Segunda-feira 25 de fevereiro, início de tarde de calor
intenso na Rua Gavião Peixoto quase esquina com Mariz e Barros, Niterói. Um velho
caminhão-pipa está aboletado na faixa exclusiva dos ônibus abastecendo uma
lavanderia.
Não atrapalha ninguém. A rua está quase vazia. Mas a cena me
parece insólita. A revolução dos transportes de Niterói potencialmente derrotada pela contra-revolução da falta d’água.
Vendo-me de máquina fotográfica em punho, o pipeiro se
apressa em dizer que está autorizado a parar em qualquer lugar da cidade.
Eu não duvido. Falta d’água crônica é questão de segurança
nacional.
Notifique-se, pois, a população que a pipa d’água passou a ter, no
trânsito de Niterói, status similar ao dos caminhões do corpo de bombeiros e dos
carros-fortes de transporte de valores. E que ela veio para ficar.