Mostrando postagens com marcador Recife. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Recife. Mostrar todas as postagens

domingo, 7 de abril de 2024

O Marco Zero e o Zepelim


FNA - Federação Nacional dos Arquitetos 28-03-2024
https://fna.org.br/entidades-recorrem-ao-iphan-para-barrar-construcao-no-marco-zero/

A Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA) assinou, no dia 13 de março, solicitação para que o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) impeça a construção de restaurante em formato de zepelim na cobertura de prédios tombados da Praça do Marco Zero, localizados na Av. Rio Branco n° 23 e Av. Marquês de Olinda n°58, na cidade de Recife, em Pernambuco. O documento é contrário que a instalação tenha cunho reversível e/ou temporário.


O requerimento, igualmente assinado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), pelo Comitê Brasileiro do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos Brasil), Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas (ABAP) e pela Nacional dos Estudantes de Arquitetura e Urbanismo (Fenea), entre outras entidades pede pela reforma da decisão do atual superintendência do Iphan-PE, que deferiu a concessão da construção em 4 de março, que seguiu adiante após a autarquia desaprovar o projeto.

Também assinaram: Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB/PE), Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Urbano da Universidade Federal de Pernambuco (PPGMDU-UFPE), Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas (ABAP), Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPE, Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), Sociedade Olindense de Defesa da Cidade Alta (Sodeca) e Fórum de Entidades em Defesa do Patrimônio Cultural Brasileiro*. (..)


2024-04-07

terça-feira, 5 de outubro de 2021

Urbanismo público

Deu no Diário de Pernambuco
13-09-2021, por Redação
https://www.diariodepernambuco.com.br/noticia/vidaurbana/2021/09/frente-parlamentar-pelo-centro-do-recife-promove-reuniao-publica-no-yo.html

Frente Parlamentar pelo Centro do Recife promove reunião pública no YouTube

Sempre fui de opinião, e continuo sendo, que todo grande projeto público deveria ser amplamente discutido com transmissão pela TV, com espaço para debates técnicos entre todos os "partidos" envolvidos e participação da audiência.

Dou como exemplo o Porto Maravilha: é necessário um Master Plan com especificações de desenho urbano e etapas de ocupação bem definidas sob o comando da municipalidade ou é suficiente um regulamento básico de usos e edificabilidades com ampla liberdade de mercado? A ocupação deve priorizar a residência permanente com forte componente social e menor receita fiscal ou os negócios com residências rotativas e maior receita fiscal?

Com o streaming, isso passa a valer para projetos de todos os tamanhos. Parabéns à Frente Parlamentar pelo Centro do Recife pela iniciativa.

2021-10-05
 

terça-feira, 10 de agosto de 2021

Apontamentos: Moreira e Saraiva 2020, urbanismo e suburbanização no Recife dos anos 1920

Estes apontamentos são parte de um processo de estudo compartilhado. À beira do urbanismo está à disposição dos autores cujo trabalho aqui se comenta para suas considerações.

MOREIRA Fernando e SARAIVA Kate, “Dos subúrbios coloridos aos horizontes molhados: a expansão urbana do Recife nos anos 1920”. URBANA / UNICAMP V.12 P.1-40, 2020
https://periodicos.sbu.unicamp.br/.../view/8655956/23085

Recife 1920s
Eixos de expansão, por Moreira e Saraiva
A cidade e o urbanismo que nela intervém raramente são reconhecidos, e tratados, como objetos distintos em nossos estudos históricos. E é justo por aparecerem sempre tão intimamente entrelaçados no plano dos fatos, muitas vezes sem uma clara relação de causalidade, precedência ou interdependência, que se torna crítica a distinção.


Este aqui não foge à regra: um ótimo trabalho de pesquisa em história do urbanismo, mas de que o estudioso da história urbana necessita filtrar as informações que concernem ao seu mister para deduzir, na medida do possível, os termos daquela relação, eventualmente chegando a conclusões, ou hipóteses, bastante diferentes das dos autores – como nas proposições de que “as intervenções [urbanas do governo Loreto, 1922-26] foram realizadas (..) com a intenção de dirigir o crescimento [da cidade] para os subúrbios", e de que elas são “a primeira manifestação, ainda que incipiente, do urbanismo moderno na cidade, alargando sensivelmente sua mancha urbana”.

A julgar pelos casos de Rio de Janeiro [1] e Porto Alegre [2] [3], muito mais provável é que, por ocasião das intervenções do governo Loreto, o crescimento da mancha urbana, ou ao menos dos parcelamentos de terra, já seguisse há algum tempo a marcha da incipiente urbanização de mercado rumo às cercanias do velho Recife colonial-imperial. Cabe perguntar, pois, e investigar, se são as intervenções de Loreto que dirigem o crescimento da cidade para os subúrbios ou se é o novo arranjo socioespacial em formação, envolvendo vendedores e compradores de bens e serviços urbanos, que exige da municipalidade as melhorias correspondentes e dão a Loreto a oportunidade de se alçar como governante de ideias urbanísticas “modernas”.

A propósito, chama a atenção – pelo tamanho, temporalidade, localização relativa e atração de usos “institucionais” – o paralelismo entre as iniciativas urbanizadoras do Parque do Derby, em Recife, e do Campo da Redenção, em Porto Alegre. Matéria para um estudo comparado da área de transição entre a cidade colonial-imperial e os subúrbios da nascente metrópole capitalista brasileira.

___
NOTAS

[1] QUEIROZ RIBEIRO, Luiz Cesar. Dos Cortiços aos Condomínios Fechados - As formas de produção da moradia na cidade do Rio de Janeiro. 2015

[2] STROHAECKER  T M, "Atuação do Público e do Privado na Estruturação do Mercado de Terras de Porto Alegre (1890-1950)". Scripta Nova  Vol. IX, núm. 194 (13), 1 de agosto de 2005, Universidade de Barcelona
 
[3] JORGENSEN P, "Porto Alegre cidade radiocêntrica". À beira do urbanismo (blog), 21-05-2020
https://abeiradourbanismo.blogspot.com/2020/05/porto-alegre-cidade-radiocentrica-2_30.html


2021-08-10

quarta-feira, 28 de abril de 2021

Urbanismo no Recife: 1922-1926

Dos subúrbios coloridos aos horizontes molhados: a expansão urbana do Recife nos anos 1920

Por MOREIRA Fernando e SARAIVA Kate. URBANA / UNICAMP V.12 p.1-40 (2020)
https://periodicos.sbu.unicamp.br/.../view/8655956/23085


Nas duas últimas décadas nossa historiografia avançou enormemente no conhecimento do urbanismo moderno, os urbanistas, seus planos, suas redes e os efeitos em nossas cidades, particularmente entre 1930 e 1960, período no qual as principais capitais brasileiras sediaram ricos debates urbanísticos. A cidade passou a ser vista como um sistema no qual suas partes eram dependentes umas das outras. Era preciso conhecer os fatos urbanos e introduzir novos instrumentos, como códigos, leis e pesquisas. Uma abordagem supostamente científica começou a dominar o planejamento. Preocupações com eficiência, zoneamento e soluções de tráfego foram introduzidas no urbanismo, a maioria delas do ponto de vista da engenharia. Essas ideias embasaram a transformação das áreas centrais nos anos 1930 e 1940.
Entretanto, pouca atenção tem sido dada aos processos de expansão das cidades das décadas de 1920 e 1930 feitos por profissionais ainda não totalmente identificados como urbanistas, mas influenciados de alguma forma por diretrizes do urbanismo moderno. (..)
O presente texto pretende contribuir para este debate por meio da análise das intervenções urbanas realizadas na cidade de Recife, durante o período 1922-1926. Essas intervenções, quando o Estado de Pernambuco estava sob o governo de Sérgio Loreto foram realizadas com a intenção de dirigir o crescimento para os subúrbios, como a urbanização de Campina do Derby, novo parque e bairro baseado nos princípios das cidades jardins; a construção da avenida Boa Viagem, uma avenida costeira de cerca de cinco quilômetros; além de uma série de intervenções pontuais de modernização, drenagem e esgotamento sanitário, retificação e pavimentação de antigos largos e praças em áreas suburbanas. Esses trabalhos de expansão urbana proporcionaram uma nova estrutura para essas áreas contribuindo para construção do Recife moderno que conhecemos hoje. (Continua)

Acesse o artigo completo pelo link

https://periodicos.sbu.unicamp.br/.../view/8655956/23085

2021-05-24


sábado, 23 de março de 2019

SOS Holiday (2)

Deu no G1 Pernambuco 
21-03-2019, por Pedro Alves

Da inovação à degradação: Holiday representa marco arquitetônico e social para o Recife
Construído em 1956, o Edifício Holiday (..) foi um marco arquitetônico e social para a formação e ocupação da Zona Sul do Recife. Localizado no bairro de Boa Viagem, o prédio contribuiu para a mudança da paisagem da cidade, de formas que vão muito além de sua estética, então, inovadora. (..) foi projetado por Joaquim Rodrigues e segue uma tradição artística ligada ao modernismo. Com 17 andares e 476 apartamentos, o prédio, junto com o Edifício Califórnia, seu contemporâneo também localizado em Boa Viagem, é um dos primeiros arranha-céus do Recife (..).
A importância do Holiday e de sua arquitetura, nos anos 1950 e 1960, se mistura com a própria história de Boa Viagem, bairro que, atualmente, tem um dos metros quadrados mais caros da capital pernambucana.
Segundo o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco (CAU-PE), Rafael Amaral Tenório, a ocupação do bairro, tendo em vista sua distância em relação ao Centro da cidade num tempo em que vias asfaltadas ainda eram raras, tem relação direta com a instalação de seus primeiros arranha-céus. O nome de Boa Viagem se deve, inclusive, ao fato de que o bairro era utilizado principalmente para veraneio.
(..) De acordo com o arquiteto e professor do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Urbano da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Fernando Diniz, os edifícios Holiday e Califórnia trouxeram ao Recife uma proposta de habitação à classe média: edificações verticais, apartamentos pequenos e, principalmente, a mistura entre comércio e habitação no mesmo local. Os dois edifícios foram pensados para servir como segunda residência, pela proximidade da praia.
(..) Nos últimos anos, os 476 apartamentos do Holiday serviram de casa para mais de 3 mil pessoas, segundo o condomínio. Na quarta (20), último dia do prazo judicial, restavam 45 famílias que resistiam em deixar suas casas. (..) Os problemas apontados para a interdição vão desde a inundação do subsolo até a falta de componentes básicos de prevenção ao fogo, além de falhas e da sobrecarga das instalações elétricas. Outro problema é a quantidade de botijões no prédio, que tinha quase oito mil quilos de gás na edificação, sendo usados para vários fins, como comércio e produção de alimentos.
(..) De acordo com o presidente do CAU-PE, falhas na gestão do edifício fizeram com que ele chegasse à situação atual, que, segundo a Defesa Civil do Recife, apresenta um grau de risco nível 3, numa escala de 1 a 4. Rafael defende que a interdição é importante para preservar as vidas dos moradores. (..) uma alternativa aos moradores do Holiday seria utilizar o Serviço de Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social, um direito garantido por lei, para promover orientação de arquitetos e urbanistas em obras de forma gratuita. O entrave de ser um prédio privado impede a realização dessa ajuda. 
"O problema é que o Holiday precisa ser qualificado como Habitação de Interesse Social para receber auxílio público. É possível encarar o Holiday como um Minha Casa Minha Vida. Temos a oportunidade de requalificar e dar condições dignas de moradia a mais de 2 mil pessoas. É preciso encontrar um meio-termo entre deixá-los lá, em risco, e tirá-los sem pensar no impacto social", diz.
Ainda segundo Rafael, a restauração do edifício Copan, em São Paulo, é um exemplo a ser seguido pelo Holiday. (..)

Acesse a maéria complete pelo link

2019-03-23

terça-feira, 19 de março de 2019

SOS Holiday

Deu no G1 Pernambuco
14-03-2019, por Marina Meireles
Moradores resistem a deixar Edifício Holiday após ordem judicial de desocupação
Inquilinos e proprietários não querem deixar os imóveis e alguns não consideram opção de abrigo provisório oferecida pela Prefeitura do Recife, nesta quinta-feira (14).
Marco da arquitetura moderna em Recife,
construído em 1957
(Arq. Joaquim Rodrigues).
(..) A aposentada Evanize Fernandes, que mora há 30 anos no Holiday, foi até o ônibus e conversou com os profissionais da prefeitura. Depois de conhecer a proposta apresentada, ela afirmou que está decidida a ficar em casa. Proprietária do apartamento 222, ela critica a falta de alternativas para quem vive no edifício.
"Eu tenho a escritura do meu apartamento, paguei meu IPTU [Imposto Predial e Territorial Urbano], paguei as contas de luz. Estão nos tratando como cachorros. Fiz esse cadastro, mas não me ofereceram casa para morar, só esse abrigo provisório. E por aí, os apartamentos de quarto e sala têm o aluguel caro. Isso aqui é meu. Eu só saio se for presa", afirma.
(..) O desempregado Rogério Inácio buscou informações com os profissionais do município e declarou que a situação é muito complicada. Considerando a saída inevitável, ele tem dúvidas sobre onde vai ficar com os pais quando a família deixar os dois imóveis. "A gente mora aqui há 41 anos. Eu não tenho dinheiro pra alugar um apartamento porque estou vivendo de bicos", declara.
Foto: Admilson Santos 24-07-2013
https://www.flickr.com/photos/sadmilson/9387108199
(..) A decisão de interditar o Holiday foi proferida pelo juiz Luiz Gomes da Rocha Neto, da 7ª Vara da Fazenda Pública da Capital, em caráter liminar, na terça (12), após uma tutela de emergência requerida pela prefeitura do Recife. A desocupação, segundo o documento, deve ser feita em até cinco dias úteis, contados a partir da data de intimação ao edifício.
(..) Caso o prédio não seja desocupado nesse período, a remoção à força dos moradores do loc al pode ser feita a partir do dia 21 de março, com apoio dos agentes de segurança estaduais e municipais, conforme solicitado pelo magistrado.


2019-03-16


sábado, 5 de maio de 2018

Ocupar é dar uso, habitar é preciso

Deu no Marco Zero,
28-03-2018, por Luiz Carlos Pinto, com C Monteiro, I Campelo, S M Buarque
Centro em Disputa
Dívidas de R$ 346 milhões de IPTU expõem abandono e cobiça no Centro do Recife
ocupação Marielle Franco, do Movimento de Trabalhadores Sem Teto, colocou o dedo na ferida: há uma acirrada disputa pelo centrão do Recife. Cerca de 200 famílias ocuparam o edifício SulAmerica, de propriedade da Empresa Nacional de Hotéis LTDA na segunda-feira, 19. Localizado na Praça da Independência, 91, o edifício tem seis pavimentos e faz uma curva suave na direção da Avenida Dantas Barreto, bairro de Santo Antônio.
Mapa dos imóveis com dívidas do
 IPTU acima de R$ 500 mil na RPA1
Fonte: Marco Zero
A escolha de um imóvel desocupado no centro não foi aleatória. O edifício tem dívidas acumuladas no valor preciso de R$ 1.507.771,03, dos quais R$ 1.416.641,17 inscritos na dívida ativa do município. Está entre as 30 maiores dívidas de um total de 3.740 imóveis devendo o imposto na Região Político Administrativa 1 (RPA1) – que compreende Santo Antônio e mais 10 bairros. O edifício estava desocupado há mais de 10 anos, portanto sem cumprir a função social exigido pela Constituição brasileira.
Tornou-se lugar comum afirmar que o centro da cidade do Recife está abandonado. Na verdade ele tem partes abandonadas – lugares fora das ideias que conduzem o planejamento urbano da cidade –, e partes que têm sido cobiçadas pelo mercado e apoiadas pelo poder público, com investimentos e incentivos. Para esses lugares há ideias, mobilização, planos, projetos, maquetes e negociações.
(..) O valor da dívida na RPA 1 é comparável ao que a atual gestão municipal estima angariar em 2018 em toda a cidade – cerca de R$ 382 milhões. É também equivalente ao custo de construir mais de 4 mil unidades habitacionais no padrão do Programa Minha Casa, Minha Vida. Imagine um investimento desse montante no centrão da capital pernambucana – praças, esgotamento, habitação, boulevards, escolas… (Continua)
Acesse a matéria completa pelo link


2018-05-05