quarta-feira, 9 de julho de 2025

Santos 1959: O centro de Salvador, indústrias


SANTOS M (1959), O Centro da Cidade do Salvador (excerto), 2. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo; Salvador: Edufba, 2008, pp. 90-93
https://pt.scribd.com/doc/83594926/O-Centro-Da-Cidade-de-Salvador

Indústrias > 5 operários, Salvador 1959 cf SANTOS M, op. cit.

(..) Em 1955, para 514 estabelecimentos considerados industriais e fábricas em Salvador, 192 se localizavam nos quarteirões centrais. (..) Um total de 3.960 pessoas encontravam-se ocupadas nessas empresas, o que dá uma média de 20, aproximadamente, para cada estabelecimento. Na realidade, somente 159 estabelecimentos contavam mais de 5 operários (414 para a cidade inteira), sendo que a maior parte dos estabelecimentos empregavam entre 5 e 25 pessoas. (..) A grande maioria, tendo menos de 25 operários, são principalmente artesanatos, ligados à vida íntima da cidade. As necessidades diárias e imediatas da população urbana aí são satisfeitas, muitas vezes sem intermediário comercial. São exatamente pequenas fábricas, dispondo de um setor comercial. Tendo acima de 25 empregados, porém menos de 100, encontram-se estabelecimentos cuja atividade os leva a permanecer bem próximos dos quarteirões comerciais ou do mercado. Isso explica por que há uma verdadeira concentração desses estabelecimentos nos quarteirões centrais. Todos os jornais ali estão, bem como 32 das 33 tipografias e editoras, 30 das 41 casas de confecção de vestuário; a totalidade, exceto 3, das fábricas de calçados, as duas de refrigerantes e ¾ das padarias. (..) Essas indústrias, salvo exceções, são sobretudo complementares ao comércio, verdadeiro setor industrial de magazines. Orientam-se segundo as necessidades das casas comerciais, destinando sua produção a um consumo quase imediato, sem constituir estoque nas suas pequenas oficinas. Comumente, a razão comercial dos estabelecimentos que fabricam e dos que vendem os produtos é a mesma. Não é raro que uma loja mantenha, atrás ou num sótão, um pequeno artesanato cujos produtos aparecem nas suas vitrines... O melhor exemplo é o das casas de calçados da rua Dr. Seabra. Essas pequenas indústrias utilizam produtos semiacabados e os transformam para o consumo, ao qual fornecem, então, produtos acabados. (..) A Cidade do Salvador não é uma cidade industrial (..). Esse fato (..) leva à localização, nos quarteirões centrais da cidade, de certas indústrias e artesanatos relativamente numerosos em relação ao conjunto da cidade. (..)”

2025-07-09

quarta-feira, 2 de julho de 2025

Santos 1959: O centro de Salvador, bancos


SANTOS M (1959), O Centro da Cidade do Salvador (excerto), 2a. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo; Salvador: Edufba, 2008, pp. 89-90
https://pt.scribd.com/.../O-Centro-Da-Cidade-de-Salvador
Agências bancárias, Salvador 1959 cf SANTOS M, op. cit.

(..) Os bancos da rede nacional financiam o comércio de exportação e importação, a agricultura comercial e a especulação imobiliária, bem como a indústria, embora em menor escala. (..) Os bancos regionais ou locais, possuindo capitais menores, interessam-se sobretudo pelo comércio, agricultura comercial e especulação imobiliária, que asseguram uma movimentação de fundos mais rápida. (..) Isso explica por que os bancos, ligados estreitamente ao comércio e, consequentemente, 'ao porto, tenham preferido a Cidade Baixa para a sua instalação. Ali os negócios financeiros criam quarteirões fortemente especializados, nas ruas Miguel Calmon, Portugal e avenida Estados Unidos. (..) É na Cidade Baixa que se acham as principais sedes bancárias, enquanto na rua Chile, São Pedro, Calçada e Baixa dos Sapateiros há escritórios secundários, as "agências metropolitanas". (..) O desenvolvimento do comércio na Cidade Alta e na Calçada levou os bancos a abrirem agências metropolitanas, sobretudo na rua Chile e Ajuda, onde se encontram sete delas. Novas foram abertas em São Pedro, Baixa dos Sapateiros e Calçada, estas sob a influência das indústrias de Itapagipe e do comércio. Para fazer uma idéia da valorização da rua Chile como localização bancária, basta acrescentar que uma casa de chá, de enorme clientela, fechou recentemente suas portas para acolher um guichê bancário, bem como o fato, já mencionado, da ocupação de algumas partes do Palácio do Governo por um guichê secundário do Banco do Estado. (..)

2025-07-02