quarta-feira, 22 de maio de 2019

Apps: otimização ou desperdício?


Deu no Gaúchazh / Mundo
20-05-2019, por Rafael Balago / Folhapress
Transporte público perde usuários em metrópoles ao redor do mundo
(..) Nos EUA, o total de usuários transportados nas cidades caiu 2% em 2018, na comparação com 2017, segundo dados da APTA (Associação do Transporte Público Americano). Em Los Angeles, houve 37 mil viagens diárias a menos, em média. Chicago (31 mil) e Washington (29 mil) também tiveram baixas. 
Entre os diferentes modais, o ônibus é o mais afetado. "Nos últimos anos, muitas cidades tiveram aumento nos congestionamentos, o que atrasa as viagens e torna o ônibus menos atrativo", disse à reportagem Matthew Dickens, analista sênior da APTA. (..) Outras razões apontadas por Dickens para a queda nos EUA são a prática de home office, que reduz a necessidade de deslocamento, e a disputa com aplicativos de transporte, como Uber. "Esses novos meios são subsidiados pelas empresas para que tenham um preço competitivo em relação ao transporte público."
Um estudo da Universidade de Kentucky publicado em agosto aponta que a chegada dos apps levou a uma queda de 1,3% no uso de trens e metrô e de 1,8% no de ônibus, a cada ano. A pesquisa levou em conta dados de 25 cidades. "Esse efeito aumenta com o tempo, conforme cresce o uso desses aplicativos", conclui o estudo. "Após oito anos, isso pode ser associado à queda de 12,7% no uso dos ônibus." 
(..) A falta de público coloca as empresas de transporte em uma espiral de queda. Com menos usuários, há menos dinheiro em caixa. Para cortar gastos, a saída costuma ser eliminar linhas, diminuir a frequência dos coletivos e investir menos em renovação da frota. Isso torna o serviço ruim e afasta ainda mais passageiros, realimentando o problema. (Continua)


2019-05-22