terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Devagar quase parando


Deu na Exame 27-02-2018, por Adriana Belisário, da Agência Pública

Porto Maravilha corre o risco de parar em 2018
Prefeitura diz que serviços na região podem ser suspensos por falta de dinheiro
A crise econômica atracou nos últimos anos no cais do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro (RJ). Às vésperas de completar nove de seus 30 anos de vida, a operação ficou refém do seu gigantismo e enfrenta dificuldades para pagar o consórcio formado pela Odebrecht, OAS e Carioca Engenharia, que faz obras e serviços como limpeza de ruas e coleta de lixo na região.
Projetos licenciados no Porto Maravilha
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Bruno Fonseca/Agência Pública
Em entrevista exclusiva, Antônio Carlos Mendes Barbosa, presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto (CDURP), admite a possibilidade do projeto ficar sem caixa este ano.
(..) Para Mendes Barbosa, tudo vai depender do Fundo de Investimento Imobiliário do Porto Maravilha, controlado pela Caixa Econômica Federal (CEF). “Quem comprou os terrenos e/ou Cepacs têm o compromisso de dar liquidez”, diz ele, referindo-se à obrigação de a CEF garantir recursos. “Tenho conversado tanto com gestores quanto com cotistas do fundo sobre isso”, completa.
O combustível para mover as engrenagens do Porto Maravilha é a venda dos Certificados do Potencial Adicional de Construção (Cepacs) pelo fundo da CEF, que comprou todos os títulos da prefeitura, em lote único, em 2011 por R$ 3,5 bilhões. A compra usou recursos dos trabalhadores (FGTS), com a expectativa de revendê-los mais caros no mercado para empreendedores interessados em aumentar a quantidade de andares de seus imóveis na região.
Segundo o fluxo planejado, os Cepacs pagariam as empreiteiras, que se tornaram responsáveis não só por obras como também por serviços que no resto da cidade são realizados pela prefeitura, como a coleta de lixo. O problema é que foram poucos os compradores, e os Cepacs estão encalhados.
Não há novos projetos licenciados com consumo de Cepacs no Porto Maravilha desde meados de 2015. (Continua)


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