segunda-feira, 28 de maio de 2018

Em se plantando tudo dá


Deu no segs 17-05-2018, por Deivid Souza

Impulsionando retomada, agropecuária influencia positivamente mercado imobiliário
 
Montagem: à beira do urbanismo
Imagens originais: Internet
Se ao longo de três anos de crise o agronegócio foi o responsável para que o PIB brasileiro não alcançasse resultados ainda piores, com um crescimento de 13% em 2017, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), este setor da economia é também o grande propulsor da atual retomada do crescimento do País. E isso traz influência positiva em outros setores, um deles é o mercado de imóveis.
Dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) apontam que os estados ligados ao agronegócio, entre eles Goiás, estão puxando a recuperação do mercado imobiliário no Brasil desde 2017. Em virtude dessa influência do agrobusiness, segundo a Abecip, a Grande Goiânia registrou um crescimento no número de lançamentos de 12,5%, enquanto que nacionalmente a queda foi de 13%. E tem mais: [segundo] dados da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), as vendas de imóveis no estado de Goiás cresceram 127% em 2017 quando comparadas ao ano anterior. O volume de negócios chegou a R$ 2,5 bilhões.
 
2018-05-28

quinta-feira, 24 de maio de 2018

Compromisso com a sustentabilidade

Deu no G1 Goiás 17-05-2018, por Vanessa Martins
Roberto Carlos diz que empreendimento de luxo em Goiânia do qual é sócio será 'o melhor possível'
Família goiana entrevistada
 pelos incorporadores garante
 que o Horizonte Flamboyant
 é um produto que atende à sua
 demanda de sustentabilidade:
mamãe vai trabalhar de cozinheira
 e papai de zelador, enquanto os
pequenos ficam em casa,
amarrados ao pé da mesa,
 ouvindo o Rei Roberto cantar
 "Vou  chegar mais cedo em casa"
free Family Clip Art
O projeto é o primeiro, perto do Parque Flamboyant, em seis anos e já vendeu mais de 40 das 152 unidades antes do lançamento. O empreendimento de luxo fica em uma área de cerca de 4 mil metros quadrados e tem apartamentos de 177 e 204 metros quadrados, localizado na região nobre do Jardim Goiás, na Avenida H.
"Sou muito detalhista em tudo que eu faço, olho tudo pessoalmente. Digo que se não fosse cantor e compositor seria engenheiro ou arquiteto. Tenho um paixão pela área", declarou.

(..) Um dos sócios do empreendimento, Guilherme Pinheiro destacou que um dos principais chamativos da obra é exatamente a série de novidades sustentáveis. “O Horizonte é um produto que, mesmo sendo de alto padrão, atende à demanda da sustentabilidade. (..)”
(..) “Pensamos o tamanho dos apartamentos baseado em entrevistas com a família goiana. Além disso é um projeto novo, versátil, temos o maior lobby de entrada da cidade, elevadores exclusivos para todas as torres. É um empreendimento criado para o alto padrão goiano”, detalhou.

2018-05-24


segunda-feira, 21 de maio de 2018

Belgrado Waterfront II

Deu no Estado de S Paulo
03-05-2018, por Barbara Surk / NY Times
http://internacional.estadao.com.br/noticias/nytiw,plano-para-construir-a-dubai-dos-balcas-irrita-moradores-de-belgrado,70002291828

Plano para construir a Dubai dos Balcãs irrita moradores de Belgrado
“Queremos restaurar a antiga glória de Belgrado, fazer dela uma cidade grande e respeitável novamente, depois dos anos de vergonha que vieram com os conflitos e guerras”, disse o prefeito de Belgrado, Sinisa Mali.
Antes do começo da construção, há dois anos, 231 famílias foram realocadas por causa do projeto, mas algumas se recusaram a sair. Certa noite, cerca de 30 homens mascarados com tacos de beisebol e ferramentas pesadas apareceram no local. Ao amanhecer, vários prédios residenciais e comerciais tinham sido demolidos para permitir o início das obras.
O ataque de 2016 chocou os sérvios, que levaram sua raiva às ruas, denunciando o que afirmavam ser práticas corruptas da elite. Os protestos se transformaram nas maiores manifestações contra o governo desde que uma revolta popular derrubou o poderoso Slobodan Milosevic, em 2000.
(..) Os primeiros proprietários dos prédios residenciais a serem concluídos em breve deverão pagar até 7 mil euros por metro quadrado, em um país com um salário médio mensal de 375 euros. Ao todo, 5.700 residências e oito hotéis serão construídos no empreendimento, na área entre o rio e as ferrovias.
Placas de cimento foram colocadas ao longo do rio para formar um calçadão repleto de escorregadores para crianças, um ancoradouro, um restaurante, uma ciclovia e uma fileira de cartazes gigantes que mostram os prédios a serem construídos nos próximos 30 anos. Entre estes, o maior shopping center dos Balcãs.
“Estamos tentando fazer tudo novo, sem romper os laços da cidade com o passado”, disse Mali.
Mas Bojan Kovacevic, presidente da Academia de Arquitetos da Sérvia, chamou o empreendimento de “crime contra o planejamento urbano”.

2018-05-21

Leia também

“To Build Dubai of the Balkans, Serbia Deploys Bulldozers and Baseball Bats”. NY Times 29-04-2018, por Barbara Surks

“Controversy surrounds Belgrade Waterfront development”. BBC online 21-06-2016, por Guy Delauney

“Belgrade's 'top-down' gentrification is far worse than any cereal café”, The Guardian 10-12-2015, por Alex Eror

“Belgrade Waterfront - the dark side of 'urban renewal'. Open Democracy 26-11-2015, por Marko Aksentijevic


quarta-feira, 16 de maio de 2018

Apontamentos: Navascués 1969 - Soria dos pés para a cabeça

NAVASCUÉS PALACIO Pedro, "La Ciudad Lineal de Arturo Soria". Arquivo Digital UPM: Villa de Madrid n. 28, 1969, p. 49-58
http://oa.upm.es/7682/1/Villa_28.pdf


Clique na imagem para ampliar
Ao contrário do que se costuma encontrar nas fontes não especializadas, e por vezes até nas acadêmicas, Navascués situa, neste texto de 1969, a Ciudad Lineal de Soria y Mata no contexto da acelerada e problemática expansão geográfica, populacional e edilícia de Madri de fins do século XIX: ao iniciarem-se, em 1857, os trâmites de seu ensanche, a cidade ainda convivia com o cinturão de muros e portas erguido na década de 1800 com a fútil pretensão de deter os exércitos de Napoleão.

O estudo de Navacués nos permite apreciar a realização de Soria "dos pés para a cabeça", isto é, como projeto de urbanização antes que como utopia, mais exatamente especulação, urbanística, ambiguidade que a define, quem sabe ao lado da cidade-jardim howardiana, como híbrido histórico: pode-se discutir se é o programa de reforma social que para poder sair à luz se adapta às exigências da nascente indústria da suburbanização ou se é esta que, ainda debutante, se apresenta aqui e ali em trajes de colônia semi-rural destinada ao aperfeiçoamento físico e moral das classes laboriosas. 

Com o devido registro da primazia atribuída por Soria ao problema da locomoção, “do qual derivam todos os demais problemas da urbanização”, Navascués nos remete a um programa urbanístico supreendentemente complexo envolvendo elementos de economia espacial, de sociologia urbana, de planejamento urbano, de gestão de serviços públicos, de financiamento e empreendedorismo privado, de desenho urbano, de arquitetura residencial.

O artigo finaliza com uma discussão sobre o “estatuto” de Ciudad Lineal na Madri do último quarto do século XX e as opções de planejamento e projeto ao alcance da Administração: o fato de que “infelizmente, à parte o traçado pouca coisa resta da primitiva Ciudad Lineal” não a torna menos digna de um tratamento à altura da fama que ostentam o seu modelo e o seu projeto na história do urbanismo moderno. 

Acesse o artigo de NAVASCUÉS pelo link
http://oa.upm.es/7682/1/Villa_28.pdf


2018-05-16


sexta-feira, 11 de maio de 2018

Pergunte ao Dr Mercado

Deu na BBC Brasil 10-05-2018, por Letícia Mori

Por que existem tantos prédios abandonados em São Paulo?
(..) "O centro de SP está em piores condições que os de todas as grandes cidades da América Latina", diz o arquiteto e urbanista Álvaro Luis Puntoni, professor da Faculdade de Arquitetura da USP e da Escola da Cidade. "A região é um retrato da degradação."
(..) Para a arquiteta Nadia Somekh, professora emérita da Faculdade de Arquitetura do Mackenzie e ex-diretora do DPH (Departamento de Patrimônio Histórico), o problema é que "não há priorização para questão da habitação" por parte do poder público. 
"Não há recursos, não há gestão adequada. Tem que mudar o foco. Há muito investimento em asfaltamento, que dá voto com a classe média, e em limpeza urbana, porque as pessoas não têm educação ambiental." 
Puntoni também acredita que é preciso dar mais atenção à questão da função social. "A lei deveria ser aplicada. Em Portugal, se um edifício fica 5 anos abandonado, ele automaticamente passa para o governo", exemplifica. 
Ele também diz que a solução para o déficit habitacional passa, necessariamente, pelo reaproveitmento dos prédios abandonados. (Continua)

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A foto ilustrativa da matéria mostra um edifício que, embora decrépito e em precárias condições de habitabilidade, está claramente ocupado.

O problema, por outro lado, não é que haja muitos edifícios abandonados, mas que existam nas grandes cidades populações inteiras para as quais os edifícios abandonados aparecem como solução de moradia – algo que não tem, a meu ver, solução no âmbito do urbanismo ou das
políticas urbanas, ainda que estas possam e devam intervir para dar o indispensável suporte às famílias ocupantes como para salvaguardar, na medida do possível, o interesse coletivo em face das prerrogativas dos proprietários dos imóveis.

Em São Paulo mesmo, conforme artigo veiculado no Arch Daily de 01-0-2018 (*) a prefeitura anuncia “um programa de locação social para abrigar moradores de rua em edifícios desocupados do centro da cidade em troca de benefícios aos proprietários dos imóveis, que poderão ter suas dívidas de IPTU abatidas e deixarão de pagar o IPTU Progressivo para imóveis vazios”.

Não me parece claro que ajudar proprietários a conservar a titularidade de frações de solo que ancoram benfeitorias economicamente irrecuperáveis é melhor política do que ajudar a municipalidade a adquiri-las, ainda que progressivamente, pela via da execução fiscal. Até porque a ocupação de edifícios abandonados não atende mais do que precária e provisoriamente à necessidade habitacional de ninguém. 

O processo de deterioração física e funcional que leva edifícios, quadras, às vezes regiões urbanas inteiras – como em Detroit –, ao status real ou aparente de "abandonado” é por vezes referido como “espiral de desvalorização”, um tema de economia e sociologia urbana de grande relevância e não menor complexidade com o qual este blog contribuirá reunindo, na página Arquivos de Política Urbana, material disponível na internet.

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sábado, 5 de maio de 2018

Ocupar é dar uso, habitar é preciso

Deu no Marco Zero,
28-03-2018, por Luiz Carlos Pinto, com C Monteiro, I Campelo, S M Buarque
Centro em Disputa
Dívidas de R$ 346 milhões de IPTU expõem abandono e cobiça no Centro do Recife
ocupação Marielle Franco, do Movimento de Trabalhadores Sem Teto, colocou o dedo na ferida: há uma acirrada disputa pelo centrão do Recife. Cerca de 200 famílias ocuparam o edifício SulAmerica, de propriedade da Empresa Nacional de Hotéis LTDA na segunda-feira, 19. Localizado na Praça da Independência, 91, o edifício tem seis pavimentos e faz uma curva suave na direção da Avenida Dantas Barreto, bairro de Santo Antônio.
Mapa dos imóveis com dívidas do
 IPTU acima de R$ 500 mil na RPA1
Fonte: Marco Zero
A escolha de um imóvel desocupado no centro não foi aleatória. O edifício tem dívidas acumuladas no valor preciso de R$ 1.507.771,03, dos quais R$ 1.416.641,17 inscritos na dívida ativa do município. Está entre as 30 maiores dívidas de um total de 3.740 imóveis devendo o imposto na Região Político Administrativa 1 (RPA1) – que compreende Santo Antônio e mais 10 bairros. O edifício estava desocupado há mais de 10 anos, portanto sem cumprir a função social exigido pela Constituição brasileira.
Tornou-se lugar comum afirmar que o centro da cidade do Recife está abandonado. Na verdade ele tem partes abandonadas – lugares fora das ideias que conduzem o planejamento urbano da cidade –, e partes que têm sido cobiçadas pelo mercado e apoiadas pelo poder público, com investimentos e incentivos. Para esses lugares há ideias, mobilização, planos, projetos, maquetes e negociações.
(..) O valor da dívida na RPA 1 é comparável ao que a atual gestão municipal estima angariar em 2018 em toda a cidade – cerca de R$ 382 milhões. É também equivalente ao custo de construir mais de 4 mil unidades habitacionais no padrão do Programa Minha Casa, Minha Vida. Imagine um investimento desse montante no centrão da capital pernambucana – praças, esgotamento, habitação, boulevards, escolas… (Continua)
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2018-05-05


quarta-feira, 2 de maio de 2018

Missão: Tudo é possível

Deu no The Guardian online 
29-04-2018, por Robert Booth e Frankie Crossley

Nearly 100 London councillors have links to property industry
Almost one in 10 councillors work for consultancies involved in planning or construction firms 
Some of the councils with the highest levels of hospitality or declared interests in property companies are producing levels of affordable housing that fall short of the London Mayor’s 35% target in the capital. In Wandsworth, where 17 councillors declared interests or entertainment with property companies, 19% of new homes built between 2013 and 2016 were affordable. In the City of London, where 12 councillors declared interests, only 3% were affordable.
Ravi Govindia, Wandsworth Council
Elected by the Conservative Council Group in 2011
Councillor since 1982
Montagem: à beira do urbanismo
Ravi Govindia, the leader of Wandsworth, strongly denied any link, stating that 1,700 affordable homes will be completed in the next three years and that “to suggest that we are not playing our part in delivering the low-cost housing London needs is complete and utter fallacy”.
Govindia, who is director of a gorilla safari business, was entertained by property companies 11 times in 2016 and the first half of 2017 including at Simpsons in the Strand and the Ned. He said: “It is important that we engage with property companies, housing associations and senior government officials so that they better understand our housing needs and priorities.” Govindia said he was “wholly open and transparent in my dealings”. (Continua)

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Acesse o Relatório Anual de Monitoramento do Plano de Londres 2015-16 pelo link


2018-05-02