Fonte: Blog do Diego* |
Na terceira e última noite, ávido por uma refeição que me confortasse o estômago, desci à rua, dei a volta em três quarteirões, até descobrir uma promissora sopa de abóbora no mesmíssimo restaurante cuja algaravia entretinha o meu sono.
Levei ali um tempo razoável, mas que, no final, resumiu-se ao breve interregno de uma sucessão de fotogramas que trago na lembrança. Enquanto, no fundo da sala, um casal retrô se beijava furiosamente alheado do mundo, ao meu lado, junto à janela, um curioso quarteto formado por jovens espectros de Mário Pedrosa, Pagu, André Breton e Frida Khalo apreciava beatificamente os vinhos da casa expelindo, a cada cinco minutos, embevecidos monossílabos. Eu juro que vi passar em dado momento, esvoaçando, o anjo da Libelu.
Admirado, terminei vagarosamente o meu repasto, despedi-me da cena e retornei ao meu quarto de hotel para sonhar um sonho comezinho.