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quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Meu Túnel Minha Vida

O Globo Rio / Bairros 03-11-2019, por Ana Claudia Guimarães

A nova cara do setor imobiliário em Niterói

Luxo é ser simples, compartilhável e sustentável. Com esse conceito, o empresário Burno Serpa Pinto, presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi) de Niterói, vem pedalando (literalmente) atrás de bons resultados para o setor na cidade. (..)

Agora, falando em números, Bruno diz que o setor vem ganhando fôlego: só a Spin registrou crescimento de 59% em unidades vendidas de janeiro a setembro deste ano, em comparação com o mesmo período de 2018.

— Influem a queda da taxa de juros, os baixos rendimentos das aplicações financeiras e a oportunidade de compra num cenário ainda de baixa de preços — diz ele, citando São Francisco, Charitas e Piratininga como os mais novos queridinhos do mercado. Neste último, haverá lançamentos no verã
o.

Túnel Charitas-Cafubá

Leia também neste blog

“Vem aí: Jardim Cafubá” (22-05-2017)

“Vem aí o Jardim Cafubá II” (10-06-2017)

“O planejamento olímpico e a revolução dos transportes II” (31-10-2017)

2019-11-14


terça-feira, 31 de outubro de 2017

O planejamento olímpico e a revolução dos transportes II

Estado considera inviável tarifa social no catamarã Charitas-Praça XV
Segundo secretaria, para haver uma diminuição na tarifa a linha precisa ter um acréscimo de 40 mil novos passageiros

Montagem: à beira do urbanismo
Imagens originais: Internet
Dois anos depois da prefeitura de Niterói ter dado início à construção da infraestrutura do sistema BRT, dita Transoceânica - que além de ter custado muito dinheiro multiplicou por não-se-sabe-quanto os efeitos da crise recessiva sobre o comércio e serviços do corredor Piratininga-Itaipu -, os cidadãos ficam sabendo, pelo noticiário de O Fluminense, que inexistem até hoje quaisquer planos para a integração do novo sistema ao transporte aquaviário Charitas-Praça XV. 

Até sabe Deus quando, o trabalhador que não puder pagar os atuais R$ 16,50 cobrados para atravessar a Baía de Guanabara a partir do ponto final do BRT terá de pegar um ônibus municipal pela tarifa de R$ 3,70 para chegar, 30 minutos depois se o trânsito permitir, à Estação Hidroviária da Praça Arariboia, no Centro de Niterói, de onde deverá desembolsar mais R$ 6,50 para chegar à Praça XV.

Em qualquer caso, se seu destino não estiver nas redondezas terá de desembolsar outros R$ 3,80 para tomar o VLT ali do lado ou, mais provavelmente, o Metrô a R$ 4,30 ou um ônibus municipal a R$ 3,60 depois de uma caminhada cheia de obstáculos até a Avenida Rio Branco. Se quiser pegar o VLT na praça XV para ir ao Metrô da Carioca, perderá tempo, paciência e dinheiro. Eu garanto: é melhor respirar fundo e ir a pé.

Integração tarifária? Talvez, em algum momento desse périplo, alguns centavos de desconto que não dão nem para um café! 

Pode-se, é claro, alegar que nada disso é necessário. Basta ao trabalhador continuar utilizando uma das inúmeras linhas de ônibus que ligam os bairros de Niterói - Charitas, por exemplo - ao Rio de Janeiro pela Ponte Rio-Niterói. Demora mais, mas custa menos. E se der sorte de ir sentado, pode ser bem mais confortável! 

O porquê dessa balbúrdia? Para mim, é o resultado da gestão público-privada dos transportes metropolitanos: metade má fé e malfeitos diversos contra o patrimônio público e a economia popular, metade puro efeito da moderna exploração privada monopolista, ou cartelizada, dos serviços urbanos. E vá saber onde terminam uns e começa a outra...

Montagem: à beira do urbanismo
Imagens originais: Internet

Leia também
"O Planejamento olimpico e a revolução dos transportes" (Abril 2012)
http://abeiradourbanismo.blogspot.com.br/2012/04/o-laboratorio-de-planejamento-urbano-do.html

2017-10-31

sábado, 10 de junho de 2017

Vem aí o Jardim Cafubá (II)

O Globo Rio - Bairros 05-06-2017, por Renan Almeida

Túnel Charitas-Cafubá inaugura neste sábado
Via altera a dinâmica do trânsito entre Região Oceânica e a Zona Sul

A partir de amanhã, a Região Oceânica fica bem mais próxima da Zona Sul com a entrega da obra que por décadas esteve no imaginário dos moradores da cidade. O túnel que liga os bairros de Charitas e Cafubá abre para circulação de veículos às 13h, um ano e dez meses depois da detonação que marcou o início das perfurações. (..) O túnel tem 1.350 metros de extensão e, para percorrê-lo, são necessários cerca de dois minutos, na velocidade máxima permitida de 80km/h (veículos leves) e 60km/h (ônibus e caminhões). (..)


Muito mais do que a do trânsito, como quer O Globo, a inauguração do túnel Charitas-Cafubá altera a dinâmica do mercado imobiliário de Niterói, cumprindo aquele que é, a meu ver, o principal objetivo de sua execução: turbinar a valorização dos bairros da Região Oceânica por meio do acesso rápido ao mercado de trabalho do Centro metropolitano e ao parque de comércio e serviços de Icaraí.

Não é por acaso, creio, que o Executivo municipal, que até hoje não apresentou um plano de integração tarifária do futuro BRT com o serviço hidroviário de Charitas ao alcance do trabalhador comum, tampouco um plano convincente de extensão do sistema de transporte público até o Centro de Niterói, tenha por outro lado construído a toque da caixa as garagens subterrâneas vizinhas à estação de catamarãs. O preço do estacionamento diário, ou mesmo a tarifa do BRT, somado à do Catamarã Charitas só cabe no orçamento dos que exercem funções qualificadas em grandes empresas estatais e privadas do Centro do Rio.

Para o setor imobiliário, que não é mero figurante nesse filme, o componente automobilístico da Transoceânica tem um valor específico que vai muito além do BRT e já produz efeitos muito antes do início de sua operação.

Além de servir aos automobilistas da Região Oceânica que demandam o Centro do Rio pelo serviço de catamarãs, o túnel Charitas-Cafubá, por força de seu traçado e sistema de acesso, tende a revolucionar os preços do solo em todo o entorno da Lagoa de Piratininga, que, pela idade da ocupação, relativo isolamento das praias - a despeito da proximidade física - e urbanização precária, há muito se mostravam declinantes em relação a zonas de crescimento mais recente e dinâmico como Camboinhas e Itaipu. Localidades como Cafubá e Maralegre, principalmente, e a própria Praia de Piratininga passam a estar, até onde o congestionamento de tráfego permitir, a poucos minutos por automóvel do parque de comércio de grife e serviços especializados de Icaraí.

O retorno, ao noticiário, do tema da urbanização e regularização fundiária da orla da Lagoa de Piratininga não é mera coincidência. Resta ver como a pressão gentrificadora afetará as comunidades, informais algumas delas, há muito aí instaladas e pressionará, por outro lado, a legislação urbanística bastante restritiva dos aproveitamentos de terreno, portanto dos lucros imobiliários. O certo é que a valorização ocorrerá.

Ao passo que o BRT é uma incógnita, o túnel rodoviário é sucesso garantido entre os niteroienses motorizados. Niterói é a cidade brasileira de mais elevado rendimento familiar mensal per capita (R$ 2.303,00 IBGE 2010), com uma distribuição sócio-espacial que nada tem de homogênea. A família niteroiense compradora de habitação de mercado tem carro do ano, às vezes dois, e redes familiares distribuídas entre os bairros litorâneos da baía (Ingá, Icaraí, Jardim Icaraí) e oceânicos (Piratininga e Grande Itaipu), todos na Zona Sul. Na Zona Norte, quando muito, resta um avoengo.

Morar num apartamento novo do Jardim Cafubá trabalhando no Centro do Rio, enquanto o(a) parceiro(a) leva e busca as crianças no colégio no Jardim Icaraí e aproveita para consultar o especialista e as butiques da moda da Rua Moreira César, passa a ser uma rotina viável e bastante atraente. Vez por outra, ainda se poderá ir ver a bisa em sua casa no Barreto.

Inversamente, as praias oceânicas, Camboinhas e Piratininga principalmente, estarão muito mais acessíveis aos residentes de Ingá, Icaraí e Jardim Icaraí, bairros muito valorizados de praias lindas, mas com águas para lá de duvidosas.

A reeleição do prefeito, tudo indica, está bem encaminhada.


Contudo, uma pergunta se impõe: se se cogita a complementação do BRT até o Centro da cidade por meio de um VLT - até porque o BRT é um grande consumidor do bem público mais escasso de Niterói, o espaço superficial - por qual razão não é o próprio VLT que se estende até Itaipu? Por que obrigar o cidadão que não puder pagar o Catamarã Charitas a mais uma transferência modal, com seu próprio custo individual de tempo e dinheiro, para chegar à estação das barcas da Praça Araribóia? Segregação social planejada? Vicissitudes do “planejamento por oportunidades”?

De minha parte, pelo menos até o dia em que o sistema BRT-Catamarã Charitas ofereça tarifas populares, ou que o BRT transoceânico se estenda, sabe Deus como, até o Centro da cidade, eu me permitirei considerá-lo uma solução técnica incompleta e de alto risco, destinada antes de tudo a dourar a pílula do gasto com a abertura do túnel.

Considerando tratar-se de uma intervenção de alcance inegavelmente estratégico e que, por força de recente decisão da Câmara de Vereadores, não haverá pedágio, a conta será repartida por todos os munícipes nos termos da estrutura tributária.

Não se ouviu falar de estudos e medidas relativas aos impactos econômicos da intervenção, obviamente negativos para o comércio e os serviços no transcurso das obras e potencialmente muito positivos para a propriedade imobiliária antes, durante e depois delas.

Em especial, não se considerou a adoção de um regime diferenciado de Outorga Onerosa do Direito Construir, tampouco a aplicação da Contribuição de Melhoria, ou Valorização, nas regiões servidas, com vistas à cobertura dos custos do novo sistema e suas ações urbanizadoras. Nessas circunstâncias, toda elevação extraordinária de preços do solo é indicativa de benefícios líquidos da intervenção em favor de proprietários de terrenos e incorporadores imobiliários.

Para estudantes e pesquisadores, o estudo das variações de preços na Região Oceânica em geral e, em especial, o levantamento das transações imobiliárias realizadas nas regiões de Cafubá, Maralagre e Piratininga a partir de 1-2 anos anteriores ao anúncio público da obra poderão apresentar resultados deveras interessantes.

2017-06-10


segunda-feira, 22 de maio de 2017

Vem aí: Jardim Cafubá

Deu n’O Fluminense Habitação
Ulisses Dávila em 20/05/2017 
Valorização ao fim do túnel 
Com dois empreendimentos programados para a Região Oceânica em 2017, acréscimo pode chegar a 30 %
Se a construção da TransOceânica representa o maior avanço em mobilidade já conquistado em Niterói, a recente abertura do túnel que liga os bairros de Charitas e Cafubá marca o início da realização desse feito. Uma infraestrutura que impacta de forma extremamente positiva a vida dos moradores da Região Oceânica, diminuindo o tempo de trajeto até a Zona Sul. A mudança de perfil na localização já movimenta o mercado imobiliário.
Clique na imagem para ampliar
(..)“Para se ter uma ideia de como o fluxo de negócios está aquecido na região, um empreendimento de luxo recém-lançado em Piratininga vendeu 11 unidades só em janeiro. Mas apesar de o bairro estar essencialmente voltado ao mercado de luxo, é possível encontrar oportunidades para variadas faixas de renda pela região. Um dos empreendimentos em que trabalhamos oferece unidades a partir de R$ 230 mil com dois quartos, e já vendeu 27 unidades só nos últimos 45 dias”, explica o diretor-geral da Brasil Brokers Niterói, que complementa, “no caso de Cafubá, bairro mais diretamente beneficiado com a abertura do túnel, não há previsão de lançamentos, os negócios giram em torno de venda e locação de usados. Mas certamente é um bairro que vai se beneficiar com essas melhorias de mobilidade, e se antes não recebia muita atenção, agora certamente também vai acompanhar o ritmo de interesses e valorização de todo o resto da região”, prevê. (..) dezesseis ruas do bairro já foram beneficiadas com drenagem, pavimentação e urbanização (..)
(..) Com um gabarito para construções, que varia entre 2 e 6 pavimentos, a Região Oceânica de Niterói tem sido projetada para que seu crescimento ocorra de forma ordenada.
Além da recente inauguração do túnel, a Região Oceânica vem recebendo desde 2013 cerca R$ 1 bilhão em investimentos. aoPiratininga, Camboinhas, Bairro Peixoto e Maravista estão sendo atendidos pelo Programa Bairro Novo, com aproximadamente 50 ruas concluídas. O Programa Asfalto Liso recapeou importantes vias da região, como a Avenida Central e a Estrada do Engenho do Mato, onde também  já foram iniciadas as obras de macrodrenagem e pavimentação da Avenida Professora Romanda Gonçalves, possibilitando a drenagem de outras ruas do bairro e da localidade de Maravista, evitando enchentes. A região também ganhou a ampliação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Itaipu, assim, a vazão média de tratamento passou de 80 litros por segundo para 160. Um grupo executivo para o crescimento ordenado e Preservação das Áreas Verdes (Gecopav) também foi criado, que por sua vez implantou inspeções regulares em áreas verdes protegidas. E ainda, no ano passado, a prefeitura assinou um convênio com o Banco Latino Americano de Desenvolvimento no valor de US$ 100 milhões, para obras de infraestrutura, drenagem, pavimentação e mobilidade, através do Programa Região Oceânica Sustentável (Pró-Sustentável).

2017-05-22