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Venetian Macao Resort Hotel,
propriedade do bilionário estadunidense
Sheldon Adelson
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Num mesmo dia, o prefeito Marcelo Crivella disse que "o
Rio de Janeiro é o epicentro da corrupção" e anunciou um futuro radiante
para o projeto do Porto Maravilha. Prometeu R$ 10 bilhões em investimentos com
a construção de duas torres de hotéis, um centro de convenções e... um cassino.
O prefeito do "epicentro da corrupção" defende a
legalização da jogatina para salvar um projeto megalomaníaco atolado na zona
portuária da cidade. (..)
O prefeito não joga, não fuma, não bebe e
sabe que está apenas criando uma nova miragem para uma cidade ludibriada por
fantasias como as da Copa do Mundo e da Olimpíada. (..)
No mundo real, a única pessoa tenuemente interessada nas
torres e no cassino prometidos por Crivella é o bilionário americano Sheldon
Adelson, que tem complexos de turismo e jogo em Las Vegas, Macau e Singapura.
Ele começou a trabalhar aos 12 anos (tem 85) e já juntou US$ 33,3 bilhões (R$
125,7 bilhões). (..) Dele viriam os R$ 10 bilhões imaginados por Crivella.
O Porto Maravilha de Eduardo Paes atolou porque era um
projeto demófobo. O Rio da zona portuária nunca poderia ter sido o que é o
Puerto Madero argentino, como a Barra da Tijuca nunca será uma Miami. Aquela
área está num bairro popular e centenário. Quem quiser conferir, que ande pelas
ruas da Gamboa e de São Cristóvão. A megalomania imobiliária encalhou porque
foram poucos os interessados em levar suas empresas para lá. Ali, o povo do Rio
sempre viveu em casas modestas. Miami é em outro lugar.
2019-03-11