à contemplação do reencontro da cidade com o mar e à recarga das baterias para a segunda parte do passeio.
Ocorre que a nova Praça Mauá, como tantas praças do urbanismo cívico contemporâneo, é um deserto, e o Píer um banco de pedra e cimento onde jaz, encalhado, o Nautilus do Capitão Calatrava. Ali chegando, a única decisão sensata ao alcance do esfalfado caminhante é seguir caminho, contornando pela beira do cais o despótico objeto - um inexpugnável casco de ferro encimado por grupos de barbatanas móveis e parcialmente orlado, num recuo ao nível do chão, por um avarandado inútil, espremido entre um longo espelho d’água à guisa de fosso e uma cortina de portas de vidro permanentemente fechadas e protegidas por guardas de segurança.
O que deveria ser para os visitantes ocasionais da Orla um oásis amigo destinado ao refrigério, e para os não ocasionais um lugar de convergência cidadã, revela-se o mais inóspito dos lugares, uma causticante passarela de inspeção do portento arquitetônico-tecnológico presenteado pelas potências do capital monopolista ao cidadão mesmerizado.
Nunca, como naquele fatídico domingo olímpico, ansiei tanto por uma sombra generosa, culturalmente significativa e carregada de possibilidades lúdicas. Nunca dei tanto valor ao rés-do-chão suavemente abobadado do MAM, ao vão livre brutalista do MASP, à marquise amebiforme do Ibirapuera, ao sóbrio e elegante pilotis do MEC!
Concluí que a engenhoca dos Irmãos Marinho não foi, definitivamente, a melhor opção arquitetônica para aquele parte da cidade, mas ficou bem a propósito em tempos de desequilíbrio climático: o Amanhã que ela se dedica a sondar será, pelo andar da carruagem, tórrido como um meio-dia de sol na nova Praça Mauá.
Concluí que a engenhoca dos Irmãos Marinho não foi, definitivamente, a melhor opção arquitetônica para aquele parte da cidade, mas ficou bem a propósito em tempos de desequilíbrio climático: o Amanhã que ela se dedica a sondar será, pelo andar da carruagem, tórrido como um meio-dia de sol na nova Praça Mauá.
2016-12-27
quinta-feira, 10 de dezembro de 2015
O Museu do Ontem de Depois de Amanhã
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Museu do Amanhã, Praça Mauá, Rio de Janeiro Projeto Santiago Calatrava |

— Que se vaya a Estados Unidos. Allí valoran la ciencia porque se amortiza con tecnología.*
2015-12-10
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