A prefeitura está às voltas com mais uma polêmica. Agora, a Secretaria municipal de Urbanismo (SMU) quer autorizar a construção de prédios que podem chegar a até 20 andares em alguns trechos do campus Praia Vermelha da UFRJ, em Botafogo. Se o plano aproveitar integralmente os espaços livres, o entorno da Avenida Venceslau Brás (principal eixo de ligação entre Copacabana e o Aterro), onde se encontra o esqueleto do que foi o tradicional Canecão, poderia ganhar até mil novos apartamentos. A proposta do município atendeu a um pedido da UFRJ, que alega a necessidade de aproveitar o patrimônio imobiliário para melhorar a infraestrutura oferecida aos alunos da universidade.
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"Em tempos de economia estagnada e rápida concentração da renda familiar, a sina de toda e qualquer terra urbana bem localizada é se tornar alvo de empreendimentos cujos produtos e serviços apelem aos que consintam em pagar, por aquela vantagem, uma parte de seu cobiçado excedente orçamentário.
O fato de um imóvel bem situado estar construído sobre, ou ser ele próprio, terra pública é quase irrelevante: caçadores de oportunidades especulativas sempre podem justificar a iniciativa como 'parceria público-privada visando a manutenção e melhoria do equipamento'. Dependendo do tamanho do negócio, a parceria pode implicar um simples 'patrocínio' ou reivindicar um prospecto socialmente grandioso, como 'legado olímpico'". [*]
2019-11-28
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[*] "Bens públicos, negócios privados: Jd de Alah”, À beira do urbanismo 10-08-2019
http://abeiradourbanismo.blogspot.com/2019/08/animal-sensivel.html
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