domingo, 30 de agosto de 2020

Fica esperto, Avôzinho!

Deu no Le Monde online
29-08-2020, por Laurence Girard e Nicole Vulser

Avec la pandémie, les recettes touristiques de Paris et sa région plongent de plus de 60 %

Au cours du premier semestre, l’Ile-de-France, vidée de ses touristes étrangers, a accueilli 9,4 millions de visiteurs, soit 14,3 millions de moins que sur la même période de 2019.


É de se supor que a queda catastrófica do turismo global afete os países na proporção direta de sua participação no PIB. Se somarmos a isso o impacto sobre as grandes cidades, a situação mais periclitante no cenário europeu talvez seja a de Portugal. Mais do que em qualquer outro país, a indústria do turismo promoveu nas últimas décadas um intenso processo de valorização imobiliária urbana que empurrou, em efeito cascata, milhares de famílias para a periferia das suas metrópoles – Lisboa e Porto. Com a queda dos preços, já se fala até no retorno de significativos contingentes de “expatriados” urbanos.

Em matéria publicada no CasaSapo em 09-01-2020*, Tiago Domingues, co-autor do artigo "Can a small leak sink a great ship? - uma análise global da poupança das famílias em Portugal", explicava que, mesmo poupando menos, as famílias portuguesas viram crescer seu patrimônio devido ao expressivo aumento de valor de seus imóveis. 

Profeticamente, ele alertava: "Não é tanto uma acumulação de poupanças [em dinheiro] mas, sim, o facto de que aquilo que eu poupei ao longo da vida [e que [me] permitiu ter uma casa], de repente, vale mais - como daqui a dois anos pode valer metade ou menos, pois estamos a falar numa lógica de mercado imobiliário".

Em chão escorregadio todo cuidado é pouco, Avôzinho!

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*https://casa.sapo.pt/noticias/portugueses-nunca-foram-tao-ricos-e-a-culpa-e-do-preco-das-casas/?id=27009



2020-08-30