quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Renda da terra pra que te quero

Deu no GauchaZH 28-02-2018, por Dagmara Spautz

Avança projeto de alargamento da praia em Balneário Camboriú
Obra deve custar R$ 105 milhões  
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Salvador? Recife? Fortaleza? Belém?



Não. Balneário Camboriú,
município da região catarinense
do Vale do Itajaí com população de
135 mil (!) habitantes em 2017,
47o. PIB municipal do país em 2014
e 145o. em rendimento médio per
capita em 2010; recém-afamado
como lugar dos edifícios mais altos
e do m2 mais caro do país.

Precisa ir a Brasília esmolar 100
milhões para alargar a praia arruinada
pela sombra dos arranha-céus?
A serem pagos com aluguel
de quiosques?

Para que serve a Outorga Onerosa do
Direito de Construir vigente na cidade?

Ou considerando, como admitem os
cobiçosos corretores, que “os imóveis
da cidade tenham uma valorização de
até 15% com o alargamento da faixa
de areia”, porque não financiá-lo
com o tradicionalíssimo instituto
da Contribuição de Melhoria?

Início das obras ainda depende de licenças ambientais e da captação de recursos para financiar o investimento.
(..) Nos últimos meses, o prefeito buscou apoio junto ao governo do Estado e levou o projeto ao presidente Michel Temer (PMDB). A mais recente aproximação foi com o BNDES, que é uma das opções de financiamento. A prefeitura pretende quitar o possível empréstimo com a arrecadação vinda da outorga de espaços públicos na Praia Central, como quiosques. Desde o ano passado o município possui a gestão plena das praias, mas ainda não regulamentou a forma como será feita a cobrança.
A justificativa da prefeitura para viabilizar o projeto é a perda de espaço na faixa de areia. Imagens de satélite mostram que houve um avanço significativo do mar nos últimos anos. A falta de sol por causa das sombras dos edifícios da orla na faixa de areia foi destaque nacional recentemente.
O Instituto +BC, entidade que financiou o projeto executivo do alargamento da faixa de areia, é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) formada por 15 empresários de Balneário Camboriú. (..)
O projeto executivo custou R$ 660 mil, bancados pelo instituto. Há interesse do empresariado local em garantir que a obra saia do papel, e que seja executada com qualidade para evitar problemas como a mudança no perfil da praia – torná-la mais perigosa, como ocorreu em Copacabana, pode ser fatal para o turismo em Balneário Camboriú.
Se tudo correr bem, a expectativa é positiva: corretores estimam que os imóveis da cidade tenham uma valorização de até 15% com o alargamento da faixa de areia.


 2018-28-02