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quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Entre o martelo e a bigorna


Valor Econômico 22-11-2022
https://valor.globo.com/mundo/noticia/2022/11/22/ocde-descarta-recesso-global-mas-aponta-riscos-significativos.ghtml
A Ásia será o principal motor do crescimento em 2023 e 2024, enquanto a Europa, a América do Norte e a América do Sul ‘verão um crescimento muito baixo’
Devemos lamentar a perspectiva de piora das condições de vida das multidões urbanas ou saudar a redução do ritmo da degradação ambiental planetária?

2022-11-23

terça-feira, 1 de setembro de 2020

Um passo à frente, dois atrás


G1 Economia 25-08-2020
https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/08/25/piora-economica-deve-empurrar-38-milhoes-de-domicilios-para-as-classes-d-e-e-neste-ano.ghtml
Montagem: Àbeiradourbanismo

Na terminologia do urbanismo colombiano, 3,8 milhões de domicílios passarão do "estrato socioeconómico medio" para os "estratos medio-bajo y bajo". Parte desse contingente expandirá as periferias sub-urbanizadas, parte intensificará a deterioração física do estoque imobiliário das regiões centrais.

Uma pergunta crítica é: como evitar que as políticas urbanas redistributivas, elas próprias compensatórias da concentração persistente da renda, sejam ciclicamente revertidas pela crises recessivas?

2020-09-01

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Interessante …

Money Times 02-09-2019, por Avelino Andrade

Imagem: Internet
Economia estagnada não barra crescimento do mercado imobiliário brasileiro


(..) Diante de previsões de baixo crescimento do PIB para 2019, balança comercial estagnada, inadimplência em alta, crédito curto e taxas de desemprego que não dão sinais de distensão, investir com sabedoria é uma prerrogativa mais do que necessária.

O número de investidores em fundos imobiliários, por sua vez, mais que dobrou nos últimos 12 meses, segundo a B3, superando a marca de 317 mil pessoas em abril, em um crescimento de 10,6% em relação ao mês anterior. 

(..) Mas, o mercado imobiliário não está em baixa? Ao contrário, ele dá todos os sinais de que é o fim definitivo do biênio negro do setor (2016/2017). Um levantamento feito pela Cbic – Câmara Brasileira da Indústria da Construção – revela aumento de quase 10% na venda de imóveis residenciais entre janeiro e março deste ano, em comparação ao mesmo período de 2018. (..) 

2019-09-02

terça-feira, 28 de maio de 2019

Ressaca olímpica


Deu n’O Globo / Rio
27-05-2019, por Rafael Galdo
Despesas com obras de infraestrutura do estado do Rio recuam a níveis da década passada
Em tempos de um Rio que não consegue conservar estradas, túneis e nem hospitais, o que dirá realizar novas obras.
A desaceleração nos investimentos públicos — que atinge todas as esferas de governo — está refletida nas contas do estado, com um recuo a patamares da década passada. Em 2018, as despesas liquidadas com atividades e projetos relacionados à infraestrutura (como construções, reformas e ampliações) fecharam perto de R$ 1,8 bilhão, pouco abaixo dos R$ 2 bilhões de dez anos antes, em valores corrigidos pela inflação.
Há sinais da asfixia vindos também da prefeitura da capital. Ano passado, os investimentos em geral (em todos os setores) representaram apenas 2,63% (ou R$ 760 milhões) das despesas totais do município, frente aos 18,98% (R$ 5,1 bilhões) de 2015. Nessa marcha lenta, sua principal intervenção em andamento, o BRT Transbrasil, se arrasta desde 2015. (Continua)
2019-05-28


quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Eficiência de mercado

Deu no El País Economía 
19-09-2018, por Elena Sevillano 
https://elpais.com/economia/2018/09/18/actualidad/1537296380_348253.html 
La recesión acabó con dos tercios de la vivienda nueva protegida de España


El año pasado se entregaron las llaves de 4.938 viviendas, la cifra más baja en 30 años 
(..) “En los años del boom inmobiliario las viviendas libres eran una alternativa quizá más rentable que las protegidas. Los inversores privados abandonaron la construcción de este tipo de pisos y se fueron a la vivienda libre. A partir del año 2008 es cuando se produce una reducción dramática y la vivienda protegida prácticamente desaparece. En Euskadi hemos sido como el tuerto en el país de los ciegos, porque nuestra producción cayó, pero menos, sobre todo por la apuesta por el alquiler. Y tenemos una particularidad, que es que la vivienda protegida cuesta la mitad que la libre, cuando en otras ciudades ese diferencial es muy pequeño”, afirma Yoldi.
Ahora, pasados 10 años, las cifras no muestran mejoría. “La vivienda protegida no se está recuperando”, afirma tajante Yoldi. Y no repuntará, añade, hasta que las comunidades recuperen capacidad presupuestaria, muy mermada desde la aplicación de las restricciones del Pacto de Estabilidad. “Si no hay dinero, no hay política”, resume. Pone el ejemplo de la vivienda protegida de alquiler, quizá la más costosa de todas: “No la hace ningún promotor privado porque no es rentable. Así que la tenemos que construir las administraciones. Pero nuestro presupuesto de vivienda, al menos en el País Vasco, ha caído a la mitad”. (Continua)
 2018-09-19


quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

O Professor Merval ensina a fazer o dever de casa


Texto explicativo em elipse: W
Indagado, na edição de anteontem à noite do Jornal das Dez, sobre a razão de os BRICs estarem, até certo ponto, conseguindo sobreviver à recessão mundial, o insigne Merval Pereira, mais novo usufrutário de um fardão da Academia Brasileira de Letras, respondeu: “Porque eles fizeram o dever de casa nas décadas de 1980 e 1990”.

Depois do “Maracanã em pó” (ver postagem anterior), uma aplicação localizada, temos aqui uma lição abrangente de capitalismo do desastre (ver Naomi Klein) ministrada pelo professor Merval: para poder  crescer, os países precisam, primeiro, se deixar devastar por políticas de ajuste estrutural de suas economias.

Para propiciar ao leitor uma imagem do impacto do “dever de casa” do Professor Merval sobre a economia brasileira, eu apresento um gráfico com as taxas de crescimento do PIB brasileiro desde 1964. O dever de casa consistiu, como se vê, em aprender a escrever o “W”, que naquela época não fazia parte do nosso alfabeto.

Incluo, no gráfico, uma “linha de tendência” automática do Excel, que, a mim pelo menos, deixa a desagradável sensação de que o melhor que podemos esperar do alardeado avanço do Brasil ao status de potência econômica num mundo governado pelo capital financeiro é... uma economia cronicamente estagnada em taxas médias de menos de 3% muito antes de alcançarmos os retardatários do pelotão da frente!

Ao leitor interessado em se aprofundar no ensinamento do professor Merval e seus efeitos sobre a geografia humana mundial, eu recomendo enfaticamente a leitura de Planeta Favela, de Mike Davis (tradução de Beatriz Medina, pósfácio de Ermínia Maricato), Boitempo Editoral, 2006. O título do livro fala por si.

Seguem três passagens do capítulo “Desajustando” o Terceiro Mundo: o big bang da pobreza urbana.

“Em agosto de 1982, quando o México ameaçou deixar de pagar as parcelas da dívida, tanto o FMI quanto o Banco Mundial, em sincronia com os maiores bancos comerciais, tornaram-se instrumentos explícitos da revolução capitalista internacional promovida pelos governos Reagan, Thatcher e Kohl. O Plano Baker de 1985 (...) exigiu sem rodeios que os 15 maiores devedores do Terceiro Mundo abandonassem as estratégias de desenvolvimento conduzido pelo Estado em troca de novas facilidades para empréstimos e de continuar participando da economia mundial” [DAVIS, p. 156]. 
(..)
Segundo uma pesquisa da OIT, a pobreza urbana na América Latina cresceu extraordinários 50% somente na primeira metade da década, de 1980 a 1986. A renda média da população economicamente ativa caiu 40% na Venezuela, 30% na Argentina e 21% no Brasil e na Costa rica. No México o emprego informal quase dobrou entre 1980 e 1987, enquanto os gastos sociais caíram para metade do nível de 1980. No Peru, a década de 1980 terminou com uma “hiper-recessão” induzida pelo PAE [Plano de Ajuste Estrutural] que, em três anos, reduziu o emprego formal de 60% para 11% da força de trabalho urbana (...) [DAVIS, p. 160].
(..)
Em todo o Terceiro Mundo os choques econômicos dos anos 1980 obrigaram os indivíduos a se reagrupar em torno da soma dos recursos da família, principalmente, da capacidade de sobrevivência e da engenhosidade desesperada das mulheres. Quando as oportunidades de empregos formais dos homens desapareceram, mães, irmãs e esposas, em geral, foram obrigadas a agüentar bem mais que metade do peso do ajuste estrutural urbano. (..) Como enfatiza a geógrafa Sylvia Chant, sob os PAES as mulheres urbanas pobres tiveram de trabalhar mais, tanto dentro quanto fora de casa, para compensar os cortes nos gastos com serviços públicos e da renda masculina; ao mesmo tempo, o aumento ou a criação de tarifas cobradas dos usuários limitaram ainda mais o seu acesso à educação e à assistência médica [DAVIS, p.161].

Tendo em vista tudo isso, não me surpreende a advertência dos pesquisadores do projeto Observatório Urbano da ONU: “Em 2020 a pobreza urbana do mundo chegará a 45% ou 50% do total de moradores das cidades”. [DAVIS, p. 155].

Na dúvida, leitor, sobre as causas desse intrigante fenômeno, não hesite em  perguntar ao professor Merval Pereira, PhD, Jornal das Dez.


2011-12-08