SANTOS M (1959), O Centro da Cidade do Salvador (excerto), 2a. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo; Salvador: Edufba, 2008, p. 82
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(..) Até o fim do século XIX, todo o comércio se concentrava na Cidade Baixa, daí o nome que guardou até hoje: é o "Comércio" para o habitante de Salvador. O centro da Cidade Alta abrigava as principais funções administrativas e religiosas, tendo uma importante função residencial. O século XX traz uma nova especialização funcional, cada vez mais acentuada. À Cidade Baixa ficou reservada a função de centro do comércio grossista, enquanto encontramos na Cidade Alta o comércio varejista. O comércio varejista divide-se, nitidamente, em um setor de luxo e em um outro pobre, ocupando cada um deles uma zona diferente no interior do centro da cidade. À subida do comércio varejista para a Cidade Alta correspondeu o aumento da população nos bairros exteriores da mesma. Todavia, o sempre crescente número de imigrantes rurais, que gravam os recursos da população ativa, torna impossível um desenvolvimento mais notório do comércio varejista, fato que se reflete na diferença entre seu próprio quadro e o do comércio em grosso. O comércio varejista rico encontra-se nas ruas do coração da Cidade Alta, seguindo as linhas dos transportes coletivos, em direção aos bairros ricos. O comércio varejista pobre ocupa a Baixa dos Sapateiros (rua Dr. J.J. Seabra), artéria principal do tráfego de veículos coletivos que se dirigem aos bairros da classe média e pobre. O comércio varejista de luxo encontra-se principalmente nas ruas Chile, Misericórdia, Ajuda, Carlos Gomes, quase toda a avenida Sete de Setembro e uma parte da avenida Joana Angélica. (..)