terça-feira, 31 de outubro de 2017

O planejamento olímpico e a revolução dos transportes II


Estado considera inviável tarifa social no catamarã Charitas-Praça XV
Segundo secretaria, para haver uma diminuição na tarifa a linha precisa ter um acréscimo de 40 mil novos passageiros


Montagem: à beira do urbanismo
Imagens originais: Internet
Dois anos depois da prefeitura de Niterói ter dado início à construção da infraestrutura do sistema BRT, dita Transoceânica - que além de ter custado muito dinheiro multiplicou por não-se-sabe-quanto os efeitos da crise recessiva sobre o comércio e serviços do corredor Piratininga-Itaipu -, os cidadãos ficam sabendo, pelo noticiário de O Fluminense, que inexistem até hoje quaisquer planos para a integração do novo sistema ao transporte aquaviário Charitas-Praça XV. 

Até sabe Deus quando, o trabalhador que não puder pagar os atuais R$ 16,50 cobrados para atravessar a Baía de Guanabara a partir do ponto final do BRT terá de pegar um ônibus municipal pela tarifa de R$ 3,70 para chegar, 30 minutos depois se o trânsito permitir, à Estação Hidroviária da Praça Arariboia, no Centro de Niterói, de onde deverá desembolsar mais R$ 6,50 para chegar à Praça XV.

Em qualquer caso, se seu destino não estiver nas redondezas terá de desembolsar outros R$ 3,80 para tomar o VLT ali do lado ou, mais provavelmente, o Metrô a R$ 4,30 ou um ônibus municipal a R$ 3,60 depois de uma caminhada cheia de obstáculos até a Avenida Rio Branco. Se quiser pegar o VLT na praça XV para ir ao Metrô da Carioca, perderá tempo, paciência e dinheiro. Eu garanto: é melhor respirar fundo e ir a pé.

Integração tarifária? Talvez, em algum momento desse périplo, alguns centavos de desconto que não dão nem para um café! 

Pode-se, é claro, alegar que nada disso é necessário. Basta ao trabalhador continuar utilizando uma das inúmeras linhas de ônibus que ligam os bairros de Niterói - Charitas, por exemplo - ao Rio de Janeiro pela Ponte Rio-Niterói. Demora mais, mas custa menos. E se der sorte de ir sentado, pode ser bem mais confortável! 

O porquê dessa balbúrdia? Para mim, é o resultado da gestão público-privada dos transportes metropolitanos: metade má fé e malfeitos diversos contra o patrimônio público e a economia popular, metade puro efeito da moderna exploração privada monopolista, ou cartelizada, dos serviços urbanos. E vá saber onde terminam uns e começa a outra...



Montagem: à beira do urbanismo
Imagens originais: Internet


Leia também
"O Planejamento olimpico e a revolução dos transportes" (Abril 2012)
http://abeiradourbanismo.blogspot.com.br/2012/04/o-laboratorio-de-planejamento-urbano-do.html

2017-10-31


sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Aforismo georgeano




Hotelaria é um oligopólio global que extrai milhões em renda do solo urbano de executivos e turistas endinheirados.




Airbnb é um monopólio mundial que extrai bilhões em renda do solo urbano de trabalhadores e turistas remediados.



2017-11-14

domingo, 15 de outubro de 2017

III SUUB

Estão à disposição dos interessados os Anais do III Seminário Urbanismo e Urbanistas no Brasil, realizado nos dias 4, 5 e 6 de setembro de 2017 no Museu da Cidade do Recife (Forte das Cinco Pontas) sob o tema “Urbanistas e Urbanismo Moderno: Trajetórias Múltiplas e Juízos Historiográficos”. A coordenação geral do evento coube à Profa. Virginia Pontual (UFPE).

Para facilidade dos leitores especialmente interessados em História da Cidade e do Urbanismo, reproduzimos abaixo a lista completa dos trabalhos apresentados, que podem ser baixados em bloco no saite do SUUB (http://3suub.lup-ufpe.net.br/), janela “anais”, ou acessados diretamente pelo link http://www.lup-ufpe.net.br/3suub/anais/3SUUB_anais.pdf



O III SUUB coincidiu com a exposição
"Bicentenário da Revolução Republicana de 1817"
Museu da Cidade do Recife / Forte das 5 Pontas


EIXO 1: 
TRAJETÓRIAS MÚLTIPLAS NO URBANISMO
"Um (In)certo José Ciampitti e sua atuação no processo de (Trans)formação espacial de Guarulhos", por Fernando Atique e Giorgia Burattini Saad Medeiros da Silva (UNIFESP)
"Representação social da paisagem de Brasília na obra de Marcel Gautherot", por Luciana Jobim Navarro (UNB)
"Urbanismo e multidisciplinaridade nas cidades novas de Joaquim Guedes", por Rogério Penna Quintanilha (UNOESTE)
"As filiações teóricas dos escalões territoriais de análise do Plano de Desenvolvimento do Paraná elaborado pela SAGMACS", por Fabíola Castelo de Souza Cordovil (UEM)
"O saneamento de Santos revisitado pela saúde: as percepções dos médicos Geraldo Paula Souza e Humberto Pascale", por Cristina de Campos e Robson A. Simões (UNICAMP)
"CPEU Centro de Pesquisas Estudos Urbanísticos. Uma experiência de ensino, pesquisa e prática profissional", por Maria Cristina da Silva Leme (FAU-USP)
"Nestor Goulart e o Conjunto Ambiental Urbano: narrativas de salvaguarda do patrimônio brasileiro", por Julia da Rocha Pereira (MDU-UFPE)
"Rodolpho Ahrons: o mágico engenheiro a transformar a fisionomia urbana da velha cidade açoriana", por Inês Martina Lersch, Fernanda Dihl e Vera Grieneisen (UFRGS e UNISINOS)
"Rizkallah Jorge Tahan a atuação da iniciativa privada na urbanização da cidade de São Paulo (1895-1928)", por Renata Geraissati Castro de Almeida (UNICAMP)
"Propostas de habitação para São Paulo: Celso Garcia e os embates na Câmara Municipal", por Philippe Arthur dos Reis (IAU-USP)

EIXO 2: RELAÇÕES ENTRE HISTORIOGRAFIA E IDEOLOGIA
"Aspectos ideológicos nas práticas urbanísticas: um olhar historiográfico sobre as trasformações urbanas na cidade do Rio de Janeiro", por Josielle Cíntia de Souza Rocha e Nuno Montenegro (PPGAU-UFF e Fa ULisboa)
"A centralidade ausente da Barra da Tijuca: o Centro Metropolitano nos planos urbanos para a cidade do Rio de Janeiro", por Alice Matos de Pina (PROURB-UFRJ)
"A Companhia de Terras Norte do Paraná e a não obediência ao seu plano geral de colonização", por Layane Alves Nunes (UEM)
"Armando Augusto de Godoy: reflexões sobre o itinerário da formação e consolidação de um pensamento urbanístico", por Celina Fernandes Almeida Manso e Rodrigo de Faria (UNB e UNB / UNICAMP)
"Utopias do planejamento urbano: os "sonhos tropicais" de Eduardo Ribeiro e de Eduardo Braga", por Rodrigo Capelato (PROPUR-UFRGS)
"Progresso e problemas urbanos de São Paulo representados nas revistas técnicas no início do século XX", por Cinthia Aparecida Tragante (IAU-USP)
"A gestão de Carlos Sampaio e o legado da Exposição Internacional do Centenário da Independência de 1922 para a cidade do Rio de Janeiro", por Fernanda de Azevedo Ribeiro (PPGAU-UFF)
"Cidade, história e a forma das ideias", por Josianne Cerasoli (UNICAMP)
"Urbanistas e internacionalização no debate sobre o projeto para o bairro do Pacaembu em São Paulo (1911-1923)", por José Geraldo Simões Júnior (UPM)

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Vêm aí os PETROCEPACs

Deu n’O Globo online Rio
11-10-2017, por Gustavo Schmitt
  
Crivella diz que vai a Dubai buscar investidores para revitalizar Vargem Grande e Vargem Pequena
Montagem:abeiradourbanismo.blogspot.com.bt
Imagens originais: Internet
(..) O prefeito disse que a ideia é lançar uma parceria público-privada (PPP) para dar andamento aos estudos da região, nos mesmos moldes do Porto Maravilha, no Centro do Rio, e da Avenida Água Espraiada (hoje intitulada Avenida Roberto Marinho) na capital paulista.
Crivella estima que os Cepacs teriam potencial de gerar até R$ 40 bilhões de Valor Geral de Venda (VGV) para os empreendimentos.
O prefeito disse que o potencial construtivo das Vargens dobraria, mas não soube informar como isso poderia acontecer na prática, nem mesmo se o aumento seria de gabarito, na verticalização das construções e nem se precisaria de autorização do legislativo.  (Continua)

2017-10-12