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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

O mapa da mina

Deu no NY Times
02-02-2021, por Alice Park, Charlie Smart, Rumsey Taylor e Miles Watkins

An Extremely Detailed Map of the 2020 Election
 

Este precioso mapa mostra em detalhes um aspecto bastante comentado a respeito da eleição de Biden nos EUA: num ambiente de acirrada polarização, prevaleceu o peso das multidões urbanas, inclusive em estados tradicionalmente arquiconservadores.

Faz-me pensar num aspecto crítico da grande metrópole no mundo contemporâneo. O marxismo cultural não existe, mas o socialismo cultural sim, num sentido muito preciso: não como ideologia, mas como força material. É nas grandes metrópoles que o caráter social da (re)produção capitalista - fundamento de todas as variantes do socialismo moderno - torna-se visceralmente perceptível e faz emergir direitos coletivos como saúde pública, educação gratuita, moradia e transporte subsidiados e toda sorte de prerrogativas democráticas e reivindicações igualitaristas como aspectos “naturais” e imprescindíveis da vida dos cidadãos-trabalhadores. 

Eis aí a contradição essencial da grande metrópole contemporânea, essa armadilha civilizacional concentradora, diria quase monopolizadora, de crescimento econômico, inovação e acumulação de riqueza, portanto também de imensas deseconomias, desemprego, precariedade e pobreza.

Como livrar aquela força material das muralhas que a contêm é, já faz quase dois séculos, a “questão de um milhão de dólares”. Mas essa é outra história, que transcende em muito o escopo deste blog.  

2021-02-08


segunda-feira, 9 de julho de 2012

Niterói: Por uma coligação em defesa da cidade


As três fotos ao lado foram tiradas da minha janela, em três datas diferentes deste ano de 2012.

Para cada um desses dias, uma explicação particular: problemas de manobra, vazamento no ramal, obras na adutora.   

Não bastasse, toda semana temos queda de energia.

Sem falar das ruas abarrotadas de automóveis. 

E inundadas com quaisquer 15 minutos de chuva forte. 

Só um idiota não percebe, e só um cínico é capaz de negar, que esta cidade não está preparada para o boom imobiliário que, literalmente, a assalta. 

Como pode uma cidade ser tão rica e tão precária? Tanta aparência de qualidade urbana na Zona Sul e tanta realidade de abandono urbano na Zona Norte

Quanta concentração de riqueza fundiária se esconde por trás do aparente sucesso da nossa Outorga Onerosa do Direito de Construir?  

Os promotores de nosso boom imobiliário - governantes e beneficiários - deveriam ser processados, no mínimo, por crime ambiental.

Nesta eleição, é preciso que os candidatos sejam claros: não queremos mais que a cidade seja governada por prepostos de imobiliárias, empreiteiras e concessionárias.

É preciso suspender imediatamente, sem tergiversações, em caráter emergencial, todas as licenças de obras que intensifiquem o uso da terra além de um "limite de crise" e passar à imediata revisão do Plano Diretor de Urbanismo. 

É urgente que os candidatos que alegam  representar, em Niterói, os interesses e direitos dos trabalhadores urbanos e dos usuários da cidade - PT, PDT, PV, PSB, PCdoB e PSOL - se pronunciem sobre os crimes urbanísticos e ambientais que vêm sendo perpetrados em Niterói.

A população tem o direito de saber o que eles pensam e o que propõem.

Não queremos saber qual aliança tem mais amigos em Brasília, no Rio de Janeiro ou no mundo dos bancos e das empreiteiras.

Queremos uma coligação dos defensores da cidade, do meio-ambiente, da qualidade de vida dos trabalhadores em geral e dos usuários da cidade em particular.

Qual candidato será capaz de construir uma coligação em defesa da cidade?

2012-07-09

domingo, 1 de julho de 2012

O governo das imobiliárias ataca outra vez


Deu no Facebook/desabafos niteroienses
Senhores concidadãos, senhores candidatos,
Niterói está prestes a sofrer mais uma grave intervenção da administração Jorge Roberto Silveira sobre seu solo urbano, sem a devida discussão e longe do conhecimento público.
Mesmo com o Plano Diretor ainda para ser revisto, conforme orienta o Ministério das Cidades, assim com os Planos Urbanísticos Regionais - PUR, Jorge lança, através de empresário do setor e presidente da Neltur, o senhor José Haddad, Lei de Hotelaria que prevê incentivo de instalação de hotéis, em diversas modalidades, sobre diversas áreas da cidade. (Continua abaixo)
Tem o meu apoio

Uma perguntinha que em meu coração não quer calar: será possível ter, em Niterói, a partir das próximas eleições, um prefeito que não seja membro, sócio, representante, delegado, subordinado, mancomunado, preposto, testa de ferro ou parasita do trio imobiliárias-empreiteiras-concessionárias de serviços públicos?

Impossível não é, e creio que por uma simples razão: a maioria dos niteroienses, se perguntados, apoiaria irrestritamente essa idéia. O difícil, considerando como funcionam as eleições, é... traduzi-la em votos! Para isso, penso, é preciso pelo menos duas coisas: um candidato que a represente sem ambigüidade e uma campanha aberta a todos os que queiram abraçá-la, independentemente da sigla que tragam no peito - ou na bagagem.

Hipotecarei o meu apoio (virtual) ao candidato (se houver um) que for capaz de dizer, para todo mundo ouvir, algo como: "Na minha gestão, NÃO governarão as imobiliárias, as empreiteiras nem as concessionárias. A cidade inteira será ouvida e bem cuidada, mas os bairros menos dotados de urbanização e serviços terão prioridade". 

Como deveriam dizer, penso eu, os candidatos do PT, do PDT, do PSB, do PV, para honrar as idéias que alegam defender. 

Senhores concidadãos, senhores candidatos,
Niterói está prestes a sofrer mais uma grave intervenção da administração Jorge Roberto Silveira sobre seu solo urbano, sem a devida discussão e longe do conhecimento público.
Mesmo com o Plano Diretor ainda para ser revisto, conforme orienta o Ministério das Cidades, assim com os Planos Urbanísticos Regionais - PUR, Jorge lança, através de empresário do setor e presidente da Neltur, o senhor José Haddad, Lei de Hotelaria que prevê incentivo de instalação de hotéis, em diversas modalidades, sobre diversas áreas da cidade.
De acordo com a proposta, em alguns locais o gabarito pode ser avançado a quase o dobro do existente, assim como a exigência para manutenção do uso é de apenas 15 anos. Ou seja, a facilidade para se construir hotéis, que a legislação exige um número baixo de vagas de garagem, após 15 anos podem se transformar, por exemplo, em apart hotéis, flats residenciais em que a necessidade de vagas é outra.... E aí teremos novamente repercussões sérias como a questão da mobilidade, infraestrutura sanitária etc, enfim os mesmos de que já carecemos desde o boom da especulação imobiliária na cidade a partir de 2002, etc etc.
Essa minuta de Lei a ser apresentada amanhã, dia 02 de julho, às 19h na sede da Prefeitura no 9o andar em Reunião Extraordinária do Conselho Municipal de Política Urbana - COMPUR, foi comunicada aos conselheiros na sexta dia 29 de junho, quando o prazo regimental é de 10 dias úteis. 
Além disso, subitamente se tem notícia que o próprio Haddad foi 'promovido' pelo prefeito em vigor à condição de conselheiro...
Vale salientar que não questionamos a necessidade de expansão do setor, mas entendemos que tal não pode ser feito de forma parcial, casuística e privilegiada. O município TODO precisa ter seus usos e necessidades diagnósticados e propostas feitas de forma ampla e equilibrada e com a participação da sociedade.
Urge que a população compareça para que se manifeste contrariamente a esta grave atitude, e vale lembrar que já tivemos recuos espantosos diante da manifestação popular e dos movimentos sociais, por ocasião, por exemplo, da aprovação no mesmo conselho do 'Novo Centro Expandido' em dez 2011.
Convocamos não apenas a sociedade civil para estar presente contra mais esta arbitrariedade, como os précandidatos a prefeito e vereadores de todos os partidos para impedirem atitude tão grave.
Pedimos que divulguem esse manifesto a seus candidatos e amigos.
2012-07-01