Jornal da USP 18-05-2020, por Leila Kiyomura
“O desmonte do Iphan corre em paralelo ao desmonte de toda a
área da cultura que perdeu seu Ministério no início do governo Bolsonaro,
transformando-se em Secretaria, e já teve cinco ocupantes do cargo”,
comenta Giselle Beiguelman. A professora comenta que essa Secretaria,
inicialmente subordinada ao Ministério da Cidadania, passou para o Turismo e é
responsável por sete entidades.
Algumas das quais são centrais na definição e
na gestão das políticas públicas de memória no País. São elas: o Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Instituto Brasileiro de
Museus (Ibram), Agência Nacional do Cinema (Ancine), Fundação Casa de Rui
Barbosa (FCRB), Fundação Cultural Palmares (FCP), Fundação Nacional das Artes
(Funarte) e Fundação Biblioteca Nacional (FBN).
Segundo a colunista, a nomeação da nova presidente do Iphan é muito grave e exige nossa atenção “Não apenas porque seu perfil para dirigir o órgão é incompatível com o cargo, o que seria suficiente para nos preocupar, mas também porque está alinhada com uma desqualificação completa da área da cultura e, em particular, com as políticas de memória.” (..)
“Todos esses órgãos passaram por várias trocas de comando, numa sucessão de substituições que têm como característica comum total falta de experiência no setor e o despreparo técnico para ocupar esses cargos de direção”, destaca a professora. “O caso do Iphan é emblemático, porque ficou sem presidente durante muitos meses e vem sofrendo um processo de ocupação de suas superintendências por profissionais que não têm preparo e formação para atuar nesse campo.”
Segundo a colunista, a nomeação da nova presidente do Iphan é muito grave e exige nossa atenção “Não apenas porque seu perfil para dirigir o órgão é incompatível com o cargo, o que seria suficiente para nos preocupar, mas também porque está alinhada com uma desqualificação completa da área da cultura e, em particular, com as políticas de memória.” (..)
2020-05-19